-- Capítulo 5: Necessidade de Energia --

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Um saco cai sobre o solo, soltando um baque pelo peso do seu conteúdo. O ambiente dessa sala é composto de cristais azuis que ficam espetados para fora das paredes, iluminando tudo com seus brilhos. Dorter e Koll estão nessa sala, o rapaz está usando faixas pelo lado ferido do rosto. À frente da parede contrária a da entrada está uma espécie de caldeirão, possuindo no interior uma quantidade gigantesca dos circuitos de mana.

— E então, — pergunta Koll — o que é essa sala?

— Ei! Você deveria lembrar. Mesmo tendo sido o primeiro a hibernar, isso foi te mostrado.

— O caramba que foi. Meu pai sempre evitou me mostrar muito da Arca, o que sei foi perguntando para os outros.

— Sério? Que estranho...

— Conte de uma vez.

— Claro. Aquilo lá na frente é o "Fusionador". — Dorter pega a sacola no chão e ergue para cima de um de seus ombros, carregando o corpo do monstro na direção do caldeirão. — Considere-o como o meio de conseguir energia numa emergência. Ele pode dissolver qualquer coisa jogada nele para transformar em um sustento da Arca.

— Você sabe mexer nisso?

— Se dúvida tire um cochilo ali dentro enquanto ligo, só não garanto que terá o melhor sonho.

— Bastardo.

— Hahaha! Agora é só li- — Ele joga o saco dentro do caldeirão, sentindo um calafrio na raspada de um dos braços da criatura em sua cintura. Pelo tamanho do recipiente, há espaço suficiente para coisas bem maiores.

— O que foi? Seu ombro deslocou por carregar apenas esse corpo?

— Não! — Uma veia ressalta em sua testa, Dorter remexe os dedos com as mãos levantadas, como se estivesse se contendo para não avançar em Koll. — Anda me perturbando tanto desde que acordou. Ficou tão irritado assim por causa dos 100 anos?

— Não. Eu sempre tratei você assim.

Um silêncio toma o lugar, o homem fica congelado. Ele se recorda de alguns momentos quando jovem, acontecendo dele ter se irritado em praticamente qualquer conversa que teve com Koll.

"Pior que é verdade..." Dorter fica desanimado. "Fora as punições pesadas que ele fazia quando eu devolvia na mesma moeda, ele estava sempre tirando uma com a minha cara em qualquer brecha."

— Você realmente envelheceu mal. Não se lembra nem do seu lugar.

— Me deixe em paz, não tenho mais vigor ou paciência para participar mais dessa nossa disputa.

— Finalmente admitiu que virou um maldito velho.

— Ei! Vamos para a sala de treino! Vou te quebrar na porrada!

Alguns minutos se passaram. Ambos retornam para essa sala carregando barris, despejando o líquido verde no interior deles dentro do caldeirão.

— Estou indo ligar na sala de controle — diz Dorter. — Tem certeza que vai ficar? Nunca ativei esse lugar antes, pode ser perigoso.

— Vá de uma vez.

— Argh! Lá vai, se fazendo de durão. Não me culpe se virar churrasco.

As portas feitas de rochas são fechadas. Koll apoia suas costas nelas ao cruzar os braços. Na sala de controle, Dorter coloca as mãos sobre a esfera flutuante, aparecendo no painel uma marcação do cadáver dentro da Arca. Ele pensa:

"O coração dele foi perfurado há horas e mesmo assim ainda emite um sinal forte de energia. Bem, creio que isso seja algo positivo. Vou ligar o Fusionador."

LA: Asteroide ReuorOnde histórias criam vida. Descubra agora