Capítulo 22.

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| Júlia |

Algumas dúvidas estavam rondando minha cabeça nesse exato momento e duas delas eram, saber se ele realmente era real e entender como uma pessoa tão incrível assim cruzou o meu caminho.

Acreditar em coincidências não era uma coisa que eu costumava fazer, então eu tinha certeza que havia um propósito para o Criador de Sorrisos ter entrado na minha vida.

— Obrigada. — sussurrei com toda a sinceridade que eu podia.

— Me agradeça pulando comigo. — ele disse e eu franzi o nariz, olhando na direção da cama elástica gigantesca que estava em cima do palco.

— Eu seguro a sua mão se você estiver com medinho. — ele disse rindo e eu semicerrei os olhos na sua direção. — É como voar. — ele apontou para uma espécie de trampolim e eu respirei fundo, cogitando a possibilidade de saltar com ele.

— Você vai gostar da sensação. — mordi o cantinho da boca e voltei a olhar na direção da cama elástica.

Eu já tinha visto as apresentações dos trapezistas e sabia que a cama elástica oferecia segurança a eles.

— Tudo bem. — murmurei e dei um sorriso de lado ao voltar a olhar na direção de Luan e perceber que ele me olhava com um sorriso enorme nos lábios.

— Vamos voar, Santa Júlia. — ele falou antes de beijar a minha testa e segurar a minha mão, me puxando na direção da escada que dava acesso ao trampolim.

Seguindo as suas instruções, eu tirei o meu tênis, ficando de meia, tirei meus brincos e minha pulseira e prendi o cabelo em um rabo de cavalo.

Mesmo sendo o palhaço do Vikings, Luan parecia conhecer todas as áreas e dominar todos os comandos e as instruções e era engraçada a forma que ele estava empenhado em me passar todas as dicas e instruções.

— Preparada? — ele perguntou, apontando para a escada e eu neguei com a cabeça. — Isso torna tudo mais divertido. — neguei com a cabeça novamente e ele riu, beijando minha testa mais uma vez antes de segurar os meus ombros e me virar, me deixando de frente para a escada.

— Por que você não vai na frente? — perguntei, o olhando por cima do ombro e ele semicerrou os olhos na minha direção, tombando a cabeça para o lado.

— E correr o risco de você me abandonar no meio do caminho? — ele perguntou rindo.

Voltei a olhar para frente, criando coragem para começar a subir as escadas.

— Eu estou aqui. — Luan sussurrou e em seguida deixou um beijo no meu ombro, coberto pela blusa da farda da cafeteria, fazendo toda a minha pele se arrepiar.

Respirei fundo e comecei a subir as escadas, um degrau de cada vez, sem querer olhar para baixo para não desistir.

Muitos degraus se passaram e a vontade de desistir começou a crescer.
Eu tinha certeza que se eu tivesse subido depois, eu já teria descido e ido embora.

— Não olha pra baixo. — ele disse quando chegamos ao topo e eu assenti, mantendo minha cabeça erguida para não fazer o que ele disse.

Senti suas mãos nos meus ombros e ele riu, deixando um beijo na minha bochecha e descendo suas mãos devagar até a minha cintura.

— Com medo? — ele perguntou e eu assenti, fechando os olhos ao sentir ele me abraçar por trás. — Eu estou aqui com você. — abri os olhos, sentindo ele sussurrar e beijar perto da minha orelha antes de se afastar e segurar a minha mão, ficando ao meu lado.

— Vamos juntos, você vai gostar. — dei um passo para frente e respirei fundo mais uma vez, perdendo a conta de quantas vezes eu já tinha feito isso no percurso até aqui.

— Um, dois... — ele hesitou e eu franzi as sobrancelhas.

Eu adoraria que ele tivesse desistido.

— Já! — não tive tempo para pensar em desistir ou reclamar por ele ter pulado um número.

A queda durou poucos segundos, mas a sensação sem dúvidas vai ser lembrada. Luan não mentiu quando disse que era como voar.

Eu estava me sentindo bem.

Eu estava me sentindo livre.

Eu estava me sentindo viva.

Ele só soltou minha mão quando nossos corpos tocaram a cama elástica.

Levei a mão ao peito, sentindo meu coração acelerado e sorri por não ter desistido.

— E então? — ele perguntou, vindo de joelhos até onde eu estava deitada.

— Foi maravilhoso! — minha voz saiu mais empolgada que o normal, porque eu realmente estava mais empolgada que o normal. — Podemos ir de novo? — perguntei rindo e ele assentiu.

Ele parou ao meu lado e deitou, apoiando o cotovelo na cama elástica e a mão na cabeça.

— Que sensação maravilhosa! — fui sincera e ele sorriu, colocando uma das mãos no meu rosto.

— Eu quero provar uma sensação tão boa quanto essa. — ele disse antes de me beijar.

Fechei os olhos ao sentir seus lábios contra os meus, subi devagar uma das mãos para o seu braço e senti ele sorrir contra a minha boca.

Quando eu achava que Luan não podia mais me surpreender, ele me mostra que podia sim.

Ele usou seus lábios para entreabrir a minha boca e todo o meu corpo se arrepiou ao sentir sua língua entrar em contato com a minha. A mão que estava no meu rosto, desceu um pouco mais, indo para a minha nuca e eu o senti entrelaçar seus dedos no meu cabelo.

"Não me acostumar com a presença dele para tentar não sentir sua falta quando ele for embora."


Minha regra foi toda pelo ralo quando seus lábios encostaram nos meus.

Subi uma das mãos para as suas costas e ele aproximou mais o seu corpo do meu, deixando uma das suas pernas no meio das minhas e descendo a mão que não estava na minha nuca para a minha cintura.

Seu beijo era carinhoso e ao mesmo tempo quente, sua mão ora puxava um pouco o meu cabelo, ora fazia um carinho gostoso na minha nuca.
Aos poucos fomos parando o beijo e cada mordida e sugada que ele dava no meu lábio inferior, fazia uma pontada surgir no meu ventre.

Abri os olhos devagar, desejando não estar sonhando e a primeira coisa que vi foram seus olhos brilhantes e seu sorriso lindo. Senti meu rosto esquentar e ele beijou a ponta do meu nariz, permanecendo na mesma posição em que estava.

— Não vai me perguntar se a sensação foi tão boa quanto pular? — ele perguntar com a boca perto da minha e eu senti meu rosto esquentar.
Sorri e neguei com a cabeça, subindo as mãos para o seu cabelo.

— Eu adoro o seu sorriso. — ele sussurrou e me roubou um selinho. — E sim, te beijar foi melhor do que pular. — sufoquei um gemido quando ele mordeu o meu lábio inferior, o puxando para si. — E eu quero te beijar de novo. — o Criador de Sorrisos disse antes de me beijar mais uma vez.

Entrelacei os dedos no seu cabelo e ele sorriu contra a minha boca antes de deslizar a língua mais uma vez para dentro dela. Uma das suas mãos continuava no meu cabelo enquanto a outra estava na minha cintura, me apertando e me pressionando contra o seu corpo.

O criador de sorrisosOnde histórias criam vida. Descubra agora