▪️O VÍRUS / MUTAÇÃO - PARTE 2

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MÚSICA: PRETA DE QUEBRADA 1- FLORA MATOS.

"...Hora de se lembrar que só o seu amor próprio sara
Se ele deu mancada, dá uma segurada
Ninguém merece ser tirada de otária
Meu sentimento fala, conversa com a alma
E a minha mente conclui que eu mereço ser respeitada
Sou uma mulher de garra, preta de quebrada
E o conforto que eu tenho é o meu dinheiro que paga
E seja na favela ou nos prédio eu tô em casa
Faço rap bem feito que é pra não me faltar nada
Eu vou ficar milionária, bilionária
Sem nunca depender de um homem pra ter minhas parada
Faço minha caminhada
Sou um exemplo vivo de mulher que não se cala..."
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🔶️ LUNA

Eu estava ansiosa, o meu primeiro passo tinha sido dado e agora eu queria começar a correr.
Eu era a coringa, a carta que ele não esperava ter no jogo a carta que ia fazer Analu vencer.
 
Eu sei, sou convencida demais aos seus olhos, mas na verdade eu sou confiante e positiva aos meus.
 
Eu tinha passado mais dois dias vigiando a morena, ela era discreta até demais, mas não era esperta o suficiente para ter todas as informações.
 
A pergunta que ainda não queria calar, como ele sabia onde era o apartamento? E como ele subiu até a cobertura, se para ter acesso tinha que liberar do andar decima?
 
Vamos um passo de cada vez, eu tenho pressa em descobrir quem esta ajudando Caleb, mas comer pelas beiradas é a melhor forma de apreciar o prato principal.
 
Já tinha dez minutos que eu estava sentada aqui no escuro, e eu odeio escuro.
 
A porta da pequena casa se abre, a luz acende e um grito alto e agudo invade o ambiente.
 
Luna: Buh. – Digo sorrindo abertamente.
 
Morena: O que você está fazendo aqui? – Ela se encosta contra porta e aperta a bolsa contra seu próprio corpo.
 
Luna: Você lê mentes agora? Era exatamente a pergunta que eu queria te fazer.  – Cruzo minhas pernas, sentada no sofá pequeno e desconfortável da casa da morena.
 
Ela me olhava assustada e desconfiada, sem sair do lugar.
Morena: Eu moro aqui, aqui é minha casa.
 
Luna: Eu sei lindinha, aqui tem um cérebro que funciona muito bem sabia? – Ela concorda com a cabeça. – E por ele funcionar muito bem que eu estou aqui.
 
Levanto-me do sofá e caminho a passos lentos até ela, com minha 5mm na mão e travada.
Luna: Eu sinto cheiro podre a quilômetros de distancia e você fede a peixe podre. – Balanço a arma na minha mão, olhando no rosto assustado dela.
 
Luna: Então eu segui o rastro do fedor, e sabe onde ele me levou?
 
Ela nega com a cabeça, seus olhos arregalados já estavam brilhando com as lagrimas.
Luna: Me levou até você entrando no carro de um homem muito mal, um homem que quer informações do morro e que esta usando você. – Encosto o cano da minha arma no peito dela. – Para conseguir o que quer, não é mesmo?
 
Ela nega rápido com a cabeça.
Luna: Ah, então eu estou errada?
 
Morena: Eu não sei do que você esta falando. – A voz dela saiu rápido, mas tremida.
 
Luna: Ah, entendi, eu estou errada e agora eu sou cega. – Bato levemente o cano da arma no peito dela.
 
Morena: Eu não disse isso.
 
Luna: Disse, claro que disse. – Passo meu dedo indicador pelo rosto dela colocando o cacho solto atrás da orelha dela. – Porque eu vi você entrar no carrinho dele, eu vi você bisbilhotando pela boca, eu vi você perguntando demais, querendo saber demais e porque você queria tudo isso?
 
Morena: Eu juro que não fiz nada.
 
Luna: Minha mãe me dizia que quem jura mente. – Sorrio de lado para ela e destravo minha 5mm.  – Eu sendo você começava a falar, porque como você já sabe, eu não tenho muita paciência e tempo é o que eu não to a fim de perder com você.
 
As lagrimas dela começaram a descer copiosamente, ela pressionava o corpo contra a parede provavelmente na esperança de se afastar o máximo do cano da minha arma, mas não saia uma palavra da sua boca.
 
Luna: Ta bom, então eu vou começar a contar, você tem três segundos, se chegar ao três e você não falar sabe o que eu vou fazer? – Tiro uma faca pequena do bolso da minha calça jeans, ainda segurando a arma com a outra mão eu pressiono a faca contra o rosto dela.
 
Luna: Vai ser tão ruim estragar esse rostinho. – Os olhos dela se arregalaram ainda mais. – Um... dois... três... – Ela pressiona os lábios uns nos outros cerrando a boca.
 
Eu não tinha a intenção de machucar ela, odeio tortura e eu nunca fui treinada para torturar só para matar e me defender, mas ela está me desafiando em não falar.
 
Acho isso um afronte.
 
Eu pressiono o lado afiado da faca sem serra contra a bochecha rechonchuda dela e puxo lentamente, uma ferida vai se abrindo aos poucos da lateral a bochecha até o queixo e o sangue começa a escorrer.
 
Ela grita e leva a mão até o rosto, me olhando surpresa e assustada enquanto seguro o local que sangrava.
 
Luna: Eita, acho que vai levar ponto. – Faço cara de nojo. – E agora, vai começar a falar?
 
Ela chorava e me olhava, entre os dedos começava a sair sangue e ela pressionava cada vez mais a mão contra o rosto, mas a boca ainda estava pressionada uma na outra.
 
Eu reviro meus olhos.
Luna: Um... dois...
 
Morena: Eu fui chamada para conseguir informação. – Ela soluçava sem tirar os olhos de mim.
 
Luna: Continua meu anjo. – Cruzo meus braços.
 
Morena: Eu não sei por quem. Eu estava sem dinheiro, não tinha onde morar e eu tenho um filho que precisava de mim, eu já não sabia mais o que fazer.
 
O sangue não parava de escorrer pelos dedos que ela pressionava contra o corte, eu puxo a toalha que estava pendurada na mesa pequena e entrego a ela.
 
Odeio ver sangue.
 
Luna: E? – Olho para ela com as sobrancelhas arqueadas.
 
Morena: Eu recebi uma ligação, eu não reconheci a voz, mas a pessoa prometeu me dar uma grana boa e casa para morar se eu ajudasse e eu topei.
 
Luna: Homem ou mulher?
 
Morena: Não sei, a voz era estranha, não sei dizer.
 
Eu encosto a faca no outro lado do rosto dela e ela chora ainda mais.
Morena: Eu juro, juro que não sei dizer, parecia computadorizada e a voz só queria informações do morro, tudo que eu conseguisse.
 
Luna: Mas você sabe agora para quem você esta dando informações. – Apertei um pouco mais a faca contra o lado sem ferimento do rosto dela.
 
Morena: A voz me ligou de novo e disse que eu ia começar a me encontrar com um homem e eu fiz.
 
Luna: O que você falou para esse homem?
 
Morena: Ele queria saber da dona, onde ela estava, queria saber tudo, mas ela sumiu do morro e eu não conseguia mais informação. Eu só continuei me encontrando com ele por que..
 
Luna: Por quê?
 
Morena: Porque a gente transa. - Reviro meus olhos.
 
Como eu imaginava... Eu acredito que ela não seja nada além do que ela fala, só não acredito que ela tenha dado só uma informação assim, alguma coisa ainda fede.
 
Luna: Tem mais alguma coisa para me falar?  - Ela nega com a cabeça rápida.
 
Eu destravo a minha 5mm e levo o cano até a cabeça dela.
 
Morena: Eu juro, eu te falei tudo, não me mata por favor.
 
Luna: Eu ainda sinto cheiro podre meu anjo, está faltando alguma coisa. – Pressiono o cano da arma contra a cabeça dela. – Um... Dois...
 
Morena: Eles sabem onde ela esta e estão armando algo grande. – A toalha já estava toda suja de sangue, eu ergo minhas sobrancelhas e mordo meus lábios olhando para ela.
 
Luna: O que?
 
Morena: Eu não sei, não sei nada que eles façam, eles só me fazem perguntas, me pediram para tirar fotos de vocês e eu tirei.
 
Luna: De mim?
 
Morena : Sim, de todos, do morro também. – Eu bato o cano da arma na cabeça dela.
 
Luna: Ta achando que tu tá onde? Perdeu a noção do perigo?
 
Morena levou rápida a mão onde eu bati.
Como eu vou deixar essa mina viva agora? Olha a merda que ela fez, agora ele sabe que eu estou aqui e ele me conhece, ele tem foto de tudo.
 
Me afasto dela e começo a andar de um lado para o outro.
 
Luna: Pega seu celular. – Mando apontando novamente a arma para ela. – Tu vai marcar um encontro com o Lorenzo para amanha.
 
Morena: Eu não o procuro, ele quem me procura.
 
Luna: Cala tua boca. – Ando rápido até ela novamente e pressiono minha mão contra a boca dela e aperto a bochecha dela, fazendo o ferimento que eu tinha feito voltar a sangrar. – Você vai dar a porra do seu jeito. – Eu olhava nos olhos dela.
 
Eu cheguei aqui calma, eu só queria saber o que ela queria, quem ela era, eu não queria nem tirar sangue. Mas agora eu quero tirar cada gota de sangue que ela tem no corpo, eu estou com raiva, sedenta, se já estávamos em perigo, ela nos jogou na boca do lobo.
 
Luna: Você vai marcar um encontro com ele, vai dizer que descobriu uma coisa e precisa contar, mas está com medo de falar por telefone. – Aperto ainda mais o rosto dela. As lagrimas desciam copiosamente. – Entendeu? – Ela concorda.
 
Morena pega o celular e digita o numero, me olhando assustada enquanto eu aponto minha arma destravada contra a cabeça dela.
 
Morena: Lorenzo. – Ela fala. – Eu descobri o que você queria, preciso te encontrar. – Ela olha pra mim, a voz dela tremia, mas ela foi firme. – Não, não da pra falar por telefone, amanha às 14h no mesmo lugar. Ok, certo, até amanha.  – Ela tira o celular do ouvido e desliga a ligação.
 
Luna: O que ele queria descobrir?
 
Morena: Eles sabem que tem um acesso aqui ao morro que ninguém que não conheça o morro sabe onde fica ele quer a rota desse acesso, eles querem tomar o morro e depois destruir. – As mãos dela apertavam o celular enquanto ela tremia.
 
Luna: Pra quem não sabia de nada você ta sabendo demais. – Levo minha mão até o cabelo dela e puxo o mesmo com força segurando firme. – Bora, passa na minha frente.
 
Ela começou a andar, eu abri a porta e sai da casa dela com o cabelo preso em minhas mãos eu puxava ela enquanto descíamos pelo morro.
 
Cabelin: Qual foi chefe? – Ele pergunta olhando para ela.
 
Luna: Pega ela aqui, leva ela lá pro cativeiro e tranca ela. – Empurro ela para Cabelin, ela tomba pra frente e faz menção de cair, mas cabelin segura ela também pelo cabelo.
 
Cabelin: Aprontou de novo putinha? – Ele bate na cara dela.
 
Luna: Epa, se eu desconfiar que algum de vocês encostou nela, eu mato cada um, entendeu? Só quem vai tocar nela sou eu, esse papo é de mulher pra mulher. – Ele concorda com a cabeça.
 
Luna: Onde esta seu filho? – Perguntei olhando para ela.
 
Morena: Por favor, não faz nada com ele. – O choro dela aumentou e ela juntou as mãos em prece.
 
Luna: Não vou,  com quem ele esta, ele esta seguro?
 
Morena: Ele esta. Por favor, deixa ele fora disso, eu faço o que você quiser.
 
Luna: Você vai fazer o que eu quero, mas eu não vou nem tocar no seu filho, ele não tem culpa de ter a mãe que tem. – Balanço a mão para cabelin levar ela, e ele sai arrastando ela pelo braço.
 
Ela olha para trás, pra mim enquanto as lagrimas escorriam.
Não tinha como deixar ela viva, eu só não sabia ainda o que fazer com ela. Mas não vou cometer os mesmos erros que meus pais, deixar pontas soltas não é uma opção.
 
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Eu fui direto para boca que Guga gerencia.
Eu ia atrás de Lorenzo, mas mesmo que eu quisesse não podia fazer isso sozinha e mesmo o nome dele estando lá na minha lista, ele é a pessoa que eu mais confio a única que acata as minhas loucuras e arrisca comigo.
 
Guga estava na sala de refinaria, eu bati na porta e chamei por ele.
Ele veio até mim com um sorrisinho de canto de boca.
 
Guga: Mais uma surpresa, você vindo atrás de mim, sentiu saudade de Gugão foi sereia?
 
Luna: Tira o sorrisinho da cara que eu não to atrás de você. – Cruzo meus braços olhando para ele. – O papo é serio.
 
Em minutos eu resumo em palavras tudo o que eu descobri para Guga, e em segundos o sorriso dele já não estava mais nos lábios.
 
Ele encostou-se à mesa e cruzou os braços enquanto ouviu tudo em silencio, eu contei do dia em que comecei a desconfiar dela até o ultimo olhar de medo que ela me deu.
 
Guga: E você só me contou tudo agora.
 
Luna: Vai ficar me questionando ou vai me ajudar? – Ergo minha sobrancelha.
 
Ele sabia da minha desconfiança com ele, ele viu eu escrever na minha agenda e eu não tinha problemas em deixar isso claro para ele ou para qualquer outro quem eram as minhas suspeitas.
 
Mas a diferença é que mesmo desconfiando de algumas coisas em relação a ele, eu confio nele para outras e eu não acho que ele esteja envolvido negativamente nisso, eu só tenho perguntas não respondidas e isso não torna ele uma suspeita.
 
O problema dele é orgulho, é que ele nunca teve alguém como eu, é que ele nunca teve alguém que não estivesse totalmente na mão dele, disposta a tudo por ele. Talvez eu esteja, talvez eu seja como as outras, a diferença é que ele nunca vai saber disso da minha boca, se minhas atitudes não bastam, eu lavo minhas mãos.
 
Guga: O que você quer fazer? – Ele estava sério, nem um sorrisinho, até os olhos dele estava serio. Ele ficou puto por não ser incluído antes, mas eu não estava me importando com ele estar puto.
 
Eu estava apaixonada por ele, mas a minha família ainda vem em primeiro lugar.
 
Eu digo para ele o que eu quero fazer enquanto ele olha atentamente para mim.
Luna: Só que ele não pode morrer até que eu descubra o que eu quero, ok?
 
Guga: Ok, patroa. É só isso? Então até amanha às 14h.
 
Luna: Vai ficar bravinho agora?
 
Guga: Você não confia em mim Luna, quando eu confio de olhos fechados em você, o que você quer? Que eu fique benzão com isso? Ah mano, eu to me contradizendo em tudo quando se trata de você, mas parece que eu estou errado sobre você e principalmente em fazer tanto por você.
 
Eu concordo com a cabeça.
Ele não pode me culpar por não confiar sobre tudo com ele, eu tenho motivos para ele, ele conhece as minhas feridas, antes de me cobrar confiança ele deveria se preocupar em ser o meu remédio já que ele quer tanto a minha confiança.
 
Luna: Se você não é capaz de lidar com meu processo de construção de confiança com você, você não vai ser capaz de lidar com o turbilhão e a confusão que eu sou. – Olhando nos olhos dele. – Não me cobre algo que você não me da. – Me viro ficando de costas para ele e saindo da sala. – Até amanha as 13h40minh.
 
Isso é tudo tão confuso.
Um sentimento construído com base na confusão que esta sendo nossa vida. Nenhum de nós pode ser cobrado por determinados erros, principalmente se um deles for confiança.
 
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O resto do dia tinha se passado sem confusão, resolvi pendencias na boca, pendencias de venda e mercadoria que estava faltando.
Resolvi até de uma falta de luz na rua de baixo, o fornecedor de energia tinha cortado o gato do pessoal e já tinha dois dias sem luz. Contratei uma equipe de elétrica para fazer um gato melhor, nem me questionem sobre o gato, o pessoal mal tem dinheiro para pagar a própria alimentação imagina conta de luz.
 
Fui para casa e deitei na minha cama, eu estava sozinha.
Senti medo por estar sozinha, medo de coisas que eu nem sei descrever quais são, medo de estar sentindo medo, medo de ter estragado tudo que nem tinha começado, medo de no final as coisas não darem certo.
 
Coloquei o ar-condicionado no mínimo e me cobri dos pés a cabeça, fechei meus olhos e fiquei lá, mas o sono não vinha e a minha cabeça não parava de calcular.
 
Olhei o relógio umas 30 vezes, a cada vez só tinha passado mais 5 ou 10 minutos, o meu coração tinha o tempo todo a expectativa de que a porta ia abrir e ele entrar e me abraçar.
 
Mas já era algo que eu deveria esperar.
 
Abri meus olhos sentindo uma pontada na cabeça, não vi nem a hora que eu dormi.
Levantei da cama e fui direto tomar um remédio, eram 10h15minh da manhã.
 
Fiz minha higiene pessoal, liguei para meus pais, para Analu e depois fui direto para a boca, eu estava ansiosa, nervosa, hoje seria um passo importante.
 
Guga: E ai, vamos? – Ele entrou na boca sem ao menos bater na porta, eu me levantei da cadeira, peguei minha arma, coloquei na cintura e olhei para ele.
 
Os olhos dele tinham bolas pretas em volta e eu me senti aliviada por saber que ele também teve uma péssima noite.
 
Luna: Cabelin, ela esta pronta? – Pergunto com o radio próximo a boca.
 
Cabelin: Positivo chefe.
 
Luna: Desce, ta na hora.
 
O radio já não teve mais retorno. Sem pronunciar uma palavra para Gustavo, eu sai da sala.
Nos descemos o morro e antes das 14h estávamos lá esperando o carro.
 
Um risco, ela estava indo sozinha até o carro, ela poderia correr, pedir ajuda ao próprio Lorenzo, mas eu acredito ter deixado bem claro quais perigos ela corria.
 
O carro cinza estacionou no mesmo lugar de antes, e a Morena apareceu minutos depois, olhando para os lados ela abriu a porta do carro e entrou.
 
Já tinha um fone de ouvido em mim e um em Gustavo quando as vozes começam a soar.
 
Lorenzo: Fala, onde é?
 
Morena: A rota é pelo morro vizinho, tem um matagal que separa os dois morros com uma trilha, é fácil e simples. – Ela falava sem ao menos gagueijar.
 
Eu já tinha conversado com Cabelin, o esquema era simples, ela daria a eles o que eles queriam, mas em troca um gps ia ser colocado no carro dele e uma escuta nela para que eu soubesse o tempo todo o que eles conversaram.
 
O gps era um pequeno ponto preto que me daria toda a localização de onde ele estava indo.
 
Morena: Esse é o mapa, você tem que seguir essa rota, esta grifada.
 
Lorenzo: Para quem não tinha acesso, você esta trabalhando muito bem.
 
Morena: Eu tenho minhas cartas na manga.
 
Lorenzo: Vou te dar um agradinho por isso. – A voz dele era grossa e o sotaque bem especifico de quem não falava um bom português.
 
Um silencio tomou conta, até que barulho de beijos e gemidos começaram a ser ouvidos, Guga me olhou com um sorrisinho descarado no rosto e porra, eu queria beijar ele.
 
Balanço minha cabeça em sinal de não, mais para tirar esses pensamentos e sorrio de lado para ele. Ele não vai saber que eu esperei por ele a noite e muito menos que isso mexeu comigo e quase me impediu de dormir.
 
Quase uma hora depois ela saiu do carro, fechou a porta e saiu a passos rápidos de volta para o morro.
 
Esperamos mais tempo para ter certeza de que nada tinha dado errado e saímos de onde estávamos voltando para o morro.
Com meu celular na mão de Guga, ele olhava a rota que o gps dava e tão fácil como tirar doce de criança o carro parou.
 
Guga: É aqui. – Ele vira o celular para mim.
 
Luna: Você sabe que pode ser uma armadilha não é? – Pergunto olhando para ele.
 
Guga: Eu confio que não.
 
Cabelin: Tudo certo? – Ele aparece na boca segurando o braço da morena, os olhos dela passa por mim, mas para em Gustavo, eu olho discretamente para ele que retribuía o olhar dela.
 
Ridículos.
 
Luna: Tudo certo meu anjo? – Sorrio para ela e caminho parando em sua frente.
 
Morena: Eu fiz o que você mandou. – O rosto dela estava com um esparadrapo imenso cobrindo o local em que eu cortei, eu ainda não sei nem o porquê na conversa Lorenzo não questionou isso e é exatamente por isso que eu não confio que esteja realmente tudo certo.
 
Luna: É bom né? Já que você quer viver.
 
Morena: Ele vai vim amanha de novo, ele quer estudar o campo.
 
Luna: Ele não questionou sobre o seu rosto?
 
Morena: Não, mas olhou bastante.
 
Luna: Ele vem como? Passar a visão no local? Sozinho?  - Cruzo meus braços e balanço minha mão com minha 5mm de um lado para o outro.
 
Morena: Eu não sei, é bom esperar tudo.
 
Luna: Tira ela da que. – Cabelin concorda e sai arrastando ela.
 
E como eu sou médium, algo que me diz que tem alguma coisa muito errada ai.
Ele pode não ter sacado do gps e nem da escuta, mas só em olhar para o rostinho moreno e perfeitinho dela, com uma lapa de ferida onde dias antes não tinha...
 
Lorenzo é torturado, ele sabe que ali tem coisa, assim como eu também sei.
 
Eu vou estar preparada para tudo.
 
Guga: Ta tudo bem? – A voz dele soa atrás de mim e eu concordo com a cabeça, sentindo a pontada de dor novamente.
 
Isso é estresse, eu to com coisa demais nas costas e me sentindo responsável demais por tudo.
 
Luna: Tudo bem. – Mentira, a ultima coisa que estava era bem.
 
Guga: Vou pra sua casa hoje.
 
Luna: Não, eu quero ficar sozinha. – Sorrio de lado para ele, sentindo meus olhos queimarem, eu queria desabar e eu sabia que se ele ao menos desse um passo a frente, seria ali mesmo.
 
Amanhã eu quero acordar, esperar Lorenzo vim e finalmente acabar com isso, pelo menos dar um fim em uma rodada do jogo.
 
Nos não conversamos mais, eu só fiquei ali resolvendo mais problemas e depois fui para casa, mais uma vez sozinha.
 
Entrei no meu banheiro, estava tudo tão silencioso que eu conseguia ouvir meus próprios pensamentos.
 
Medo, de novo.
 
Eu tirei toda a minha roupa e liguei o chuveiro no mais quente possível, eu deixei a agua cair por mim, me aquecer e me relaxar, fechei meus olhos e ergui a cabeça.
 
Na minha mente só passava as milhares de coisas que eu tinha que fazer, as milhares de formas de tudo dar errado e de em vez de estar ajudando, eu acabar estragando tudo.
 
Não era mais só Analu que eu tinha que ajudar a proteger, eram os filhos dela, era minha família, era o homem por quem eu estou apaixonada, era eu.
 
Um corpo nu se encosta ao meu por trás, uma mão fria me envolve e me abraça apertado.
Eu não precisava virar para saber quem era, eu sabia só pelo cheiro, só pelo toque.
 
Ele estava aqui, Gustavo sentiu que o meu não era um grito alto de sim e veio.
 
Agora toda a decepção que senti por ele ter me deixado ontem depois da nossa briga, caiu por terra, ele estava aqui.
 
Guga: Eu prometo que vai dar tudo certo. – Ele sussurrou e o meu corpo todo estremeceu.
Eu estava chorando e nem sabia que estava eu estava sentindo alivio e o medo de minutos atrás já não estava mais ali.
 
Agora eu me sinto com forças para enfrentar o que quer que seja.
 
E vai ser amanha.

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RECOMENDAÇÃO DO DIA.

A historia dos meus amorecos, o livro é totalmente diferente dos clichês de morro que estamos cansadas.

Autoras  Negafllor Rosa_doDeserto  ThaisRosaSilva6

Eu acho M A R A V I L H O S O e sei que vão gostar tbm.

Corre e confira.

▪️CONSEQUÊNCIAS

LINK
https://my.w.tt/EGcnMWrGr7

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BUM BUM BUM, estouro atras de estouro E teremos a parte 3.
Eu escrevi tudo gente, mas ficou grande demais e precisei dividir.

Espero que gostem.

Luna consegue ou não?

ALERTA SPOLER: Alguém que gostamos vai se dar muito mal. 🤫🤭

Cala-te boca.

Beijos e até amanhã 💙

RESILIÊNCIA | MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora