Capítulo 9 - Fred

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Estou encostado em meu armário há uns quinze minutos aguardando por ela. O vai e vem de gente chegando para as primeiras aulas do dia já começou e a maioria deles passa e me cumprimenta. Larguei minha bike no estacionamento de qualquer jeito com medo de perder o momento de sua chegada. Mas antes dela sou surpreendido por Leandro, Sam e Tuca.

_ E aí, irmão? Tudo em paz? – Tuca me pergunta.

_ Vai ficar daqui a pouco. – respondo enquanto bato em sua mão.

_ O que houve?

_ Preciso ter uma conversa com a Lissandra.

_ O que foi agora? – Sam pergunta.

_ Adivinha... – meu irmão diz. – Ela quase voou ontem em cima da Mari quando viu os dois juntos no luau. Tive que sair do meu papo com a Cindy pra ir salvar a gazela do meu irmão.

_ Vai se ferrar, Leandro. – passo as mãos pelo meu rosto e reviro os olhos.

_ Ela não vai desistir nunca? – Sam pergunta olhando direto pra mim. – Essa menina me parece meio psicopata, eu sei lá. Ela já não é lá um exemplo de virtude, agora também não me parece um exemplo de sanidade.

_ Não sei qual é o problema dela contigo, brother, mas boa sorte. Acho que você vai precisar. – Tuca me dá um tapinha nas costas e fala: _ Tenho que ir, gente. Vou ver a Lu antes da aula. Vejo vocês no intervalo. – e sai correndo.

_ Bom, tenho prova agora, então tchau pra vocês dois. – Leandro coloca sua cadeira para andar e some das nossas vistas.

_ Que enrascada, hein?

Chuto uma pedra.

_ Eu que o diga, Samanta.

Ela me abraça e diz:

_Se precisar, sabe onde me encontrar. – ela beija meu rosto e sai andando devagar.

Volto a observar para ver se ela está vindo, e o que vejo é Cindy correndo com seus materiais em mãos. Ela me vê e não para, mas eu a pego pelo braço.

_ Espera aí um pouco. Nós dois precisamos conversar.

_ Sobre o que? – ela me pergunta de forma ríspida.

_ Quero saber por que você não estava na festa com o Leandro.

_ Porque eu tinha que cuidar das minhas coisas.

_ Nosso combinado não é esse, Cindy.

Ela me olha com raiva e grita comigo:

_ Eu já estou de saco cheio do nosso “combinado”, Frederico. De saco cheio.

Levo um susto com a forma como ela fala comigo.

_ Que história é essa, Cindy? Você sabe que eu preciso de você.

_ É a mais pura verdade. – ela finge olhar pra alguma coisa em suas anotações.

_ Não faz isso, pelo amor de Deus. Preciso de alguém com ele.

_ Já pensou que talvez ele queira fazer as coisas dele por ele mesmo? Você já sentou alguma vez e já questionou isso pra ele, Fred?

Fico calado olhando para ela que está me encarando.

_ Eu sou o irmão dele. Eu sei do que ele precisa.

Ela ri com desdém e sai andando:

_ Você não sabe de merda nenhuma. Me dá licença que eu estou atrasada. – e me deixa no corredor sozinho, olhando pro nada. A Cindy nunca falou assim com ninguém. Que rebeldia é essa dessa garota? Fico tão distraído com o que ela acabou de fazer que quase perco a Liss passando por mim com aquelas amigas esquisitas dela. Mas não passou de um relapso. Quando a vejo entro na sua frente e falo:

Aos teus pés (Caps Para Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora