PRIMEIRO MÊS DE GESTAÇÃO
A barriga de Ino ainda nem dava sinais de carregar um bebê e a vida do casal já mudava completamente. A mulher estava ansiosa e irritadiça, o que aumentava o desespero do marido que não sabia como lidar com a ideia de ter um filho. Assim as discussões se tornaram frequentes acabando com o clima de companheirismo que era marca registrada dos Yamanaka.
Na tentativa de lidar com a situação, Deidara ligava ao menos duas vezes por semana para Sasori em busca de conselhos. O amigo se esforçava em manter a calma para ouvir seus lamentos, porém a conversa sempre terminava em briga, quando o futuro pai começava a falar sobre seu plano de emergência para caso acabasse se explodindo antes do parto.
Esse processo se repetiu cerca de três vezes, até que a ligação apenas chamava, chamava e nada de alguém atender. Apenas meses mais tarde ele soube que Sasori, em um ataque de raiva por sua insistência, arrancou o telefone da parede — Sakura preferiu não fazer perguntas e apenas recolheu os restos do aparelho que estava destroçado pela cozinha.
O medo de não dar conta de sua nova responsabilidade não o impediu de se animar com a chegada do seu primogênito — e se tudo seguisse seus planos, único filho. — Ficava imaginando como passaria seu legado artístico, nas horas em que trabalhava na decoração do quarto da criança. Fazia de tudo: móveis, pinturas fofas nas paredes e principalmente incontáveis brinquedos de argila.
SEGUNDO MÊS DE GESTAÇÃO
Algo o vinha intrigando nos últimos dias. Aproveitava cada oportunidade em que estivesse sozinho com a esposa para observá-la, pois sentia que tinha algo diferente nela, mas não conseguia definir o que era. A barriga ainda não era perceptível, então o que poderia ser?
Com cansaço excessivo, sonolência e enjoos constantes, Ino não estava com a menor paciência para o marido que a ficava cercando por todos os lados. Logo ela meteu na cabeça que estava ganhando peso e que poderia ser isso o motivo da atenção indesejada que vinha recebendo. Tentou se esquivar do assunto que poderia ser gatilho para uma discussão, mas uma tarde acabou por perguntar:
— Posso saber por que você fica me encarando toda hora? Eu não sou cega, Dei! Sei que tem algo te incomodando em mim e quero saber o que é? — Dedilhou impaciente o tampo da mesa, esperando uma resposta do homem que mais uma vez a circulava e media com os olhos.
— Eu também não sei... — Não era a resposta que ela gostaria de ouvir, mas ainda era melhor do que seus temores. Ele permaneceu andando em círculos, buscando analisar cada detalhe: braços, pescoço, cintura. — DESCOBRI!
— O-o que? O que tem de errado comigo? — Desesperada, não sabia se queria mesmo ouvir a resposta.
— Seus peitos estão bem maiores. — Deidara deu de ombros e saiu da cozinha. Agora que o mistério estava solucionado poderia voltar a trabalhar no quartinho do bebê.
Naquele mesmo dia, Ino resolveu sair para comprar roupas mais largas.
TERCEIRO MÊS DE GESTAÇÃO
Finalmente era chegada a hora de saber o sexo do bebê. Os futuros papais estavam ansiosos para o resultado do exame que Ino fez na nona semana, mas aguardaram até o final do mês para que pudessem abrir o envelope junto aos amigos dela no restaurante preferido do time 10.
Mesmo que os antigos companheiros de equipe não gostassem de quem a amiga escolheu para se casar, deixaram a inimizade de lado para apoia-la — como faziam todos os momentos importantes. — Além de que esse bebê seria possivelmente um dos membros do novo time Ino-Shika-Cho.
Era um momento de grande expectativa. Chouji e Karui torciam por uma menina para fazer companhia para sua Chochou, Shikamaru dizia que mulheres são um problema, Ino e Temari torciam por um menino e Deidara só queria saber que nome dariam ao bebê, pois já havia marcado com um tatuador no final de semana.
— Está me ouvindo? — Ino tentava trazer o marido de volta à terra. — Está na hora, Dei.
— Já? Eu não estou pronto. Ino, eu não estou pronto! — Ele abraçou a abraçou como se ela pudesse fugir a qualquer momento.
— Relaxa, amor. Só vamos ler o resultado do exame. — Abriu lentamente o envelope, fazendo bastante suspense, mas não conseguiu olhar e então entregou o documento ao marido. — Lê você. Eu não consigo.
— Tá bom... — Parou de falar e percorreu os olhos pelo papel. — Inomi.
— Isso não é sexo de bebê. — Choji franzia a testa.
— Inomi? Esse é o nome que escolhemos caso fosse... — Ino perguntou se levantando do acento. — ENTÃO É UM MENINO?!
Enquanto tentava fazer a esposa parar de pular, alegando que ela estava sacudindo o Inomi, os demais davam os parabéns a futura mamãe.
QUARTO MÊS DE GESTAÇÃO
À medida que as semanas passavam, a barriga crescia e a preocupação também. O bebê nem havia chegado e já tinham um monte de gastos extras para lidar. Ino não podia sair em missão nessas condições e o auxílio que recebiam não era suficiente.
Momentos de desespero pediam medidas desesperadas, iria falar com o Hokage, era sua única esperança. Não pensou duas vezes antes de criar uma confusão no prédio para driblar a segurança e invadir a sala dizendo:
— Eu preciso matar alguém!
Mesmo uma vida inteira como shinobi não te prepara para esse tipo de coisa. Kakashi se posicionou de modo defensivo, mas foi Naruto o primeiro a reagir a fim de imobilizar o outro, que não ofereceu resistência maior do que se debater irritado.
— Me solta seu maluco! Meu negócio é com o Hokage. — Deidara reclamou.
Logo a sala estava cheia de ninjas que, assim como Naruto, agarraram o invasor e o derrubaram no chão, aguardando que Kakashi desse alguma instrução de como proceder.
— EU PRECISO DE DINHEIRO! EU VOU SER PAI! — Não se importava com mais nada, sua atenção estava toda no homem que poderia ser a solução para seus problemas. — Me dê uma missão ranking S, por favor.
— Soltem-no. — Kakashi ordenou após um longo suspiro. Tinha de admitir que ter Usagi o deixou mais mole, principalmente quanto a assuntos dessa natureza. — E acho que entendi o que pretende, mas infelizmente não há maneira de te dar uma missão maior do que ranking D. Você é um ninja forte, mas ainda é um ex-criminoso que tem muita sorte de sequer estar vivo. Eu sinto muito.
O ímpeto era de detonar a sala e todos ali presentes, tamanha era sua raiva, que apenas era abrandada pelo desejo de conhecer seu pequeno estouro. Também sabia que o Hatake estava certo e que não conseguiria persuadi-lo, então concordou a contragosto e se pôs de pé.
— Espero que seu filho não tenha que pagar pelos seus erros também, porque no fundo você sabe que não existem inocentes no caminho ninja. — Não havia um só traço de humor nas palavras de Deidara, também não havia um só ninja presente que não concordasse silenciosamente com as mesmas.
Não voltou para casa naquele dia. Precisava de tempo para digerir o rancor e o melhor lugar para fazer isso sem perturbar a paz em casa era no galpão onde morava antes do casamento. Lá poderia trabalhar com seus explosivos sem ser incomodado.
![](https://img.wattpad.com/cover/163385600-288-k230469.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Família Yamanaka - MenmaNG
FanficIno e Deidara acreditam que a beleza está na efemeridade das coisas, mas também têm certeza de que o amor deles será eterno. Juntos lutam para formar uma linda família em meio à adversidades. Essa história faz parte do universo MenmaNG (fã mangá), c...