CAPÍTULO 5

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~Pedro


Eu e Alicia estávamos caminhando sem um destino certo. Não falei nada durante um bom tempo, até que ela corta o climão entre a gente.

- Bom já que você não fala, eu começo então – ela disse parando na minha frente. – Qual é a sua realmente?

- Como assim?

- Não sei você é diferente. Desde que a gente chegou, eu to dando em cima de ti e você nem aí pra mim. E como pode perceber eu não desisto fácil – disse mordendo o lábio.

- Ah é que eu sou muito desligado – mentira, sabia o joguinho dela – é que não sou muito disso sabe, sou de boa com tudo, sem preocupações e as vezes acabo não percebendo. Foi mal.

- Você é fofo.

Pelas minhas experiências, que não são muitas, diria que dependendo do momento da conversa essas palavras seriam péssimas. E espero que ela tenha dito nesse sentido.

Sentamos perto da saída do acampamento. E a conversa continuava. Nos momentos que ela não dava em cima de mim, era divertido. Realmente ela sabia faziam alguém rir. Alicia não era tão ruim assim.

- Você veio pro acampa pra arranjar um namorado mesmo? – perguntei.

- Nossa você realmente é ingênuo – falou rindo.

- O que? Foi uma das primeiras coisas que me disse esqueceu?

- Eu sei, mas não, eu só estava brincando. Apesar de que não é uma má ideia – respondeu pegando na minha mão.

- Bom... é... tomara que encontre alguém né?! Aliás você viu o Matheus por aí? – falei mudando de assunto.

- Quem?

- O menino que estava com a gente na caça bandeira.

- Ah, sei sim!

- Onde ele ta então? – perguntei.

- Não, espera. Eu sei quem é, mas não sei onde ele ta não.

-Ah ta, entendi.

Parecia que nosso papo tinha acabado e pensei em voltar. Porém Alicia era insistente e tentou me beijar novamente e eu desviei outra vez.

- É parece não vai rolar mesmo – ela disse se levantando e indo embora.

- Espera – falei pegando seu braço a tempo – dessa vez não.

Então cedi e a beijei.

Ficamos ali por mais um tempo. Até escutar o que parecia ser alguém gritando, pedindo ajuda.

- Você escutou isso? – perguntei fazendo ela ficar parada.

- Não. Acho que são vozes da sua cabeça. Deixa isso pra lá e volta da onde paramos – falou me puxando de volta pra ela.

Eu ainda continuava escutando.

- Espera, tem alguém gritando sim, acho que vou lá ver – disse me soltando dela e indo em direção a trilha que ia para a floresta. – Você vem comigo?

- O que, ta doido? Pedro aonde você vai volta aqui!

- Tudo bem eu vou sozinho – falei entrando na trilha e deixando ela sozinha.

Eu tinha certeza de que alguém estava pedindo socorro. E minha confirmação só aumentava, a voz ficava alta a cada passo que dava.

Liguei a lanterna do celular, já que a do acampamento não me ajudava mais. Então ouço a voz de um menino nitidamente.

Do Outro Lado Da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora