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Estreitei meus olhos na direção do corpo sentado no meio fio, não é como se fosse impossível reconhecê-lo, principalmente quando o carro começou a se aproximar e os faróis o iluminaram

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Estreitei meus olhos na direção do corpo sentado no meio fio, não é como se fosse impossível reconhecê-lo, principalmente quando o carro começou a se aproximar e os faróis o iluminaram.

Ali, sentada na rua e completamente encharcada, estava Mackenzie. Parei o carro assim que cheguei perto o suficiente para que não me molha-se demais ao sair. Não conheço ela, mas sei que qualquer um é inteligente o suficiente ao ponto de não ficar sentado no meio fio, tarde da noite sob uma chuva.

Tinha algo de errado.

E isso foi ficando cada vez mais evidente quando ela nem sequer moveu um músculo quando abri a porta do carro. Quem em nome de Cristo continuaria do mesmo jeito? Eu já estaria a três quadras daqui em questões de segundos, se fosse ela.

— Mackenzie! — Chamo, mas ela não responde, o olhar cravado na parede da casa do outro lado da rua. — Ei, Mackenzie! — Não obtive resposta.

Sai do carro, desistindo de chamá-la e não ser respondido, fechei a porta e corri até ela, me agachando na sua frente. Sua expressão estava tão quebrada que uma pequena tristeza se alojou em meu peito, os olhos castanhos avelã estavam sem brilho, como o habitual, mas eles transmitiam grande melancolia.

A ruiva só percebeu minha presença quando segurei seus ombros, a tirando do tipo de transe em que estava. As gotas de água escorrendo pelo rosto, o cabelo alaranjado grudado em sua pele, o olhar, agora, assustado.

— Ei, você precisa sair dessa chuva — falei, olhando no fundo dos seus olhos. — Vem, eu te levo pra casa.

Ela hesitou por alguns segundos, mas levantou sem dizer nada com a minha ajuda e seguiu ao meu lado até o carro. Agora, estávamos ambos encharcados e morrendo de frio. Assim que entramos no veículo me estiquei até os bancos detrás, procurando por algo que pudesse nos esquentar além do aquecedor, encontrei uma blusa minha e outra do Chase jogada de qualquer jeito no banco.

— Veste isso aqui — estendo minha blusa para ela, que me olha sem entender nada. — O aquecedor não dará conta por si só, e se tu não se agasalhar pegará um resfriado.

Seus dedos longos e finos seguram o pano da peça de roupa moletom, solto o tecido e concentro minha atenção em colocar a blusa do Chase, era de um tamanho bem menor que a minha, mas tenho certeza de que ele surtaria se soubesse que emprestei uma de suas roupas para alguém que ele não conhece.

Analisei calmamente os traços da garota encolhida no banco ao meu lado, ela tremia de frio e o olhar parecia perdido, de novo. E agora eu estava sem saber o que fazer, só pergunto onde mora e levo pra casa? Pergunto o que está acontecendo? Mais que porra.

— Então... — cocei a nuca, sem saber o que dizer. — Onde você mora?

— Duas ruas após a sua — sussurrou, a voz falha ecoando pelo espaço do carro.

Forever UsOnde histórias criam vida. Descubra agora