1. Prólogo

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1. Prólogo

Stratford, Ontário, Canadá — Maio, 2014 às 10h00 AM

Point Of View Laverne Grace Rampton

Uma vez perguntaram para os meus pais o porquê eu nunca podia brincar com meus amigos ou levá-los em minha casa. A resposta foi apenas um sorriso de minha mãe, tímido, antipático, e fechado, acompanhado de uma frase: "ela não gosta de brincar". De fato, eu não gostava de brincar, mas, não era algo por opção. Era apenas algo que nunca pude decidir. Então me acostumei. A verdade, era que eu sempre tive a minha irmã. E ela sempre fez tudo para que nós duas só precisássemos de nós duas, porque ela dizia que nós não podíamos contar com ninguém e que isso seria uma lição para a nossa vida. Eu cresci ouvindo isso. E cresci vendo que isso era a mais pura verdade.

Eu cresci em uma família de mafiosos. Cresci gostando de perguntar para os meus seguranças qual vestido ficava mais bonitos para certas ocasiões. Cresci sendo ensinada a dirigir por caras que andavam armados dentro de minha casa. E o melhor de tudo, sem dúvidas, foi eu ter gostado de ter sido criada assim, no entanto, eu não tinha os meus pais presentes. Eles sempre estavam em algum lugar, enquanto eu estava com a minha irmã em casa, lutando, vendo os seguranças usando suas drogas e algumas putas circulando por nossa casa. Isso era normal, afinal, só havia homens em minha casa, largados por seus chefes com a única ordem: cuidem, protejam e ensinem as minhas filhas a serem tão boas para sobreviverem.

De fato, isso aconteceu. Com 12 anos de idade eu estava com uma arma em mãos e o objetivo era simples: atirar em garrafas. Era legal, confesso. E era uma das partes do dia em que eu mais me divertia. Contudo, o tempo passou, eu cresci, evolui e assim como eu evolui, o objetivo dos alvos também.

Com 14 anos matei um dos seguranças do meu pai, porque ele tentou me estuprar. Basicamente, acabei matando mais outros 5 homens por causa disso. Nunca me senti tão realizada.

Em algumas noites eu fugia, às vezes, para algumas festas que minha irmã me levava. Eram legais, mas não tinham nada do que eu não pudesse ter em casa. Eu via muitas pessoas indo apenas para beberem e usarem suas drogas. Mas eu tinha isso em casa. Eu queria outra coisa. Algo diferente. E tive. Acabei por perder minha virgindade com um cara dentro do banheiro de um posto de gasolina. Foi legal, confesso. Mas nunca mais o vi. E eu demorei esquecê-lo.

No entanto, minha irmã se apaixonou por um cara. Ela vivia com ele. E eu amava vê-la sorrir. Nós acabamos nos distanciando um pouco, mas eu não liguei para isso, porque eu sabia que ela estava fazendo o que ela achava melhor. Eu ficava feliz, mesmo com saudade. Contudo, às coisas começaram a desandar quando os meus pais descobriram a verdade. Eu não entendi, ao certo, qual foi o motivo pelo qual tudo parecia absurdo demais, mas acabei descobrindo depois que minha irmã estava namorando um cara com quem meu pai tem grandes dívidas. Eu não sabia de que tipo de dívida era essa. Minha irmã, aparentemente sabia, mas nunca me contou. Da mesma forma da qual nunca me contou quem era o seu namorado.

Porém, tudo nessa vida, muda.

Inclusive o rumo que você vai tomar na sua vida.

E bom, foi exatamente isso o que aconteceu.

Minha irmã foi assassinada 1 ano depois e seu corpo foi despedaçado em frente a porta de nossa casa. Não havia cabeça, nem os dedos, mas havia cabelo, dente e unhas para comprovar.

Eu acho que, nem os pensamentos e angústias que eu sentia ao pensar que eu poderia perder os meus pais a qualquer momento, conseguiu ser comparado com o sentimento que senti quando soube do assassinato.

Eu e minha irmã éramos almas gêmeas. E eu a amava mais do que qualquer outra pessoa no mundo inteiro.

Com raiva, eu revirei todo o quarto dela. E adivinhem? Achei uma tábua do piso solta. Lá estavam coisas que eu nunca imaginei que estariam.

Bom, pelo menos eu achei o que eu queria.

Havia um diário e três fotos. O nome do namorado de minha irmã não ficou claro para mim. Mas havia três nomes no diário. E ela escrevia sobre esses três nomes.

Jaxon Bieber, Justin Bieber e Jeremy Bieber.

E eu já havia escutado falar sobre eles. Pensei em perguntar as meus pais, mas eles estavam ocupados demais tentando bolar uma vingança ou um plano enquanto o corpo de minha irmã apodrecia em um freezer no porão. Minha mãe disse que o melhor plano era matar a filha mais nova de Jeremy como uma forma de "estarmos quites", mas meu pai não aceitou. Disse que iria pensar em algo melhor.

E bom, se passaram 5 anos, e até hoje ninguém pensou em algo melhor. Na verdade, parece que fizeram um acordo. Um tipo de trégua. Mas eu nunca irei aceitar isso.

Na verdade, eu pensei em algo melhor.

— Aceita uma taça de vinho, champanhe ou um copo de água? — a governanta diz, sorrindo de lado, fazendo-me negar, educadamente.

— Um copo de água seria o suficiente, por favor.

Sua cabeça se mexe em positivo rapidamente e seus passos são direcionados para fora da grande sala de estar. O segurança troca breves olhares comigo, fazendo-me manter minha pose firme, olhando-o.

— Irei chamar o chefe para você. Espere um momento, por favor. — Educadamente sua cabeça se mexe em sim, e concordo novamente, virando-me contra uma grande janela de vidro, dando-me uma visão grande do jardim. — Chefe?

O porta-retrato em família deixado de canto em cima da lareira da sala, me faz rir baixo. Tenho tantas fotos assim com os meus pais. É incrível o poder de um sorriso e de como ele consegue passar uma imagem tão... Falsa.

— Bom, eu espero que você esteja certo, pai, porque senão irei deixá-lo apodrecer atrás das grades.

Hoje os meus pais estão presos e isso aconteceu há cerca de 1 mês. E sim. Eu fiz a denúncia. Eu mandei os meus próprios mais para a cadeia. Mas, não. Não pense que isso foi a forma de vingança. Foi um combinado. Bom, para eles foi combinado, mas, a verdade é que....

Esse foi apenas o primeiro passo para algo muito grande.

Risha Lee Rampton, minha irmã, escreveu em seu diário que ela foi estuprada quatro vezes por ele. Eu não sei quem é o ele. Mas ela descrevia-o de uma forma... Que eu sei que irei saber. Ele a chamava de docinho. E todas às vezes que isso aconteceu... Ele perguntava se ela era uma boa garota, em questão de saber se ela iria abrir a boca ou não.

Quatro vezes estuprada por causa de uma ameaça.

E advinha?

Ela estava apenas me protegendo. Porque se ela não fizesse o que ele mandava, de acordo com ela, ele iria me matar.

— Senhor? — O segurança bate duas vezes na porta de madeira, ouvindo um entre. — Chegou algo para você.

— O que? Agora? O que chegou? Eu estou ocupado hoje. Santa paciência, é sobre o fechamento da boate? Eu sabia que isso em daria problemas. Minha irmã é uma incompetente. — Bufa, andando para fora de seu escritório, seguindo reto em direção à escada.

Esse deve ser o filho mais velho. Justin Bieber.

— Senhor. — Seu segurança o chama novamente, parando perto da escada.

O rapaz para na escada, olhando-me na sala ao virar o rosto.

Eu sorrio.

— Oi.

Quem é você?

— Eu sou a cláusula de um acordo entre Matthew Rampton e Jeremy Bieber — digo, deixando o copo de água na mesa de centro — Prazer, Justin Bieber, nós temos negócios para tratar.

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