Capítulo 11 - Fred

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Ela está ao meu lado no carro agora, tentando não ficar vermelha de vergonha e é isso que eu acho mais lindo nela, além dos olhos azuis e dos lábios rosados, os cabelos macios e loiros e o corpo perfeito. Resumindo: Tudo nessa mulher me tira do eixo.

Quando eu a vi ao lado do Leandro hoje à noite, toda a tensão que eu carreguei nas costas a tarde toda na expectativa se ela apareceria mesmo ou não, sumiu. Desde segunda, quando conversei com a Liss e ela pareceu entender de uma vez por todas que nosso lance acabou, fiquei louco para encontrar a Mari de novo, contá-la a respeito e ver como ela vai reagir. Só que eu sou um paspalho. O simples fato de tê-la aqui dentro do meu carro, me seguindo para onde quer que for sem me questionar me deixa sem palavras.

_ Então... Belo jogo. De verdade! – ela quebra o silêncio entre nós e eu a olho de relance.

_ Foi um jogo bom. A gente pensou que eles nos dariam mais trabalho, mas foi bem tranquilo. Levamos a vantagem da vitória para o jogo de volta. – começo a subir o morro.

_ Não entendo muito de futebol, sabe? – ela parece parar e pensar em algo. – Na verdade eu não sei nada de futebol! – ela enfatiza o nada para mim e eu acabo rindo. – Mas me pareceu de verdade uma boa partida. Tirando, claro, aquele tanto de chute que você levou durante a partida toda. Seu irmão ficou me zoando porque eu fechava os olhos de desespero e...

Sorrio largamente sem conseguir me conter. Acho que ela não percebeu o que acabou de me dizer.

_ Você fechou os olhos porque estavam me chutando? – arqueio uma sobrancelha e ela me olha agora ciente da revelação que fez e abre a boca para dizer algo, mas as palavras acabam não vindo. Ela as troca por outras.

_ É claro! Tenho pavor de violência.

_ Faz parte do jogo. Mas pode ficar tranquila, ninguém me machucou. – pisco pra ela e agora sim, ela está vermelha e eu estou ficando louco com o cheiro do shampoo dessa garota. Quero cheirar seus cabelos até perder os sentidos.

Mari parece perceber que não estamos indo para nenhum bar ou boate, restaurante ou coisa do tipo, porque olha para frente vendo o morro que estamos subindo e depois me olha.

_ Onde nós estamos indo mesmo? – ela enfim me pergunta.

_ Em dois minutos você vai saber. – digo enquanto coloco o carro para correr um pouco mais.

Eu venho para esse lugar desde que cheguei em São Miguel. Eu o descobri em um dia que estava de saco cheio de tudo e resolvi sair andando de carro e acabei parando aqui, sem mesmo saber como, e passou a ser um dos meus lugares favoritos nessa cidade.

Algumas pessoas além de mim também conhecem esse espaço, mas creio que assim como eu preferiram guardá-lo para alguns poucos conhecidos. Eu nunca trouxe ninguém aqui, mas ela... Bom, ela merece conhecer tudo o que tiver de mais bonito nesse mundo. E esse mirante é um desses lugares.

Estaciono um pouco distante do pico e dou a volta para abrir a porta para ela. Ela sorri quando sai do carro e no escuro seus olhos azuis são ainda mais lindos. Não consigo conter um sorriso.

A brisa fresca bate entre nós e eu falo:

_ Espere só um pouco, preciso pegar uma coisa no porta-malas.

Corro até a parte traseira do meu carro e tiro de lá a cesta que eu trouxe. Ela me olha de um jeito esquisito e pergunta:

_ O que é isso?

_ Nossa comemoração. – eu digo e tranco o carro, mas deixo o som ligado e as janelas abertas. Volto para perto dela, que dá uma risada sem entender.

Aos teus pés (Caps Para Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora