Através do Caos

Capítulo Oito

O início da quinta feira é normal como todo os outros dias, todas as aulas também (no caso eu tentando prestar atenção e a galera em minha volta falando sobre qualquer coisa) a única diferença desse dia foi que Alec não parava de pedir desculpa pela piada do Ben 10, que sinceramente eu nem me importei tanto. E o final do dia foi eu dando uma revisada nas minhas 40 folhas de revisão para a prova gigante que eu teria na sexta.

Sexta, acordo desejando estar doente mas infelizmente não estou. Fico todo o período em casa emburrado e só abro um sorriso quando, no caminho da escola, vejo Alec pedindo uma carona.

- Eae, ta interessado? - ele me lança um sorriso malicioso, em resposta reviro os olhos e com um gesto mando ele subir na garupa. Chegando na escola Paige, Kim e Jaime estão do lado de fora conversando, eu e Alec caminhamos até ele.

- mas com certeza os illuminati dominam a terra. - chegamos no exato momento que Kim diz essas palavras.

- que mentira, Nego Ney domina a terra. - Paige reclama, aparentemente fazendo uma piada que ninguém conhece.

- mano, cês são retardados? Obviamente é o capeta, os satanistas são o exército dele. - Jaime diz, muito convencido da resposta dele.

- Mas o capeta não existe. - chego na conversa. - nem Deus. - completo.

- Sinto cheiro de niilismo. - Kim diz, fungando. Dou de ombros, não me identificava como niilista, talvez mais para existencialismo.

- Mas como vocês chegaram nessa conversa? - Alec pergunta.

- Começamos falando em como você e o Edward dariam um bom casal, e depois começamos a discutir sobre pintos e depois paramos em como Freddie Mercury era gay...daí chegamos nesse assunto. - Jaime responde.

- Ata – Alec diz, aparentando não se importar quando dizem que damos um bom casal. Não que eu me importe, porque eu não me importo... não teria o porquê eu me importar. Eu não me importo.

Talvez sim. Na... real, não.

Mas lá no fundo. Não também, cala boca Edward. Para de pensar.

- Ed? Cê ta bem? - Alec passa a mão na frente da minha cara. - parece que tava pensando na morte da bezerra.

- Hã... tava pensando na prova. Deve ta difícil.

- Puta merda, que prova?! Eu não estudei, Kim ta ligado aquele esquema né? - Jaime entra em desespero.

- É uma prova só pra mim, rever o que eu sei das matérias. - ele parece se acalmar um pouco.

- Ah, que merda pra ti, cara. - ele diz, talvez estivesse certo.

- Também entrei atrasada a uns 2 anos atrás, é uma bosta aquela porra, difícil pra caralho. - Paige fala, na tentativa de me acalmar.

O sinal bate e diferente deles entro em outra sala, que só tem eu e uma professora que parece estar muito triste com a vida.

- ....Oi... - ela só repara em mim quando cumprimento ela.

- Bom dia, querido. Espero que seu dia seja melhor que o meu. - ela pega umas 15 folhas grampeadas que estava em baixo das suas pastas e dá na minha mão. Em seus olhos consigo ver "se fode'. Como não tenho noção do ridículo, pergunto:

- Por quê? - pior pergunta que já fiz na minha vida. Ela dá um longo e pesado suspiro e começa:

- Só hoje de manhã descobri que estava sendo traída e que meu filho fuma maconha. Além de que minha irmã vai se casar com um cara muito vagabundo e ela é a única na família que não enxerga isso. O que eu fiz para merecer isso, Senhor?? - ela começa a chorar e se lamentar, tudo que faço e sentar em uma das várias carteiras que tinha na sala e fazer minha prova de humanas.