Através do Caos

Capítulo Dezesseis

EDWARD P.O.V.:

  O tempo passou tão rápido, mesmo com a chegada do verão, o clima continua fresco em Lismore, o que em grande parte deve-se a grande quantidade de natureza. Já completei meus dezessete anos e a data não passou em branco, mas também não foi comemorada com empolgação, principalmente da minha parte, pois como sabem, quanto mais o tempo passa mais nos aproximamos do fim.

Muitas das minhas teorias sobre essa cidade acabaram se provando falsas, como o lugar não ter nada interessante, com pessoas chatas e uma vida sem graça, a verdade é que estou adorando ficar aqui, pois nunca fui tão acolhido por um grupo de pessoas.

Minha relação com Alec apenas aumentou, nos conhecemos de forma bem íntima, e até nossas mães desenvolveram uma boa amizade, sem contar no tempo que eu passo na casa dele e ele na minha. Com a chegada das últimas provas, e o desespero de Alec, Jaime e Paige, eu e Kim nos tornamos professores por um tempo (o que em parte me faz lembrar de meu pai). Mas com nosso esforço, que não foi pequeno, tudo isso passou e a escola está oficialmente terminada.

Acordo logo aos primeiros raios da manhã, estou feliz por hoje ser oficialmente a minha primeira segunda-feira sem aula. Sei que deveria começar a pensar na faculdade ou algo do tipo, e pretendo, mas daqui a uns seis meses...

Desço as escadas tentando não parecer tão animado com algo tão banal quanto o fim das aulas. Me sentando a mesa. Minha mãe já está na cozinha preparando waffles, e o café já está na mesa.

-Bom dia filho!! A comida já está quase pronta.

-Bom dia mãe. - encho minha xícara de café.

Comemos em silêncio por algum motivo, e o dejejum estava delicioso e estranhamente calmo, até que ouço algumas esmurradas na porta e vou atende-la. Logo que abro me deparo com Alec chorando copiosamente, uma cena que na hora quebra meu coração, seu rosto estava vermelho e encharcado de lágrimas.

-O que houve? - o aconchego em meu corpo e sentamos no sofá da sala, enquanto ele encharca o meu ombro e a minha camiseta com suas lágrimas.

-foi estranho... - ele fala soluçando

-Você sabe que pode me contar.

FLASHBACK ON- ALEC P.O.V.

Acordo com o barulho de alguma discussão na sala que penso ser minha irmã tentando convencer nossas mães de deixa-la por um piercing vaginal, de novo, mas logo ao sair de meu quarto vejo pelo mezanino uma cena completamente diferente na sala de estar.

Me agacho no chão olhando tudo por entre as brechas no parapeito, e antes mesmo de entender um pouco do que está acontecendo, sento a tristeza e o nervosismo assolando a área.

Minha mãe Amy estava chorando apoiada em Skye que estava completamente fora de si discutindo com um casal, a mulher, pelo que conseguia ver do alto, era loira, baixinha e tinha cabelos compridos; enquanto o cara tinha porte médio e cabelos pretos e escuros.

-Na época estávamos com dificuldades financeiras - a mulher fala com força - mas agora estamos recuperados e podemos dar uma base familiar muito mais estruturada que vocês duas no Canadá.

-Nós o acolhemos desde pequeno! - Skye diz com raiva para a mulher, mas sei que essa raiva excessiva dela, acontece em momentos de grandes tristeza ou desespero, fazendo minha pele ferver. - Quando sofreu o acidente e lesionou seu olho nós demos o suporte, cuidamos, nós o amamos.

-Duas mulheres não tem a mínima estrutura para dar futuro á alguém. Ele é nosso filho biológico. Vamos entrar na justiça em uma semana, e é o que damos para falar com ele. - o homem impõe.

-Alec é o nosso filho. - Amy diz entre lágrimas, me fazendo perceber que quem também estava se debulhando e lágrimas, com os meus dentes rangendo, o corpo tremendo e completamente descontrolado. A minha família são Amy, Skye, Abby e Koby.

Sem nada na minha cabeça sem ser confusão saio correndo pela sala mesmo de pijama e vou porta a fora para o único endereço que viesse na minha cabeça.

FLASHBACK OFF- EDWARD P.O.V.

Não consigo nem imaginar o nível de confusão mental passando por ele, já passei por muitas desgraças mas nunca nada parecido com ser arrancado da minha família. Apesar de supor o que ele está sentindo, não consigo negar que me sinto triste só de pensar em perde-lo.

Alec é uma pessoa tão doce e sensível, e definitivamente não merece passar por isso.

Ficamos por uns vinte minutos juntos, eu o reconfortando durante seu choro intermitente.

*mais um capítulo ae!

flw*