Desabafo

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"Para que discutir com os homens que não se rendem às verdades mais evidentes? Não são homens, são pedras. Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto." ( Voltaire )

Até aquele momento Konohamaru Sarutobi não sabia o que havia acontecido para que Hanabi Hyuuga quisesse terminar o relacionamento divertido e sem compromissos entre eles. Provavelmente, ele continuaria a se perguntar os motivos que a levaram a isso pelos próximos dias. De fato, era provável que ele nunca realmente conseguisse descobri-los.

Ainda era cedo quando ele a encontrou próximo ao clã, no muro aonde eles sempre ficavam, em ambos os sentidos. Ela vestia uma roupa simples e os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo frouxo o que o fez lembrar de quando eles ainda eram menores e ele a achava grosseira, prepotente e de cara azeda. Agora, ele ainda achava sua cara azeda, mas ainda sim era um rosto adorável de feições delicadas misturadas com o olhar intenso e rude, uma mistura de inocência e frieza. Ele tentou beijá-la, como sempre fazia, mas dessa vez ela o parou com as mãos em seu peito, mantendo uma distancia segura entre suas bocas. E então, sem cerimonias, sem se quer respirar fundo ou ao menos fingir hesitação, ela lhe lançou a bomba.

Hanabi: Acabou.

Konohamaru: Nani?

Hanabi: Acabou. Entre nós dois, entendeu? - ela parecia estar falando sobre o clima frio daquele dia tanta era sua normalidade.

Konohamaru: Espera, você ta querendo terminar comigo? - ele perguntou ainda incerto se havia entendido bem.

Hanabi: Não quero terminar. - ela disse, dessa vez suspirando, mas parecendo enfadada – Eu terminei e ponto.

E ponto.

Ela não deu qualquer explicação. Pelo menos não alguma que realmente fizesse o Sarutobi entender. Apenas respondeu que não queria mais ter alguma coisa com ele, a não ser “coleguismo de trabalho” - como a própria chamou. Ele perguntou se havia feito algo errado, ela disse que não. Perguntou se ela queria algo mais sério, ela riu enquanto dizia claramente que não. Ele tentou continuar, mas ela apenas disse mais uma vez:

Acabou Konohamaru”, e depois “Sayonará”. E entrou no clã novamente, impassível e altiva como sempre, como nunca deixou de ser, deixando para trás um rapaz confuso e totalmente perdido.

Não que ele fosse se matar assim que saísse do seu transe, mas realmente queria entender o por que de ter sido chutado de um relacionamento que nem se quer existia, o que sempre deixou aos dois lados satisfeito.

Ele nunca entenderia. O que não o fazia tentar se matar, como já foi dito. Ele apenas seguiria sua vida novamente, e pegaria outras garotas e até mulheres feitas que já lhe davam condição. Ele não amava Hanabi como sabia que ela também não o amava. Mas não se importava. Ela era gostosa e pra ele, era tudo o que interessava.

Enquanto isso no clã, a filha mais nova de Hiashi refletia sobre algumas coisas banais em seu dia-a-dia quando encontrou Hinata sentada no dojo parecendo descansar de seu treinamento diário e sozinha. Quando viu a irmã caçula, a futura líder do clã sorriu e a chamou apenas com o olhar. Hanabi, por sua vez, revirou os olhos.

Havia semanas que as duas moças não ficavam sozinhas ou tinham tempo para uma conversa entre mulheres, o que na opinião de Hanabi era desnecessário, mas parecia agradar a Hinata, o que no fundo, no fundo, beem lá no fundo, agradava Hanabi.

Hinata: Que surpresa te ver a essa hora. Pensei que estaria desrespeitando os muros do clã, se esfregando com o seu namoradinho. - deu um sorriso brincalhão como se tivesse acabado de pegar a irmã no flagra de um crime. Esta no entanto, apenas deu os ombros.

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