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Após tomar um pesado café da manhã, pego os livros e a bolsa jeans e corro, pois o ônibus estava para passar. No entanto, me esqueço de fechar a porta e Dom acaba escapando, sumindo rapidamente do meu olhar, porém escuto a buzina do ônibus, que era bem escandalosa. Ao longo do caminho perco-me em pensamentos, lembranças que vagam em minha mente e a imagem daquele garoto que tanto sorria para mim e fazia meu coração acelerar loucamente.

No entanto, eu não sabia o que fazer, pois o fato de senti-lo em meus sonhos e não saber onde encontrá-lo me intrigava e desanimava. Acordo daquele longo pensamento com o freio do ônibus e o burburinho dos calouros para chegarem aos seus amados cursos. Logo que desço e olho rapidamente para o lado, misteriosamente lá estava Dom, porém não pude olhar por muito tempo, pois alguns calouros necessitavam de apoio, afinal de contas, física nunca foi fácil para ninguém.

Assim meu dia começa, à base de fórmulas e monitoria para os períodos iniciais, apesar de sentir que tem alguma coisa errada comigo e sempre que tento pensar melhor sobre os fatos, a dor em minha cabeça volta. Enquanto estava perdido olhando pela janela da sala, tive a sensação de estar sendo observado, e o pior, sabia que era Dom. Eu o vi outras vezes esta manhã, mas ele não estava muito perto, só me observava de longe, com um tipo de cautela, ou quem sabe, medo.

Na saída da faculdade, eu estava acompanhando alguns calouros até o ônibus e tive certeza que o gato, que caminhava ao meu lado, estava a ponto de arranhar a perna do primeiro que cruzasse seu caminho. Ele até mesmo mordeu uma garota que tentou lhe passar a mão. Pelo visto, ele era realmente orgulhoso. Ficou emburrado até eu entrar no ônibus, mas quando eu quis pegar ele no colo para levá-lo junto comigo, o pequeno felino já havia voltado para as sombras, e eu não vi mais nem a ponta de seu rabo.

O Assassino da Lua 🌒 DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora