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Não esqueçam de curtir o capítulo para dar engajamento a história!!

Eu leio histórias com inícios caóticos e finais trágicos, é uma coisa que me atrai

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Eu leio histórias com inícios caóticos e finais trágicos, é uma coisa que me atrai. A forma inesperada que as últimas páginas de um livro adquirem pode ter mais beleza do que pequenas palavras de esperança. Mesmo com a morte, ou a destruição repletas de dor e desespero, todos sabem que no fundo as coisas acabam bem, porque não termina ali. Um livro não acaba com o ponto final do autor

Era madrugada, e eu apreciava mais um dos universos tragicamente belos sentada sobre as cadeiras velhas e frágeis da lavanderia com um dos livros os quais a biblioteca de Yale poderia me proporcionar entre os dedos.

Tudo o que se podia ouvir eram as duas máquinas lavando minhas roupas, e eu gostava da sensação de paz como nunca. Quando passos adentraram a porta e se aproximaram não fiz tanta questão de olhar. O livro me distraiu o suficiente para não me importar com o que acontecia ao redor, e ainda teria bastante tempo para ler até que a máquina terminasse seu trabalho com as roupas

Passaram-se minutos até que senti a respiração na minha nuca. Quente e gentil, entretanto quase desconhecida, o que me fez girar o corpo sobre a cadeira com os dedos entre as duas páginas, guardando-as para um futuro não muito distante

— Ah, eu adoro esse livro — A voz era de Luke, ele tinha um casaco de cor negra desbotado envolto no corpo e um sorriso divertido, assentando as bochechas magras e as pequenas olheiras debaixo dos olhos. O moreno saltou por cima das costas da cadeira para se sentar ao meu lado, e não pude deixar de sorrir

Arqueei as sobrancelhas desconfiada, mas entrei na sua pequena brincadeira puramente por que me pareceu divertido. Mordi o lábio inferior e afastei para o lado, com um pequeno espaço entre nós

— Sério? qual é sua parte favorita? — Ele entreabriu os lábios. Reparei como sua pele era branca demais comparada a todo o resto, e a expressão serena e sutil. Se não estivesse falando comigo ali nem sequer teria reparado sua presença

— Hm.. — Ele levou o indicador aos lábios e os tocou, evidenciando toda a maciez. Seus olhos viajaram pelas máquinas até os meus, e em seguida minhas mãos na capa do livro "Coração de tinta" — A cena do beijo — Disse por fim. Fui obrigada a sorrir, e ele fez o mesmo

— Muito específico da sua parte — Constatei, deixando de observa-lo por um instante. As luzes fracas no teto se contrastavam com a escuridão da madrugada fria e estranhamente confortável

Uma mulher entrou surpresa por ter nos encontrado ali. Completamente compreensível se levar em conta que são três da manhã, e todos nós tivemos exatamente a mesma ideia. Ela corou nas bochechas, e logo continuou a andar com sua sacola de roupas em mãos, como se minutos atrás não tivesse estado surpresa com a nossa presença

— Já parou para pensar quem são essas pessoas aleatórias que encontramos por aí? — Luke tentou desconversar, mas não o impedi. Apenas pensei sobre como pensávamos igual, apesar de tudo — Que cada um é uma pessoa diferente, que poderia ser seu amigo ou qualquer coisa do tipo, mas nunca será.

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