Capítulo 11

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O que Than disse sobre eu estar mentindo continuou vindo à minha mente.

Talvez ele saiba que menti sobre meus assuntos familiares...

De jeito nenhum, eu nunca contei sobre meus parentes para ele. Pensei naquele dia que menti para Than, mas apenas sobre isso, foi a única vez.

Eu odiava mentir para ele. Eu não queria... mas menti. Mesmo depois de tudo o que ele disse sobre a confiança ser importante para ele, eu ainda o fiz.

Sinto-me muito ansioso, não sei como Than percebeu os sinais da minha mentira, ou talvez ele estivesse apenas brincando comigo, mas por causa disso comecei a pensar muito, até não conseguir me acalmar.

Eu fiz o melhor que pude para acalmar minha mente e limpar meus pensamentos, afinal tenho coisas mais importantes para lidar agora.

Eu tenho que pensar no que fazer quando Than retornar para ouvir  minha resposta em duas semanas, sinceramente estou aterrorizado com as opções que tenho.

Na minha vida, experimentei muitas decepções, se fosse para contar, seriam infinitas, ao mesmo tempo, o que eu queria era que pudesse me manter ignorante sobre isso.

Falando francamente, sou uma pessoa que tem medo de mudar.

Por ter experimentado muitas decepções, tive medo de me decepcionar novamente. Então, se possível, tento evitar tomar decisões importante.

No entanto, se eu não for com Than, seria o mesmo que voltar à minha vida chata de antes de conhecê-lo. Mas ir com ele também teria seus desafios.

Pensei nisso até ficar com dor de cabeça, senti que meu crânio poderia quebrar e todos os meus pensamentos derramariam como um rio. Mas antes que a dor me consumisse, cheguei à resposta.

Se eu ficar, posso evitar me decepcionar mas, ao mesmo tempo, a angústia me consumiria. Tenho que enfrentar meu medo de decepções.
Minha vida sempre foi decepcionante, nada mudaria.

__________

Abri os olhos, nem me dei conta de quando adormeci, quando percebi, estava ouvindo o som da chuva.

A atmosfera no carro estava muito escura, o som da chuva lá fora soava muito alto, há algo na maneira como a água cai da janela e do teto que me convidava a dormir. Endireitei a postura, porque eu tinha caído enquanto dormia. Eu não tinha planejado adormecer, não achava possível, considerando o quanto estava nervoso, mas nunca resisti ao som da chuva. Por hábito, esfreguei os olhos, apesar de não precisar, e voltei minha atenção para Than, que estava focado na estrada à frente.

 "Já acordou, Phi?" Than cumprimentou e falou comigo, sem se virar para mim. "Ainda temos tempo até chegarmos, minha casa está bem longe." 

"Quantas horas mais?" Eu perguntei a ele, embora estivesse com sono e preguiçoso e quisesse dormir, meus olhos ainda estavam olhando diretamente para o relógio digital no painel. Há uma hora, decidi deixar o cemitério com ele e começamos a jornada juntos. Eu tenho que admitir que, embora eu tenha chegado tão longe e não tenha mais volta, eu ainda tinha dúvidas sobre se isso era a coisa certa a fazer. Eu não pude deixar de sentir como se estivesse fazendo algo errado, e só partiria meu próprio coração repetidamente. 

Se eu estivesse sozinho, entraria em um ciclo de dúvida e depressão novamente, concentrando-me em cada pequeno detalhe, mas não estava, e era mais fácil não pensar sobre isso com Than ao meu lado.

 "Vamos chegar em cerca de duas horas... eu acho.", disse Than, então ele parou por um momento como se lembrasse de algo. "Está com fome? Vamos tomar café da manhã, sim?!"

Ele está vindo para mim (Novel PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora