Capítulo 13

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"Fica de quatro." Nolan diz, me fazendo arquear uma sobrancelha. Penso em discutir, mas apenas uma olhada em sua expressão e eu sabia que ele estava pegando o controle agora. Aqui dentro, ele estaria em total e completo controle da situação.

Obedeço, virando de costas para ele, e o escuto se aproximar segundos antes de sentir o colchão atrás de mim afundar. Nolan coloca uma mão nas minhas costas e empurra, até que meu peito esteja encostando na cama. Eu já havia tirado a roupa, então meu traseiro nu estava empinado no ar.

"Segura aqui e não solta." Ele murmura, colocando minhas mãos na cabeceira da cama. Eu obedeço, meu coração acelerado em meu peito, uma mistura de desejo e ansiedade correndo pelas minhas veias.

Assim que o perco de vista, sinto sua palma na minha bunda. Ele. Bateu. Na. Minha. Bunda.

Arregalo os olhos com o ato inesperado e curvo os dedinhos do pé. Com o choque, começo a me levantar, mas Nols apenas coloca sua mão nas minhas costas novamente, sem empurrar, mas em um sinal claro para eu permanecer onde estava. Suspiro e deito o rosto no colchão.

Não doeu, e eu estava mais surpresa do que qualquer outra coisa. Apenas uma pequena ardência, mas apenas sinto a luxúria aumentar um pouco.

"Isso foi por fugir de mim." Nolan murmura, sua voz rouca completamente tomada pelo desejo e pelo controle da situação. Sua mão desce mais uma vez, do outro lado, e eu arquejo.

"Isso é por não me avisar que estava indo." Mais um.

"Esse é por estragar todo meu plano." Sua mão desce mais uma vez, e eu aperto a cabeceira da cama, mordendo o lábio com força. A ardência aumenta.

"Por gostar de outros caras." Outro tapa. Sinto minha pele queimar, mas antes que eu abra a boca Nolan dá outro tapa. "E por fazer com que eu me apaixone por você."

"Nolan..." Falo, querendo avisar que estava no limite de tapas, mas antes que eu termine minha frase, ele entra dentro de mim com apenas um impulso. Ele não confirma se eu estava preparada antes, era como se soubesse que eu estava. Arqueio as costas, arregalando os olhos com o exato ponto que Nols atingiu. "Porra."

E então ele me fode. Com força, seus dedos afundando nos meus quadris. Com cada investida, eu chegava mais perto do orgasmo, mas me sentia mais vazia. Com cada estocada, era como se ele se afastasse de mim mais e mais. Não havia sentimento, não havia nem mesmo luxúria. Aquilo era outra coisa.

Punição. Simples e pura punição.

Nols não para, e eu não peço para que o faça, apesar de parte de mim querer pedir. A outra parte estava chegando perto demais do clímax para se importar. Aperto tanto a cabeceira da cama, sentindo meus dedos doerem, e quase espero que a madeira quebre.

Quando finalmente gozo, Nolan vai logo depois de mim. Felizmente, noto que ele teve tempo de buscar uma camisinha. Ele sai de dentro de mim e o escuto ir até o banheiro, provavelmente jogar fora a proteção.

Assim que me encontro sozinha na cama, não consigo mais segurar. Eu choro. Choro tanto que meu corpo é tomado por soluços. Nós já fodemos duro antes, mas nunca daquele jeito. Nunca apenas para me punir, como se eu fosse o saco de pancadas que ele pudesse usar. Meu traseiro queimava, mas não estava chateada por isso.

Nolan volta para o quarto, mas ele não deita na cama imediatamente. Sinto seus olhos em mim, mas apenas me encolho e fecho os olhos fortemente, tentando controlar meus sentimentos.

O quarto permanece em um silêncio absoluto por alguns minutos, com exceção do barulho dos meus soluços, até que me viro para encará-lo. E o que eu encontro me faz esquecer momentaneamente o que havia acabado de acontecer. Nolan estava sentado no chão, bem no canto do quarto, seus joelhos dobrados, os olhos vidrados, olhando para frente, apesar de eu saber que ele não estava realmente vendo nada.

A expressão em seu rosto é o que faz meu coração parar de bater por um instante. Pânico. Puro pânico.

Levanto da cama imediatamente, pegando a camisa que ele tinha tirado no chão e colocando para cobrir meu corpo, e sento na sua frente.

"Nolan." Chamo, mas ele não parece me escutar. preocupação cresce em meu peito. "Nolan." Falo, e coloco minha mão levemente em seu joelho. Isso o faz acordar. Seus olhos encontram os meus, desesperados.

"Eu sou exatamente como eles." Sussurra, cada vez que pisca os olhos, eles enchem mais de lágrimas não derramadas. Engulo em seco. "Igual a eles."

"Igual a quem, Nols?" Murmuro, mas me encontro com medo de sua resposta.

"Os guardas." Diz, sua voz não mais alta que um suspiro. "Os guardas de Dimitri. Eu fiz com você o que eles faziam comigo."

Ah, não. Por favor, não. Não, não, não... Se existe algo bom nesse universo, pelo amor de Deus... Não deixe ser o que estou pensando. Rezo mentalmente, meu coração acelerado em meu peito. Me esforço para não mostrar o nervosismo que sentia.

"O que exatamente eles faziam, babe?" Murmuro, e uma lágrima escapa de seus olhos. Ele parecia um pequeno menino quebrado, e meu coração estava se partindo completamente por ele.

Nolan fica em seus joelhos e pega meu rosto entre as mãos, engolindo em seco, seus olhos completamente presos nos meus. Havia tamanha tristeza em sua expressão, e eu queria mais que tudo na minha vida enviar quem quer que tenha feito algo para deixá-lo assim diretamente para o inferno.

"Desculpa, baby doll. Eu estava com tanta raiva, e as memórias voltam quando eu fico com raiva. Eu não conseguia parar de pensar nas noites que eu estava lá e os guardas..." Ele não terminou, mas eu encontro minha resposta em seus olhos.

A lágrima que escorre pela minha bochecha é silênciosa. Isso não passou pela minha cabeça. Sabia que Nolan e Adam haviam sofrido coisas terríveis nas mãos de Dimitri, mas isso? Algo tão sujo como estupro?

"Sinto muito, babe... Eu não queria..." Ele começa, mas eu não deixo que termine. Minha expressão se torna séria, e eu olho profundamente em seus olhos.

"Você não é como eles, okay? O que fizemos hoje... Não vai se repetir. nunca. Mas você não é nada como eles." Falo, minha voz firme, e Nolan engole em seco. Ele parecia tão fodidamente vulnerável nesse momento.

"Mas você estava chorando e..."

"Eu estava chorando porque aquilo não representa a gente, Nols. A gente transa com raiva, yeah, mas não assim. Nunca sem sentimento, okay?" Falo, e ele trinca a mandíbula.

"Você deveria ir." Fala, sua voz mais dura, mas eu sabia que estava com mais raiva de si mesmo do que de mim. Suspiro e balanço a cabeça. Ele bufa. "Mia..."

"Não vou a lugar nenhum."

Vejo que ele quer discutir, mas apenas envolvo meus braços ao redor dele e acho que a resistência deixa seu corpo. Nolan senta e me deixa em seu colo, me abraçando de volta. Ficamos assim por alguns segundos antes dele falar novamente.

"Eles tinham tentado antes, entraram na cela quando eu e Adam estávamos dormindo." Nolan sussurra em meu ouvido. "Mas nós dois conseguimos dar conta. Uns dois meses mais tarde, eu estava sozinho na cela, eles tinham começado a separar nós dois. Então, uma noite, eram guardas demais. Não pude fazer nada."

Minha mão fazia um leve carinho em seu cabelo e meus olhos estavam fechados, impedindo a onda de emoção no meu corpo de sair de mim.

"Não pude dormir durante meses depois disso, ficava a noite toda acordado, vendo se iriam entrar. Um dia, durante uma missão, Dimitri me enviou junto com cinco outros caras. Quatro deles eram quem... você sabe. Matei os quatro e disse que haviam morrido por complicações da própria missão. O quinto eu ameacei e ele nunca abriu a boca para Dimitri." Nolan conta, e eu olho em seus olhos quando finaliza a história.

Dou um leve beijo na lateral de seus lábios. "Obrigada por compartilhar comigo."

Talvez eu devesse achar horrível que Nolan confessou ter matado quatro pessoas... Mas não acho. Nem um pouco.

"Dorme aqui hoje?" Questiona, e eu dou um sorrisinho fraco, assintindo.

Mas nós dois passamos horas a mais sem levantar do chão, apenas abraçando um ao outro. E eu me senti completamente segura.

Between four hearts - Gotville High 04Onde histórias criam vida. Descubra agora