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Segunda-feira, dia 19 de outubro

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Segunda-feira, dia 19 de outubro. Terça, dia 20. Quarta, dia 21. Amanhã será quinta-feira, dia 22 de outubro. Amanhã completava mais um mês.

Mais um maldito mês em que Henry havia partido. E eu não estava mais conseguindo esconder meu incômodo por isso.

Meus olhos passavam ansiosos pelas pessoas no cinema, entrando nas salas para assistir uma animação que está sendo reprisada na “semana especial”. Semana especial porra nenhuma. Minha mente viajava constantemente, indo e vindo entre o espaço e tempo toda vez que meus olhos passavam pelo cartaz do filme em exibição. Toy Story. A animação favorita dele.

Céus, por que tudo tinha ligação a ele?

Meu olhar voltou a percorrer as pessoas, crianças, jovens, alguns idosos.

Ei, Mack, vamos assistir Toy Story nos cinemas? Vai estar em exibição semana que vem!

Fecho os olhos, passando as minhas mãos no rosto com força. Tentando, de alguma forma, me esquecer das lembranças. Não, Mackenzie, mantenha-se distraída.

Minha mãe já falou que não adiantaria fingir que não sentia, me fechar para tudo e todos. Porém, foi o que fiz, o que faço até agora. Como se não manter contato com as outras pessoas fosse mudar isso de alguma forma. Não muda, nunca vai mudar.

Mas eu não consigo, simplesmente continuo a viver assim, escondida, fechada para o mundo exterior pelo maior tempo possível, já era assim antes, por que não seria agora?

Henry, desculpa, mas eu não estou seguindo como você me pediu.

Uma mão repousa em meu ombro, me assustando. Pulo, o coração batendo rápido dentro do peito, me viro rapidamente, encontrando Will e seu olhar questionador lançado a mim.

— Você está bem, Mackenzie? — Perguntou, a voz banhada em preocupação, me ver assim, completamente aérea e perdida, devia ser uma novidade. Uma novidade muito estranha. — Se quiser, posso cobrir aqui para você.

— Não, tá tudo bem — o homem negro de seus quase vinte anos me analisa, nada satisfeito com minha resposta, e quando vai voltar a perguntar, reforço: — Está tudo bem, só estava pensando em umas tarefas.

Seus ombros murcham, sabendo que não irei contar a verdade, e então, antes de ir atender alguém que chegou atrasado para a sessão, ele me lança um último olhar, com vários significados.

É Will, eu não estou nada bem.

• • •

— Ah, boa noite, filha! — Guardo minhas chaves, lançando um sorriso fraco para minha mãe. — Você está bem?

Seguro a vontade de suspirar e revirar os olhos, porque já era a terceira vez que ela me perguntava isso hoje, mas entendo seu lado. Entendo que apenas está preocupada, afinal, hoje completa dois anos.

Forever UsOnde histórias criam vida. Descubra agora