Todos os anos a St. Vladimir Ballet apresenta o seu espetáculo de maior prestígio: O quebra-nozes. Com isso Rose Hathaway, uma solista, vê a chance de mostrar o seu talento para futuramente ser a dançarina principal da academia, mas por enquanto ela...
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Não lembro desde a última vez em que eu olhei para trás e me vi sem dançar ballet. Comecei a dançar com apenas sete anos, quando vi minha irmã mais velha apresentar seu primeiro espetáculo quando era maior que eu pouca coisa. As lembranças para mim são bem vívidas pois nem sempre tive o respeito que tenho hoje, começando dentro da minha própria casa onde o meu pai insinuava que ballet não era para homens, e ele ganhava o apoio da minha avó.
Eu sempre fui uma criança e adolescente fisicamente forte e isso me deu certa vantagem entre os demais meninos da minha classe, então rapidamente ganhei destaque. Aos 15 anos comecei a participar de competições em nome da minha escola de ballet e aos 20 fui contratado para ser bailarino profissional na St. Basil Ballet, na Rússia, e hoje aos 33 anos ocupo o cargo de Principal Dancer ao lado de vários outros dançarinos.
Recentemente vim para os Estados Unidos por causa de um convite da Sra. Kirova, Maitrê da St. Vladimir. Aceitei ser o bailarino convidado para interpretar o Quebra-nozes, e eu tinha quase certeza que foi uma indicação de Tasha.
Recentemente fui ovacionado em uma apresentação do mesmo fazendo com que eu me consagrasse para o resto do mundo. Minha mudança recente para Nova Iorque fez com que eu ficasse em um hotel por alguns dias, mas Tasha insistiu que eu ficasse hospedado na casa dela e no momento eu estava entrando no prédio no qual ela morava, em Manhattan.
Assim que cumprimentei o porteiro e entrei no prédio, um garoto que aparentava não ter nem 25 anos veio na minha direção.
-O senhor é o convidado da Sra. Duy Khuc? – O garoto perguntou e eu apenas assenti, olhando em volta e me sentindo deslocado vendo homens engravatados passando com pressa e olhando para os seus celulares enquanto eu estava com uma calça jeans simples e uma blusa branca – Me acompanhe, por favor.
Acompanhei o garoto até o elevador fazendo questão que eu mesmo carregasse a minha mala e continuei olhando discretamente para o pomposo prédio. Bailarinos como Tasha e eu podiam ser muito bem pagos, mas não a ponto de viver na mais completa ostentação. Podíamos viver uma vida confortável e regadas a alguns poucos luxos, mas nada comparado a isso.
Quando Tasha e eu nos conhecemos, há dez anos, ela era recém viúva de um homem sócio de uma multinacional que trabalhava com investimentos. Certamente ela herdou toda a fortuna do marido e tinha condições de se manter no mais alto luxo, por isso que ela insistiu que eu ficasse hospedado na casa dela.
Eu e Tasha estávamos trocando mensagens, então não foi surpresa quando eu saí do elevador e vi que ela estava me esperando na porta do seu apartamento.
-Dimka! – Ela disse assim que eu me aproximei – Fico tão feliz que tenha aceitado meu convite – Ela olhou na direção do garoto e agradeceu por ele ter me acompanhado com um pequeno aceno – Christian virá jantar hoje acompanhado da sua namorada. Ela é uma solista, acho que você já viu ela na companhia, Lissa Dragomir.
