Medos guardados.

172 26 20
                                    

Vou ter nem a cara de pau de me desculpar, decidi voltar aqui pelos comentários que sempre recebi, e por ver que tinham pessoas que gostaram da minha história, então farei esse capítulo teste, se vocês realmente quiserem a história de volta, comentem, que isso me dá o gás pra tentar continuar isso
*******************************************
(Nicole)
Foi uma noite em que eu simplesmente não consegui pregar os olhos. Olhando o teto, pensando, pensando em tantas coisas, que eu até arriscaria dizer que não estava pensando direito em nada.
Mas posso dizer que por um lado esse intercâmbio me fez bem, já que assim como meus pais me queriam longe, tudo que eu mais queria era estar longe daqui, longe deles, longe dessa parte de mim. Creio que se minha mãe soubesse o quanto o intercâmbio me fortificou, ela ficaria desolada.
O que à minha família causaria pânico, caos, escândalo, eu descobri ser quem eu sou.
Passei tanto tempo pensando no atual momento, no momento em que eu voltaria para essa cidade, depois de ter visto que o mundo é muito maior que isso aqui, achando que quando eu chegasse eu entraria com o pé na porta, jogando tudo pelos ares, tacando um foda-se para tudo.
Mas a verdade é que as vezes é muito mais fácil se sentir segura para ser quem é quando está longe, quando não tem a quem agradar, nem a quem temer. Eu achei que estava forte, que voltaria com tudo, mas parece que voltar para casa me deixa fraca, com medo, me traz de volta à pele daquela garota de 17 anos que um ano atrás sentiu que não valia nada.
Eu odeio me sentir assim, mas no fundo me questiono se não sou eu que estou me permitindo voltar para essa posição, se ao passar pela porta de casa não fui eu que me coloquei na estaca zero.
Tentei me achar no quarto e não me encontrava, essas paredes me parecem mentirosas, e esse guarda-roupa não me serve. Estive tanto tempo presa aqui, que foi só ficando longe e voltando que pude ver que não existe um mísero detalhe meu aqui.
Eram 6:47 da manhã, eu encarava a janela quando ouvia minha porta abrir, me virei e pude ver minha mãe entrar, ela me olhava com um olhar tão culpado, um olhar de saudade, mas eu não queria vê-la como alguém que sentiu minha falta, como poderia? Ela quem me mandou embora.
– Filha? – diz ela se aproximando, como se quisesse me dizer algo, seu olhar parecia tão fraco, tão longe. Ela respirou fundo, fechando os olhos e arrumando a postura, e voltando para a postura que eu estava acostumada a ver, a postura de alguém que nunca aceitaria estar errada – Eu fiz o café, tá lá na cozinha, só descer.
– Não estou com fome, mas obrigada.
– Ok – disse se virando de volta para a porta, e ao atravessar se virou novamente para mim antes de fechá-la – É bom que você esteja de volta – soltei um leve sorriso, quase como se eu acreditasse que viria algo bom – espero que minha filha esteja de volta também – e.... não. É, não foi dessa vez, foi quase galera, nada mudou.
Será que voltar não passa de uma ilusão de que eu conseguiria mudar as coisas? Que eu poderia me impor? Mas na verdade eu nunca conseguiria andar aqui, porque aqui eu estou sempre acorrentada, e eu não nasci para correntes. (pelo menos não essas né? kkkk, ok desculpa).
Ela saiu do quarto e eu só conseguia pensar em o quão errado era eu estar ali, voltar e dar esperanças a eles, voltar só pra decepcioná-los mais uma vez. Voltar só pra me permitir ser magoada e negada, mais uma vez...
Não vou me permitir fazer isso.
Eu mereço ter a chance de andar, de correr, de viver. E eles merecem ter a chance de não terem seus planos atrapalhados por mim.

********************************************
(Doc)

Acordei cedo, mas descobri que foi pra porra nenhuma, já que o meu chefe mandou mensagem dizendo que hoje ele não iria abrir o bar.
A vida pós ensino médio é bem estranha na verdade, mas eu sempre dei meu jeito para sobreviver às mudanças, dessa vez não foi diferente.
Arrumei um trabalho, passo o dia enchendo copos e mais copos de bebida, ouvindo 35 histórias de corno diferentes, e volto para casa um pouco bêbado, porque sinceramente, só assim pra aguentar.
Sentei no sofá do meu apartamento, era um lugar pequeno, no centro, mas dava pra viver. Quando o relógio marcou 8h eu terminei de comer e decidi voltar a dormir, mas foi nesse momento que a campainha tocou.
Fui de encontro a porta sem entender muita coisa, e menos ainda ao abrir e me deparar com uma ruiva com um sorriso e umas 5 malas no corredor:
– Fala Doc, tá afim de alguém pra ajudar com o aluguel? – disse Nicole já entrando, nisso que dá ser um amigo legal, você da amor, e acaba dando espaço para amigos FOLGADOS! – E coloca uma calça! – disse ela sem nem olhar pra mim.
– A casa é minha. – disse sério – e essa cueca é super confortável. – falei fechando a porta, tendo em mente que algo aconteceu, mas quem vai sofrer sou eu que vou ter que dividir meu espaço com uma ruiva furiosa que mal entrou na minha residência e já tá tirando os pacotes de salgado da mesa da sala. Me desejem sorte.

********************************************
Gente esse capítulo é curto por ser mais um teste, se vocês quiserem que eu volte com a fic por favor comentem.
Muito obrigada

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 09, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

All Of Me. (Wayhaught)Onde histórias criam vida. Descubra agora