sonhos & ilusões

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"Não é muito saudável se perder nos sonhos e esquecer de viver a realidade..."

— Ai — foi o grito que iniciou a história.

Bem, a verdade é que a história começou bem antes, quando o século XVII nem sonhava em existir... Mas acho que a gente pode falar sobre isso aos poucos, certo?! Foquemos no nosso século XXI mesmo.

Margaret Henderson, uma jovem moça de cabelo loiro-acobreado, de vinte e dois anos — que, por sinal, gosta de ser chamada de Meg, — havia tomado a inovadora decisão de limpar o porão. Talvez o trabalho de limpar a casa não tivesse sido tão cansativo naquele dia, organizada como Meg era, e, por isso, teve a tola ideia de limpar o porão, local onde a família guardava todas as coisas que não queria, nem necessitava mais.

Havia caixas com brinquedos antigos, ferramentas enferrujadas que seu pai e seus irmãos não usavam mais, correspondências antigas, boletos pagos ou vencidos e materiais de limpeza, mas, com certeza, imaginativa como Meg era, vários objetos que haviam pertencido aos antigos donos da casa, aos primeiros donos, coisas misteriosas que ninguém havia se interessado em resgatar. E é aí que entram os séculos passados nessa história — sua casa era tão antiga quanto a Revolução Gloriosa e, por isso, julgava ela, guardava segredos que nunca foram descobertos.

Foi nesse desejo de encontrar algo precioso, alguma relíquia do passado, que Meg subiu numa escada um tanto bamba e acabou caindo no chão empoeirado e sujo do porão, não sem antes tocar numa espécie de caixa de papelão, bem acima da velha e alta estante.

— Ai — ela gritou um tanto exageradamente ao cair de joelhos no chão. Ficou ali, sem conseguir se mover por alguns minutos. A dor em suas juntas indicava que, mesmo aos vinte e dois, já não estava tão jovem para levar um tombo daqueles e já sair saltitante. Ralara os dois joelhos, agora havia notado. Começaram a arder assim que os notou.

— Está tudo bem por aí? — Martin, também chamado de Big Red por conta de seu chamativo cabelo ruivo, irmão mais velho de Meg, surgiu no topo da escada que dava acesso ao porão. Ao ver sua irmã se sentar com dificuldade no chão e levantar os joelhos ralados, desceu rapidamente ao seu encontro. — O que aconteceu?

— Eu... — Meg fez uma cara de dor. — eu caí da escada.

Big Red olhou para seus joelhos e, como se fossem curativas, simplesmente apertou suas mãos com delicadeza em volta dos joelhos de Meg.

— Não temos mais doze anos, Meggie — ele disse com um sorriso torto.

Quando seu irmão soltou seus joelhos, Meg os sentiu voltar a funcionar. Suas duas mãos foram puxadas pelo irmão para que ela ficasse de pé novamente. A pele dos joelhos, antes esticada, agora, de pé, estava afrouxada e com algumas pequenas gotas de sangue a secar. Meg notou que ardiam muito mais agora, mas estava tudo bem, era suportável.

— Posso voltar? Ou vai tentar se matar novamente nesse mar de poeira? — ele brincou. — Tem que lavar isso. — ele lhe advertiu.

— Tudo bem... Vou dar um jeito nisso aqui e já volto lá pra cima — Meg ajeitou o cabelo, amarrando-o num coque, esse era seu costume — Obrigada, Big Red — ela respondeu olhando para chão... ele realmente precisava de uma faxina.

Ah, e quanto à caixa? Naquele momento, Meg havia simplesmente esquecido.

Ah, e quanto à caixa? Naquele momento, Meg havia simplesmente esquecido

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