4 - Que tal uma menina? - Parte 1/3

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Ainda ofegante, Deidara envolveu sua amada em seus braços, desfrutando as carícias que ela fazia em seu peito. Era a primeira noite em que conseguiam um tempo a sós em muito tempo e pretendia aproveitar ao máximo a casa livre.

- Isso foi tão bom. Ainda bem que você resolveu soltar o Inomi um pouquinho, ele já está crescido e nós merecemos aproveitar também. - Era a primeira vez que Ino deixava o filho dormir fora de casa, e Deidara faria de tudo para encorajá-la a continuar dando autonomia para o menino deles.

- Ele está crescendo tão rápido, fico triste em pensar que vou perder o meu bebê. -Ela resmungou manhosa. - Acho poderíamos fazer uma segunda rodada e aproveitar para encomendar uma irmãzinha para o Inomi.

- Tá doida? Para quê mais um? Eu fiz a minha maior obra de arte e quebrei a forma. Ele vai ser filho único!

- Mas eu quero tentar uma menina! Você só diz isso porque já tem um menino.

- E qual a diferença? Os dois dão trabalho, gastos e terão pretendentes que eu irei explodir. Tudo igual.

- Uma menina é diferente. Eu iria poder ensinar coisas de mulher para ela, colocar roupinha fofas e fazer penteados lindinhos. - Os olhos de Ino brilhavam ao imaginar. - Ela seria a nossa garotinha.

- Nem pensar. É minha palavra final. - Tentou dar um beijo na esposa, mas só encontrou o travesseiro. - Onde você vai? E nosso segundo round?

- Me deu uma vontade repentina de visitar a minha mãe. - Seu olhar era pura raiva. - Pode continuar sozinho. É tudo a mesma coisa.

Enfurecida, saiu batendo as portas pela casa, decidida a não voltar até o dia seguinte, pois sabia que se ficasse iriam brigar feio. Talvez com um tempo para pensar, o marido reconsiderasse sua decisão.



As horas passavam e Deidara não conseguia pregar o olho, sentindo culpa por deixar Ino naquele estado, pois sabia o quanto ela amava ser mãe, porém era incapaz de atender aquele desejo. Nem sequer conseguia se imaginar carregando a responsabilidade de criar outra criança, tendo em vista todos os desafios que enfrentava diariamente para dar uma vida descente ao Inomi.



SEIS ANOS ANTES

A vida de casado que deveria ser uma alegria para o jovem casal Deidara e Ino, tornava-se a cada dia mais difícil por conta das dificuldades financeiras. Com a liberdade condicional, ele não tinha a confiança da vila para realizar missões adequadas a sua experiência, acabava sempre em serviços internos que normalmente era destinados a genins. 

Não era como se ela não soubesse disso quando aceitou o pedido de casamento, mas mesmo assim Deidara sentia uma enorme culpa por deixar a responsabilidade de suprir a casa nas costas da mulher e por não poder oferecer o que acreditava que ela merecia.

Para piorar as coisas, a floricultura Yamanaka não andava bem das pernas, com as vendas despencando mesmo em datas de grande procura como o feriado de finados. Ino passava muitas noites acordada, procurando uma maneira de recuperar o prestigio do negócio de família e com medo de ter de abrir mão do que mais amava fazer para se dedicar exclusivamente a carreira ninja.

Na tarde em que sua vida mudaria para sempre, o ninja estava voltando de mais um dia desmotivador de trabalho, quando uma vizinha acenou de longe, pedindo que a esperasse. Estranhou a atitude, já que no bairro todos costumavam ignorá-lo, mesmo assim ficou para ver do que se tratava.

- Você é o marido da Ino, certo? Ela é uma menina de ouro, todos aqui gostavam dela... Ah, quero dizer gostam, mas... - A mulher de meia idade ficou constrangida ao se atrapalhar cada vez mais com as palavras. - Desculpe, eu não quis ofender, de verdade. Vim aqui, porque soube dos problemas que a floricultura vem tendo e queria ajudar.

- Quer dizer que as vendas vão mal por minha causa? Eu devia ter desconfiado. - Franziu a testa, farto de tudo aquilo. A última coisa que queria era atrapalhar o sonho da esposa, mas o que poderia fazer? Era um ex-criminoso e nada mudaria isso. - E no que a senhora quer ajudar?

- Bom, na verdade eu não sei, mas estive pensando que as pessoas não vão lá, é porque têm medo de você, mas se a Ino te escolheu deve ser um rapaz bom. Talvez se te conhecerem melhor... - A cara de deboche que Deidara fazia deixava a vizinha cada vez mais atrapalhada. - Acho que foi uma má ideia vir importuna-lo. Mande lembranças a sua esposa quando ela voltar do hospital.

- Como assim hospital? A Ino passou mal? - A preocupação era visível em seu rosto, o que fez a idosa sorrir.

- Então você não sabe, querido? Não sou eu que vou estragar esse momento. Acho que deveria procura-la por lá, mas vá tranquilo, não é nada grave. - Ela colocou gentilmente a mão no ombro dele, antes de sair.


Sentada na sala de espera do hospital, Ino aguardava ansiosa para saber se aquele seria o grande dia, ao mesmo tempo que lutava contra uma ansiedade crescente que lhe trazia dúvidas sobre a reação do marido à gravidez. Nunca conversaram a sério sobre isso, e ele era tão imaturo as vezes. Estaria pronto para cuidar de um bebê?

Fosse o que fosse, sabia que amaria cada instante da gestação. Assim quando o foi chamada a entrar no consultório, respirou fundo e foi cheia de esperança para ouvir a novidade. Encontrar o médico sorridente, pareceu-lhe um bom sinal.

- Acredito que você já imagine o que vou te dizer. Parabéns, Ino... - A porta do consultório partiu em muitos pedaços que voaram pelo ambiente, ao mesmo tempo que o médico terminava de falar - você vai ter um bebê.

O médico ficou mais pálido que as paredes que o cercavam, mal teve tempo de processar o que aconteceu e já teve que correr para socorrer Deidara que desmaiou sobre os destroços da porta destruída.

- Não se preocupe, doutor, é só o meu marido - Estava radiante com a notícia.


Em um dos leitos do hospital, Deidara despertou desorientado, tentando entender se tinha sonhado ou não. Porém bastou olhar para o lado e ver a esposa sentada, afagando a barriga e cantarolando músicas de ninar, para saber que iria de fato ter um filho.

- Você ouviu, Dei? Você vai ser papai. - Eufórica, abraçou o marido que estava sentado com o olhar vago. - Esse é o melhor dia da minha vida.

- Hum. - Foi tudo que ele disse.

- Caramba! Fala alguma coisa. - Ela se afastou irritada, voltando à poltrona. - Desse jeito eu vou pensar que não está feliz.

Novamente não houve resposta, mas não era mesmo necessário, pois ele saltou fora da cama, pegou a esposa no colo. Podia não ser capaz de expressar em palavras sua alegria, mas estava visivelmente emocionado.

- Muito linda a cena, mas ainda terão que pagar pela porta. - Uma mulher falou ao entrar na sala.

- Tsunade! - Ino pulou do colo para abraçar a outra. - Já soube da novidade?

- As fofocas correm por aqui. Parabéns, menina. - A médica olhou para o futuro papai e forçou o sorriso. Não conseguia gostar dele. - Parabéns para você também. Espero que isso te faça ter juízo. Cuidar de criança não é tarefa fácil.

- Nem sei porque está falando isso para mim. A maluca da relação é ela. - Deidara apontou descaradamente para Ino, que ficou dividida entre rir e bater nele.

Família Yamanaka - MenmaNGOnde histórias criam vida. Descubra agora