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Sentei na mesa em frente ao computador no escritório do jornal da faculdade ao lado de dois colegas de turma um pouco barulhentos e inquietos quase o tempo inteiro

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Sentei na mesa em frente ao computador no escritório do jornal da faculdade ao lado de dois colegas de turma um pouco barulhentos e inquietos quase o tempo inteiro. Eles estavam sempre cobrindo a cessão dos esportes ou gastronomia, algo que exigisse bastante diálogo e poucos neurônios, sem ofensas ao pessoal da área...

Se quer saber, nosso chefe não é um dos mais bonzinhos, ele leva o conceito "jornal de faculdade" bastante a sério, motivo pelo qual quase ninguém aguenta ficar no nosso setor por muito tempo. Eu não diria que sou sua preferida, na verdade bem longe disso. Não importa se eu consegui uma matéria para o jornal local ou o The New Yorker, Jane Willstorm é sempre a preferida. Essa é a hora que eu explico que seus pais são donos de uma rede de jornais ao redor do mundo. Todos, com apenas uma única exceção puxam o saco dela. Todos a amam. Todos a adoram. Exceto por mim... E ela nem escreve tão bem

Privilegiada de merda

— Bom dia — Derek se pronunciou com as pernas sobre o vão mesa. Seus olhos divagavam por todo o lugar, e pararam em Goyle cochilando sobre a mesa. Chutei sua cadeira por debaixo da superfície uma única vez, o suficiente para que ele acordasse. A expressão de Derek foi de puro desprezo. Dei uma golada no café imaginando o que viria a seguir. Uma bronca? Revirada de olhos? O cara é imprevisível pra cacete — Essa semana o jornal vai cobrir eventos da faculdade. Temos apenas uma coluna livre disponível, que vai ser direcionada a matéria mais criativas. Alguém viu Jane? —Revirei os olhos e balbuciei um "puxa saco" tão inaudível que nem eu mesmo escutei. Ele deu de ombros e voltou a folhear uma edição antiga do jornal no seu colo

Batuquei no teclado sem pretensão alguma e revirei os olhos quando mais uma mensagem de Elle brilhou na tela dizendo que a janta era por conta dela essa noite. A culpa a atingiu como um caminhão em alta velocidade por ter me deixado sozinha naquele lugar para flertar com os caras da economia. O que me irritava não era o fato de ela flertar em si, mas sim ter ocupado totalmente o dormitório por três horas seguidas

Na boa, quem consegue transar por três horas seguidas e ainda andar no dia seguinte?

O relógio me torturava juntamente a falta de criatividade

Tic. Tac. Tic. Tac

Senti a brisa vir da janela me trazendo calafrios. A encarei torcendo para que alguém magicamente decidisse fecha-la e cortar a corrente de ar, ou minhas juntas virariam gelo a qualquer momento

Nenhuma alma viva se prontificou

Levantei sem chamar atenção e atravessei a sala não muito grande até chegar em frente a janela. Nunca tinha reparado nela, mas as plantas do lado de fora deixam o ambiente charmoso, contrastando com o cinza do escritório. Em frente temos a vista para um dos bancos velhos e desgastados e a esquerda um vendedor de sorvetes ambulante.

Me apoiei no batente para prestar mais atenção nos pequenos detalhes e nas pessoas conversando enquanto caminhavam calmamente pelo lugar. A esquerda um grupo de lideres de torcida conversavam sentadas sobre o gramado. Virei a cabeça lentamente para analisar as pessoas ao outro lado tudo parecia nos conformes... tudo exceto o garoto de vestes negras me encarando por cima do carrinho de sorvete

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