9. Capitulo Nove

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Harry Potter

A mala de Draco foi arrastada por todo o cômodo batendo por onde ele andava. Ele a esbarrou em mim de propósito ao passar do meu lado antes de me deixar sozinho no quarto. Eu ouvi a porta ser batida com força e o silêncio reinou outra vez no apartamento.
Eu estava sozinho. Eu havia feito aquilo. Draco nunca iria me perdoar, por seja lá o que ele sentia mais raiva de mim. Talvez por ter mentido todos esses anos, por ter gritado com ele...
Ele levou poucas roupas, deixou algumas e suas coisas todas aqui. Ele teria que voltar pra busca-las uma hora ou outra.

Eu me sentei na cama, olhei ao redor reparando que nunca de verdade estive no quarto de Draco. Eu entrava vez ou outra mas era diferente agora. Não era bem o quarto dele se ele havia tirado suas roupas e ido embora. O edredom branco estava levemente amassado, as cortinas brancas balançavam com a brisa que entrava pelas janelas abertas, o clima era calmo, calmo demais. Um choque de realidade me acertou, Draco sabia.

O que eu lutei pra esconder por anos, Draco sabia. Ele conhecia meus sentimentos e isso foi o suficiente pra ele surtar e ir embora da minha frente. Eu não estou surpreso, mas não consigo evitar o pequeno sentimento que grita dentro de mim, que acreditava ao menos um pouco que ele teria outra reação, que ele entenderia. Não seja tolo Harry Potter, Draco jamais teria outra reação, está sendo estupido em pensar nestas coisas.

Eu nunca vou me perdoar por ter jogado tudo isso no lixo. Por ter sido o culpado de estragar o pequeno momento de felicidade que você teve nos últimos dias, por ter sido a pessoa que não segurou a merda dos sentimentos e teve que fazer isso. Eu só queria não ser o culpado quando deitar minha cabeça no travesseiro e saber que, fomos de "Harry eu sou imensamente feliz por ter você ao meu lado" para "não me chame mais pelo meu primeiro nome".

Eu nunca imaginei que perder você doeria tanto, mesmo que você nunca tenha sido realmente meu.

Meu coração começou a ficar acelerado, e uma sensação de angustia começou a percorrer meu peito. Eu não deveria ter escrito nada, não deveria ter feito nada disso desde o começo. Ele poderia facilmente nunca mais olhar na minha cara depois disso, eu até entenderia, foi errado.

Peguei meu celular no bolso da calça, percebi que minhas mãos ainda estavam tremendo. Quando Draco empurrou o livro na minha direção, eu senti que minhas pernas fossem se partir e não iriam sustentar o peso da vergonha e culpa que eu estava sentindo. Mas sustentaram, e eu me mantive firme até ele acabar.

''Harry? é a Pansy. H. eu sinto muito mesmo por isso. Eu juro que não contei nada, as coisas saíram fora do controle."

" Harry? Desculpe a quantidade de mensagens. Preciso saber se você está bem, se Draco está bem! Onde vocês estão? Por favor, estou preocupada.''

"Potter. Eu vou aparecer na droga do apartamento de vocês se nenhum dos dois me dizer que está tudo bem!"

As mensagens com o número desconhecido chegaram de uma só vez. Era obvio que os amigos de Draco estavam envolvidos nisso. Eu não poderia culpa-lo de ter lido algo que eu deixei obvio por tanto tempo, mas ainda sim, ele teve um incentivo pra isso. Copiei o número e liguei.

— Potter!? Por Deus, Potter! Onde está o Draco? Ele gritou com você?

— Ele foi embora — Cortei a voz desesperada de Pansy.

— O quê? Pra onde?

— Eu não sei Parkinson! Que droga você fez?

— Eu nada! Blaise acabou soltando coisas demais, e Draco ficou bravo por estarmos escondendo coisas dele. — Ela explicou.

Inspiration > DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora