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16. Capitulo Dezesseis

Draco Malfoy

— Já disse que não precisávamos fazer isso, eu não estou bravo com ninguém! — Eu resmunguei mais uma vez.

— Draco, por favor. Não pense nisso como um jantar de reconciliação, pense como uma noite entre amigos — Harry disse soltando o cinto de segurança.

— Eles são seus amigos...

— Eu fiz dezenas de jantares pra Pansy quando você me pedia — Ele sorriu — Por favor querido.

Harry fez uma cara manhosa ao pronunciar querido, eu estava me acostumando com esses apelidos carinhosos que estavam se tornando meu ponto fraco.

— Já disse que não é justo me convencer a fazer as coisas com essa sua cara.

Eu soltei o meu cinto também, e pude ouvir a risada de Harry antes de bater a porta do carro. Ele estava usando uma camiseta azul escuro, e diferente de quase todas as vezes que eu o via, os cabelos estavam levemente arrumados pra trás. Harry não era mais o menino de dezoito anos que eu conheci no campus, ele já tinha feições de adulto, entretanto, ainda tinha a mesma áurea do garoto que eu adorava perturbar nos dormitórios.

— Você está bonito — Ele disse logo após tocar a campainha em um tom tão baixo que saiu quase como um sussurro. Quando o olhei para responder ele tinha apenas um sorriso nos lábios mas não me encarava mais.

— Harry! Draco! — Hermione exclamou logo após abrir a porta, ela abraçou Harry. — Que bom que vieram.

Entramos, Harry na frente e eu logo atrás. Tentei convencer Harry de que isso era desnecessário, admirava que ele queria fazer isto, mas ainda sim, a noite toda só me fazia esperar momentos estranhos e constrangedores, a não ser que ninguém tocasse no assunto.

— Ron está colocando a mesa — Ela continuou — Estávamos começando a achar que não iriam vir.

— Harry demora um pouco mais do que qualquer pessoa pra se arrumar — Eu respondi.

— Então não tem problema se eu contar que foi eu quem ficou meia hora esperando você escolher um cinto?

Hermione riu, ela indicou com uma das mãos para que nos sentássemos no sofá de sua sala. O lugar era muito aconchegante, não conhecia muito bem os amigos de Harry, mas sabia o quanto o amavam e ele os amava. O lugar era decorado em tons de amarelo e branco, com uma infinidade de pôsteres e quadros nas paredes. Em cima da lareira, vários porta-retratos estavam postos de decoração, fotos da Hermione, de Ronald, do casamento, de suas famílias, e pelo menos quatro deles com Harry.

— São nossas fotos de família — Hermione me tirou dos pensamentos. — Gostamos de deixar elas pela casa, tem uma de vocês dois na estante logo atrás de você.

Eu me curvei para olhar pra trás, era uma foto do casamento. Harry e eu de ternos, ele com um largo sorriso mostrando os dentes, e eu apenas sorria. Senti vontade de pedir pra ela aquela foto e poder colocar na nossa lareira também.

Alguns segundos depois Ronald estava reunido conosco na sala. Nós quatro ficamos sentados durante um certo tempo conversando. Hermione sempre estava interessada no que Harry estava trabalhando, assim como ele ficava fascinado com ela contando sobre suas aulas. Eu não pude deixar de me importar com o simples gesto que Harry teve comigo durante aquela conversa, toda vez que entrávamos em um assunto delicado, ou que fizesse qualquer menção a nossa briga, Harry segurava minha mão com um pouco mais de força, ele não a soltou em nenhum momento.
Era o jeito de Harry, mesmo em silêncio, mostrar que estava tudo bem, que ele estava ali comigo.