Algumas mulheres são perigosas, principalmente as que sabem o que querem, e como querem. Elas tem a alma ardente e geralmente não seguem os padrões, costumam assustar as pessoas ao dizer que não planejam casar ou ter filhos... elas querem liberdade...
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Eu e Elle nos atrasamos. Não sei exatamente como, mas pegamos o caminho errado cerca de duas vezes e consequentemente perdemos a reserva, então acabamos por sentar no balcão do bar. Beberíamos algumas doses e por fim estaríamos no dormitório pedindo comida chinesa. Eu particularmente não achava uma opção ruim, só precisávamos conversar um pouco, como fazíamos no primeiro ano. Só nós. Sem Oliver ou qualquer outra pessoa, incluindo as meninas do futebol
— Certo, então... eu tenho uma novidade — Elle acenou na direção do bartender com uma das mãos, enquanto a outra continuava apoiada no balcão — Como nós já entramos nas regionais esse ano, tenho mais dias de folga e resolvi começar a fazer aulas de grego. Talvez eu consiga um estágio assim que terminar o curso - Eu sorri. Sorri de verdade
O balcão que estávamos era de madeira. Ele fica próximo a uma área vip, cercada com fitas vermelhas e um único guarda. Mais atrás haviam algumas mesas, lotadas por casais ou amigas conversando distraidamente. Tudo trazia uma sensação de elegância, e isso me fez refletir o porquê de não termos ido até o barzinho em frente à universidade, que era definitivamente um lugar mais simples
A área vip me chamou atenção por uma simples maleta que um dos homens carregava, havia não só um, mas dois cadeados protegendo o conteúdo. Deixei aquilo de lado e voltei minha atenção a conversa
— Uau, isso é... incrível! — Tenho certeza que ela percebeu o quão orgulhosa eu estava daquela garota que mal tinha coragem para abrir um livro decidir aprender uma língua nova, principalmente uma complicada como grego — Também tenho uma novidade, adivinha
Ela não pensou muito, simplesmente pediu nossos drinques, se virou para mim e disse:
— Encontrou uma matéria para o jornal ?
Fiz um muxoxo que em conjunto a minha feição mais desagradável demonstrou a insatisfação que sentia. Sou tão obcecada pelo jornal assim?
— Não — Respondi com a expressão quase tão dura quanto uma pedra. Ela engoliu em seco, esperando que eu continuasse —Bom, eu não diria que é um encontro mas...
— Oh. Meu. Deus. — Ela me interrompeu boquiaberta. Seus olhos brilhavam e um sorriso tomava conta do rosto. Claramente estava surpresa — Você falou com um cara? Um cara de verdade?
— Sim Elle, um cara de verdade — Revirei os olhos e tomei um gole da bebida recém colocada no balcão — O que tem demais?
Ela estalou a língua no céu da boca ainda sorridente. Seu vestido vermelho a deixava com muitas curvas, era impossível não reparar quando gargalhava
— Um homem de verdade. Que não saiu correndo — Ela levantou o copo em um brinde, que aceitei contrariada — Parece que temos uma evolução aqui, hur?
— Não disse que era um encontro — protestei, com ambas as mãos na cintura. Afastei uma mecha do cabelo que tampava minha visão e finalmente virei o drinque todo de uma vez — Só fiquei curiosa
