Capítulo 16 [Nolan]

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Meu pai é a pessoa mais cansativa que eu conheço. E eu fui sequestrado por Dimitri Ambrose, dividi uma cela com Adam Shade, passei minha infância cercado por Ruby e Kylo Gallaway, Flynn e Ryan Night, Dorian Grey e Liam St James e Arlo Black. Também tive um lance com Sharon Stone, e Landon Stark ainda é a pessoa que mais me esgota.

Teve um ponto da minha vida em que eu amei meu pai. Eu acho. Talvez. Mas esse navio já partiu há anos. Por um ponto, eu tive sorte. Ele nunca me bateu, como o pai de Liam faz, e também nunca transformou nossa casa em um puteiro, como o pai de Adam. Pelo menos não que eu saiba, já que passei a maior parte da minha vida em Gotville.

Landon Stark tem outros modos de tortura. Ele não é fisicamente agressivo. Mas é manipulador. Frio. Se você acha que sou ruim, definitivamente nunca conheceu meu pai.

E é por isso que não quis que Mia viesse comigo. Além do fato de estarmos em Nova York, e eu saber que minha garota iria perder a cabeça com todas as lojas. Podia apostar tudo que tinha que nesse exato momento ela estava na Times Square.

O pensamento traz um sorriso para meu rosto.

"O que é tão engraçado, Nolan?" Landon questiona, interrompendo seu discurso. Acredito que ele estava falando sobre os negócios. Não que eu me importasse. Nunca vou herdar a empresa do meu pai. Por mim, pode morrer junto com ele assim que o homem bater as botas.

"Talvez o fato de estarmos aqui há meia hora, e você evitar minhas perguntas." Aponto, arqueando uma sobrancelha. No passado, essa seria a hora que ele iria me repreender e usar algo que eu me importasse para tentar forçar um interesse pelo negócio da família.

Normalmente, ele usava minha mãe. Ele sabia que eu faria tudo pela minha mãe. Mas sem ela aqui, ele não tem mais armas contra mim.

"Eu não me importo com o quanto você está lucrando, pai. Quero saber se você teve algo a ver com a morte de Ruby. Sim ou não. Apenas isso." Falo. Assim que a palavra sai de meus lábios, vejo minha resposta no rosto dele.

Para qualquer outra pessoa, o rosto de Landon Stark é a definição de impassivo. Mas, com o tempo, aprendi a ler os pequenos sinais de sua expressão. Sabia quando ele estava irritado, quando estava frustrado, triste... E também sabia quando estava prestes a mentir para mim.

Como agora.

"Não sei nada sobre o assassinato de Ruby, Nolan." Diz. Mentiroso do caralho.

O que eu queria fazer é dar um soco em seu rosto. O que eu faço? Respiro fundo, me levanto, e saio da sala. Eu sabia quando não iria receber mais nada do meu pai, e ele já havia atingido seu limite de respostas. Poderia meter porrada nele, mas isso também não iria adiantar nada.

Meu pai podia saber quem matou Ruby, mas não vai me contar. E, sinceramente, eu tenho uma garota para entreter hoje a noite.

Escuto meu pai chamar meu nome, mas apenas ignoro. Ele me fez esperar um total de duas horas antes de me deixar entrar no seu escritório, gastou meia hora falando sobre seu trabalho, apenas para me dar uma resposta sobre algo que eu já suspeitava em dois segundos.

Dorian disse que meu pai e o pai de Arlo estavam nessa juntos, mas eu suspeitava que meu pai estava liderando tudo. Victor Black é muitas coisas. Frio, calculista, interesseiro... Mas ele ama seu filho. E não é um assassino.

Sobre meu pai, por outro lado, não posso dizer a mesma coisa.

Caminho pelos corredores, parando apenas quando vejo a foto da minha mãe em uma das paredes. Eu estava em seu colo, com cerca de dois anos, e ela usava um sorriso enorme no rosto. Suspiro, afastando a sensação de aperto no peito, e procuro sair daquela casa o mais rápido possível.

Pego a chave do meu carro no bolso, sentindo uma urgência para sair dali. Eu odiava aquela casa. Sempre odiei. Parte de mim ficava feliz por não ter passado mais que meus verões aí quando era menor. Às vezes, até isso parecia demais para mim.

Entro atrás do volante e dou partida no carro, sentindo o motor vibrar. Abro o painel do carro no comando de voz.

"Mensagem para Baby Doll." Digo, e logo minha conversa de mensagem de texto com Mia aparece no visor. Sorrio. " Digitar: Estou no carro, baby. Está aonde? Enviar."

Apenas alguns minutos mais tarde, quando estou retornando para o centro da cidade, recebo a mensagem de Mia. A voz eletrônica soa pelo carro:

"Mensagem de Baby Doll recebida. 'Hey, bae. Estou na Gucci, Times Square.'"

Sorrio. É claro que está. Piso no acelerador, apenas diminuindo a velocidade quando chego no centro de Nova York e o trânsito aparece. Para a minha irritação, demoro cerca de vinte minutos na rua até chegar. Paro o carro na frente da loja que Mia indicou e buzino.

Apenas um minuto mais tarde, a vejo se aproximar com algumas sacolas na mão. Meu sorriso aumenta, e eu abro a porta traseira para que ela possa deixar suas coisas novas. Assim que senta ao meu lado, Mia me cumprimenta com um beijo rápido.

"Se divertiu?" Questiono, olhando para a quantidade de sacolas na parte de trás. Um sorriso aparece em seu rosto.

"Sempre. Para onde vamos?" Pergunta.

"Vou te levar para sair, mas vamos parar no apartamento antes." Falo, e Mia assente, deixando a cabeça cair no encosto do banco e suspirando, me encarando contente.

Ficamos em um silêncio confortável na volta para o apartamento. Minha mão ocasionalmente parava em sua coxa, e ela deitava a cabeça em meu ombro. Chegamos vinte minutos mais tarde, e eu lhe ajudo com as sacolas - que são muitas.

Quando o elevador nos deixa em meu apartamento, deixo as sacolas no chão e abraço Mia por trás. Eu amava o modo como seu corpo encaixava no meu perfeitamente.

"Vamos tomar um banho." Murmuro, descendo meus lábios até seu pescoço. Ela vira a cabeça automaticamente, para me dar mais acesso.

"Juntos? Não vamos sair nunca." Ela responde. Um sorrisinho aparece em meus lábios.

"Seria tão ruim?" Questiono, beijando no local onde sentia sua pulsação.

"Não, mas podemos fazer isso em Gotville." Retruca, se afastando um pouco e virando para me encarar. Mia também deixa suas sacolas no chão e arqueia as sobrancelhas. "Saímos em uma hora, tudo bem?"

Tenho reprimir um sorriso e me aproximo novamente. Deixo minhas mãos irem para a parte de trás de suas coxas e ela imediatamente envolve os braços ao redor de meu pescoço, para se segurar quando a levanto. Suas pernas rodeiam minha cintura.

"Uma hora e meia." Murmuro, aproximando meus lábios dos seus. Ela balança a cabeça.

"Uma hora." Mordo seu lábio inferior.

"Duas horas. Perfeito." Digo, e ela solta uma risada que vibra por todo meu corpo conforme caminho para o chuveiro.

Deus, eu estava apaixonado para caralho por essa mulher.

"Nolan!" Briga, e eu entro de roupa e tudo no banheiro, já nos colocando debaixo do chuveiro. Ela arregala os olhos, mas ri mais ainda. "Nolan Stark, você está lo..."

Eu a beijo, e toda a discussão fica para trás.

Ficamos duas horas e meia no chuveiro.

Between four hearts - Gotville High 04Onde histórias criam vida. Descubra agora