Capítulo Onze

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"cheguei" mando para ele

"a porta de frente de casa da fechada, já q tá td mundo aqui em casa tá dormindo" ele digita "quer fazer oq?"

"sla, tem uma porta dos fundos um caminho fácil pra sua janela?"

"porta dos fundos, vai lá"

Levo minha bicicleta até os fundos, com um quintal extremamente grande e com direito a piscina. Apoio minha bicicleta na parede ao lado da porta e espero Alec abrir a porta de madeira escura, depois de alguns segundos ouço o som de uma chave e algo metálico do lado de dentro e a porta se abre. Seu cabelo está todo bagunçado e embaixo do seus olhos há grandes olheiras, ele está descalço e veste um shorts azul escuro bem curto e uma camisetona preta com a estampa ridiculamente bonitinha de uma cachorro com roupas de médico dizendo "Trust me, I'm a dogtor".

- Oi - ele sussurra.

- Oi - sussurro de volta, de maneira estupidamente idiota. Só de vê-lo parecia que estava tendo um ataque cardíaco. Tiro meus tênis e entro na casa, caminhamos silenciosamente até seu quarto e quando entramos ele fecha a porta.

- Pronto, agora dá pra falar normalmente. Por que está aqui? - ele pergunta, se sentando na cama desarrumada, com um notebook em cima dela.

- Queria te ver - me sinto extremamente idiota de admitir isso, também achava impressionante conseguir olha-lo depois do sonho que tive.

-Tá tudo bem mesmo, tipo só queria me ver?

-Sim, tudo normal, normalíssimo. - Fico vermelho ao olhar para ele.

- Hm tá - ele fala, não parecendo acreditar na minha resposta. - diga a verdade Ed, o que houve?

- Eu... só queira te ver - digo de novo, em alto e bom som, mesmo que isso faça meu rosto corar.

- Você é tão fofo - ele fala, puxando meu pulso para me fazer sentar ao seu lado. Ele olha pra mim de maneira que me faz ficar envergonhado e mesmo tentando com todas as minha forças, acabo olhando para seu olho castanho. Ele aproxima nossos rostos lentamente, talvez para me provocar já que estava estampado na minha cara o quanto eu queria aquilo.

- Posso fazer isso? - ele está tão perto que nossos lábios roçam, concordo igual a um idiota com a cabeça e ele se aproxima mais, me beijando suavemente. Meio hesitante, coloco minha mão em sua bochecha e o puxo para mais perto, pedindo passagem com a língua e em menos de um segundo, o beijo suave vira um cheio de desejo e luxúria. Mais cedo do que queria, Alec separa nossas bocas e diz:

- Foi seu primeiro beijo de língua? - era uma pergunta com uma resposta óbvia então me limito a concordar envergonhadamente com a cabeça. Ele dá um sorrisinho e me beija de novo e sinceramente não sei por quanto tempo ficamos fazendo isso, só percebo que se passou muito tempo quando olho distraidamente para meu celular e já são 8:15.

- Puta que pariu - digo, me perguntando se deveria ir para casa.

- O que? - Alec pergunta, movendo o notebook para sua escrivaninha.

- Já são 8:15, suas mães não deveriam estar acordadas? - ele volta a se sentar do meu lado e dá de ombros.

- Como é domingo, elas só vão tentar me acordar mais ou menos às 10:00 - ele dá um sorriso malicioso.

- Não vou poder ficar aqui até às 10:00. - seu sorriso se desfaz, mas ele abre outro logo em seguida, ficando de joelhos em cima da cama e se sentando no meu colo. Os flashbacks do sonho aparecem na minha mente quase que automaticamente, fico com medo de ficar excitado, mas também com medo de recuar e Alec pensar que estou rejeitando ele.

- Alec...calma - ele me cala com beijos intensos e ardentes. - Sério, Alec - coloco minhas mãos em seus ombros e o afasto, ele parece triste com a separação repentina. - Não estou te rejeitando... é só que - não faço a menor ideia de como dizer isso de maneira aceitável. - é que eu não quero ficar... "animado" demais. Se é que me entende. - com meu rosto quente, Alec só dá uma risada alta e continua a me beijar e eu não reclamo porque sou fraco de mais pra isso.

Quando sinto que seria uma boa hora para parar e talvez tentar ir para casa passando despercebido pela família de Alec, ele decide ir mais além do que só beijos e levantando do meu colo, se ajoelha no chão. No mesmo instante entendo o que ele quer e nego com a cabeça:

- Alec, não agora. Sua família toda está em casa, não é um bom momento. - Ele apoia sua cabeça em meu joelho.

- Não seja medroso, ninguém vai escutar ou suspeitar. - ele fala em um tom sedutor.

- Tenha um pouco de bom senso, Alec. Aqui e agora não. - ele parece ficar triste e bufando, fica de pé na minha frente. Abraço sua cintura. - talvez na próxima vez, ok? - completo. Ele dá um sorriso e fala:

- Vou cobrar - ele me beija de novo e antes que fiquemos mais meia hora ali, me levanto.

- Acho melhor ir para casa. Seria estranho suas mães acordarem e me verem aqui. - ele concorda com a cabeça e anda até a porta, a abrindo. Caminhamos silenciosamente, mas em algum momento do caminho, piso em algum brinquedo de Koby, fazendo um som ironicamente alto. Alex vira pra mim com uma cara como se estivesse se perguntado como fiz aquilo, por instinto os dois param no meio da sala e esperam para ver se acontece algo.

- Alec? - uma de suas mães aparece no mezanino com um robe e aparentemente sem nada por baixo. - Edward? - olho para Alec em busca de ajuda e tudo que ele fala é:

- Tínhamos um trabalho da escola - balanço a cabeça, tentando não rir de sua péssima desculpa.

- Eu... - respiro fundo, era melhor não mentir. - eu só queira ver o seu filho, mas como ridiculamente cedo achamos melhor ser discreto. - dou de ombros e a vejo dar um sorriso enquanto desce as escadas.

- Já estava de saída? - ela aperta mais o robe bordô.

- Sim

- Você pode ficar mais - Alec diz, segurando minha mão.

- Estou aqui desde as 7:40, tenho que ir pra casa - digo, tanto para Alec tanto para sua mãe.

- Ok... vou fazer um café de qualquer maneira. - ela se desce e entra na cozinha. Alec, que ainda segura minha mão, anda até a porta dos fundos e a abre, pisando com os pés descalços na grama.

- Tchau, então - ele fecha a porta atrás de mim e me observa calçar os tênis.

- Tchau - dou um beijo nele e seu olhar fica triste. - Não fiquei assim Alec, estou aqui desde as 7:40 e agora são 9:00. - ele concorda com a cabeça sem ânimo nenhum, entrelaço nosso dedos e levo minha boca até seu ouvido - juro que na próxima vez te levo em um encontro - sussurro, pensando que a próxima vez vai ser provavelmente no próximo fim de semana, já que no meio da semana seria difícil. Ele sorri de novo e me beija, com a animação renovada subo na bicicleta e pedalo de volta para casa.

*Mais um capítulo ae!

flw*

Através do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora