▪️FORTE E CORAJOSA

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🔶️ ANALU

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🔶️ ANALU

 
Eu tinha voltado com tudo.
 
Não dava para ficar sentada vendo minha vida passar enquanto me lamentava por acontecer tanta merda comigo, simplesmente não dava.
Com a experiência de vida que eu tenho, abaixar a cabeça para os problemas e fingir que eles
não estão ali, só iriam fazê-los aumentar e criar mais força.
 
Fiquei dois dias internada, repousando para recuperar todo o estresse que tinha passado, os meus filhos precisam de um descanso e eu dei a eles e agora, posso afirmar que estão melhor e mais fortes que eu.
 
Analu: Vai sair hoje as 15h uma carreta com carregamento para Salvador, tem 5 toneladas de cocaína, 250 armas diversificadas e 2 toneladas de maconha. – Falei enquanto olhava fixamente para Cabelin, soldado de confiança de Dante, que estava se esforçando para mostrar serviço e subir de cargo. – Você vai junto, preciso de alguém de confiança na hora das entregas, vão ser distribuídos em três complexos, na hora da contagem quero tudo monitorado.
 
Ele me olhava sem nem piscar, atento, enquanto descansava a mão em sua fuzil atravessada em seu peito magro.
 
Analu: Você é o coringa, ninguém sabe quem é você, acham que faz parte da empresa que contratamos para a entrega, então quero tudo certo, entendido? – Me levantei da cadeira de couro, macia e grande que meu pai costumava usar como trono.
 
Cabelin: Totalmente Patroa, pode deixar que a senhora não vai ter com o que se preocupar. – Ele bateu continência para mim como um bom soldado e eu dei um pequeno sorriso para ele e o dispensei.  Cabelin saiu pela porta às pressas, provavelmente já para se preparar.
 
Mateo: Você não vai parar nem por um minuto? – Ele estava atrás de mim, com os braços cruzados, como um segurança, agora era exatamente assim que ele ficava o tempo inteiro e aquilo me deixava com os nervos à flor da pele.
 
Analu: Está vendo isso aqui? – Peguei uns malotes de nota de 100 reais que estavam devidamente empacotados em cima da minha mesa. – É isso que eu estou fazendo, eu sou uma maquina, entenda isso. – Descansei minha mão em minha barriga que já pesava mais do que eu achei que pesaria.
 
Mateo: Entendi, mas enquanto isso Caleb está vivo. – A voz dele era grossa, quase como um arrogante e insuportável aviso.
 
Revirei meus olhos, joguei os malotes em cima da mesa e caminhei até a porta de saida, sem pronunciar uma se quer palavra eu sai da boca principal já em direção da entrada do morro.
 
Sim, Caleb está bem vivo porém, bem preso.
 Encarreguei-me de não deixar que exista se quer uma brecha de chance para que ele saia dali, mas foi só disso que me encarreguei.
Tenho deixado ele para lá, na verdade, tenho fingido ao máximo que ele não existe, ele não é mais um problema, não enquanto eu puder controlar... Enquanto isso, Caleb recebe um copo de agua e um prato de refeição a cada dois dias, chegaram até mesmo me enviar um vídeo onde ele bebe a própria urina e tenta capturar um rato para comer, é lamentável, mas satisfatório, não teria tortura melhor.
 
Dizem que mexer em bosta a faz feder, então deixa ela quieta enquanto funciona, no momento eu tenho problemas muito maiores.
 
Desci o morro a passos lentos enquanto observava em silencio o movimento, sorria para uns e acenava para outros, estávamos em paz, não parecia nem por um segundo que o furacão tinha passado e quase destruído a minha vida.
 
Agora a segurança do morro está a todo vapor, senhor meu pai/Rei, ordenou que colocássemos câmeras por todos os lugares possíveis, crescemos o numero de soldados em contenção, e agora temos um estoque quase absurdo de armas, preparados para tudo e, mesmo assim, ainda sinto que tem algo errado.
 
Tínhamos um x9 e ele simplesmente não parece nem ter existido, despareceu exatamente como apareceu. Mas eu aprendi com meus pais, quando o inimigo recua, ele está juntando forças... Ele recuou e eu não.
 
E foi entregue a André o papel de investigar quem realmente é o que realmente esse X9 quer.
Tá, eu sei o que estão pensando... 
Mas André é um dos principais suspeitos... E é exatamente por isso que ele é a melhor opção.
 
Passei pela contenção de entrada do morro só para checar, enquanto Mateo não me perdia de vista nem por um segundo, logo depois eu caminhei lentamente para o postinho. Já eram 13:50h da tarde, precisava fazer minha visita diária...
 
Sem falar nada com ninguém do postinho, caminhei direto para o quarto em que Dante estava, entrei e fechei a porta atrás de mim, era o único lugar que Mateo me deixava sozinha.
 
O quarto estava escuro e frio, aumentei a temperatura do ar condicionado e abri as cortinas de blackout do quarto já imaginando que seria a terceira e ultima vez que eu iria reclamar com essas enfermeiras, já mandei deixar abertas durando o dia...
 
Então, finalmente me virei para ele.
Dante estava magro, sua pele estava sem nenhum bronzeado do sol, o que não era comum e me incomodava demais.
Seu rosto sereno, com os olhos fechados e a boca semi-aberta, parecia dormir apenas, mas na verdade estava em coma.
 
Se acalmem
É só um coma induzido, recomendação medica.
 
Ele não podia ter emoções fortes, não poderia ficar nervoso e nem nada que agitasse seu coração que ainda está em processo de adaptação por causa do marca-passo, então com tudo o que estava acontecendo, o medico recomendou que ele permanecesse assim até que ele estivesse 100% fora de perigo.
 
E hoje fazem 7 dias desde a cirurgia.
 
A minha verdade agora?
Eu quero tanto ele de volta, mas ele não pode voltar até que eu resolva Caleb e resolver sobre Caleb é algo que não estou pronta ainda.
 
Respirei fundo enquanto passeava meus dedos lentamente por seu rosto macio. Ele estava sereno, apenas com o equipamento monitorando seus batimentos cardíacos, lindo como sempre...
 
Ahhh, como eu queria ouvir sua voz grossa, sua risada, sentir seu toque... Encostei minha testa na dele e beijei a ponta do seu nariz lentamente.
 
Analu: Estamos bem. – Sussurrei com a testa colada na sua e meus olhos fechados, enquanto puxava lentamente o ar pelo nariz e sentia a respiração calma dele bater em meu rosto.
 
X: Não está, não enquanto você não parar de covardia e enfrenta seus reais problemas. – Eu ouvi aquela voz e não consegui ter um segundo de pensamento.
 
Era mesmo a voz dela?
Virei-me rápido para olhar atrás de mim e sim, era a voz dela... A voz calma e firme, tão firme quanto sua postura de quem realmente é a dona do mundo.
 
 E ela é
 
Analu: Mãe... – Eu sussurrei quase sem voz, incrédula por estar vendo a pessoa que eu mais queria que estivesse aqui, bem na minha frente.
 
Taila: Ahhh, meu amor. – Ela jogou sua bolsa preta da prada no chão, ergueu seus braços magros e quase correu em minha direção. Seus braços rapidamente me rodearam, me apertaram, me levaram de encontro ao seu corpo, me fazendo sentir seu calor, seu aconchego, sua paz, sim, nesse momento eu estava em paz em seus braços.
 
Analu: Mãe, o que ... – Ela não me deixou falar, apenas me apertou mais contra seu corpo e começou o trabalho que ela tinha vindo fazer aqui.
 
Taila: Você acha que eu ia ver tudo isso acontecer e não estar aqui com você quando você mais precisa? Já passei tempo demais no escuro sobre a sua vida Analu Monção, chega disso. Não é porque você tem 28 anos que eu deixei de ser sua mãe. – Ela falava sem parar, enquanto se abaixava para alisar a minha barriga, olhando do meu rosto para barriga como se estivesse tentando assimilar o fato de eu estar gravida.
 
Analu: Mãe... – E mais uma vez ela me interrompeu.
 
Taila: Eu precisei atravessar o mundo para colocar um pouco de senso na sua cabeça? – Agora ela já tinha a expressão mais séria, sua postura chegou a ficar até mais rígida, ela cruzou os braços e me olhou nos olhos, ela mudou tão rápido que eu ainda não consegui ao menos entender que era ela mesma aqui. Atrás dela estava Mateo, olhando para mim enquanto eu não sabia para onde olhar, mas sabia exatamente do que ela iria falar.
 
Analu: Aqui não. – Eu disse, com meu coração que já tinha acelerado, a minha boca chegou a ficar seca de tão nervosa que fiquei.
 
Ela se virou de costas para mim, olhou para Dante, alisou o rosto dele e beijou sua testa, logo depois saiu do quarto sem falar mais nada e eu sabia que tinha que segui-la, ou as coisas ficariam realmente serias.
 
Chegou a hora de enfrentar meus demônios?
 
Mateo encostou-se ao canto da parede e me olhou como quem diz ‘eu te avisei’ quando passei por ele em direção à saída do postinho. Dessa vez ele não me seguiu e eu de cabeça erguida, mãos tremendo, boca seca e coração acelerado, entrei no carro que estava estacionado do lado do fora do postinho me sentando ao lado da dona do mundo, vulgo minha mãe.
 
O caminho até a minha casa foi rápido e ela não tirava os olhos de mim.
 Descemos do carro, ela entrelaçou seu braço ao meu e entramos na minha casa, me encaminhando até o sofá da pequena sala e nos sentamos.
 
Analu: Mãe, as coisas estão sob controle agora. – Eu falei, enquanto estalava meus dados na tentativa frustrada de não demonstrar nervosismo.
 
Taila: Não tem nada sob controle Analu. – Ela respirou fundo, sua voz estava calma, firme e acolhedora novamente, esticando suas mãos, ela segurou as minhas e entrelaçou nossos dedos.
 
Taila: Você esta com medo, está com medo porque passou tempo demais focando sua vida em se vingar do homem que quase te destruiu e agora que você o tem em suas mãos, tem medo porque não sabe o que vai ser de você depois que isso acabar. Tem medo porque é fácil jogar a culpa de todos os seus problemas em alguém e, quando você acabar com isso vai ter que começar assumir a culpa. – Ela apertou minha mão, me olhando nos olhos, aqueles olhos pareciam me acolher de uma forma inexplicável. Sem julgamento, sem pena, sem critica, só apoio e compressão. 
 
Taila: Você quer viver a base disso? Você ainda está concentrando seu sofrimento com tudo isso e agora é porque você quer.
 
Eu senti quando algo escorreu por meu queixo e pescoço e eu sabia que eram lagrimas.
 Não é como se eu já não tivesse me questionado sobre tudo isso, é só como se eu realmente precisasse ouvir para realmente entender.
 
Analu: Eu não quero lidar com isso. – Falei enquanto um soluço alto e doloroso saiu da minha garganta. Nesse momento eu vi lagrimas nos olhos da minha mãe, mas ela não me abraçou e nem as deixou cair, continuou olhando em meus olhos e com nossos dedos entrelaçados.
 
Taila: Mas você vai. – Sua voz foi mais alta dessa vez. – Chega Analu, já foram dez anos, quantos anos mais da sua vida você vai dar a ele? Ele esta conseguindo o que quer mesmo sem esticar um dedo para isso.
 
Eu abaixei a minha cabeça, não conseguia mais entender que ela estava coberta de razão e não sentir vergonha de mim mesma por ser tão fraca.
 
Analu: Onde você errou comigo? – Sussurrei enquanto meus olhos estavam pousados em minha barriga que sentava em minhas pernas.
 
Como vou ser uma boa mãe se sou incapaz de resolver meus próprios problemas?
 
Taila: Em lugar nenhum. – Ela levou a mão até meu queixo e ergueu o mesmo. – Não tem erro aqui Analu, tem alguém quebrado demais, que tem tudo para se reconstruir, mas está com medo. – Ela sorriu de lado para mim, passou a mão secando meus olhos.
 
Taila: Você só precisa ser forte e corajosa. – Eu repeti a frase com ela, eu sabia exatamente o que ela iria falar. – Todo mundo tem e precisa ter seu momento de fraqueza porque é na hora de superar que encontramos a força. – Ela me puxou para ela e como um bebê desajeitado e enorme, eu me sentei em seu colo e afundei o meu rosto em seu pescoço, enquanto a única coisa que nesse momento eu era capaz de fazer era chorar e agradecer a Deus por tê-la comigo.
 
Ficamos em silencio, enquanto minha mãe acariciava minha cabeça e eu fui me acalmando aos poucos, até ficar completamente tranquila.
 
Analu: Vou pedir que deixem Dante acordar. – Sussurrei bem baixinho. – E vou matar Caleb agora mesmo.
 
Taila: Matar ele é o que você quer fazer? – Ela perguntou também baixinho.
 
Analu: É o que eu tenho que fazer. – Disse enquanto tirava o meu rosto do pescoço dela, me levantei, sequei meus olhos e passei as mãos arrumando meus longos cabelos, respirei fundo e ergui mais uma vez a cabeça. – É o que eu preciso fazer. – Disse em alto e bom som e quase que instantaneamente eu senti alivio.
 
Caian: Graças a Deus, ou eu quem iria até ai, mas a conversa seria com uma facada bem no meio da testa dele. – Ele falou e eu arregalei o olho olhando em volta da sala a procura dele. Minha mãe riu baixinho, retirou o celular do bolso do sobretudo preto e ergueu.
 
Sei nem como ela estava aguentando ficar com aquele sobretudo no calor infernal do Rio de Janeiro.
 
Taila: Eu disse para você que isso era problema meu. – Ela falou enquanto sorrio e olhava da tela do celular para mim, ela tinha um brilho nos olhos tão lindo.
 
Analu: Ele estava ai o tempo todo? – Perguntei cruzando os braços.
 
Caian: Obvio, ou você acha que eu iria deixar isso tudo como esta? Eu sei de tudo o tempo todo. – Ele falou com um tom de voz misterioso e nos duas caímos na gargalhada.
 
Eu sentia tanta falta deles que chegava a doer.
 
Taila: Você está decidida? – Ela me perguntou quando conseguimos parar de rir.
 
Analu: Sim, inclusive... – Puxei meu celular do bolso traseiro da minha calça jeans e liguei diretamente para o medico que estava responsável por Dante.
 
Analu: Oi doutor, você já pode deixar que ele acorde. – Falei ao celular, enquanto olhava para minha mãe.
 
Medico: Oi Analu, tudo bem, como já te disse, pode levar até três dias. – Ele falou do outro lado da linha.
 
Analu: Tudo bem obrigada. – Falei e logo em seguida desliguei a ligação já guardando novamente o celular no bolso traseiro.
 
Caian: Qual o próximo passo? – Sua voz grossa surgiu através do celular que minha mãe segurava.
 
Analu: Matar Caleb.
 
Caian: Isso caralho, que orgulho porra, é assim que fala. – Ele falou enquanto eu ouvia suas palmas e exaltação em sua voz.
 
Taila: Tem um carro com dois homens nosso esperando só o corpo dele, ele vai ser colocado dentro do próprio jatinho com combustível suficiente apenas para subir e então cair em qualquer lugar pelo mato.
 
Caian: Já está tudo esquematizado, vai parecer acidental, apesar de termos motivos suficiente para justificar o assassinato dele, eu não quero ter esse desgaste e não vale a pena. Então, um acidente vai ficar por isso mesmo, já que ele não tem ninguém a seu favor que queira investigar.
 
Analu: Ta, entendi. Eu vou agora então. – Esfreguei uma mão na outra esperando o nervosismo me atingir, mas ele não veio à única coisa que estava ali era a ansiedade para acabar com tudo isso.
 
Taila: Eu vou com você, quero olhar nos olhos dele enquanto a vida o abandona. – Ela falou, me entregou o celular, tirando o seu sobretudo e prendendo seus cabelos em um coque alto como de costume.
 
Caian: Eu não queria estar na pele dele. – A voz dele soou com tom amedrontado, eu quis rir, mas estava ansiosa demais para isso.
 
Analu: Ta pai, eu te amo, mas precisamos desligar, te aviso quando terminar. – Sem esperar sua resposta, encerrei a ligação.
 
A passos rápidos, fui direto para o meu quarto atrás da pequena e afiada faca de estimação que ganhei do meu pai.
 
Taila: Uma faca? – Ela me perguntou atrás de mim.
 
Dei de ombros, conferi se a ponto40 estava na cintura e me virei indo em direção a saída da casa.
Nós subimos o morro a passos lentos enquanto as pessoas olhavam para minha mãe incrédulas e acenavam para ela com urgência, como se ela fosse a celebridade mais famosa do mundo. Parecia nunca chegar e eu não estava com pressa e nem ao menos sabia como iria matar ele, mas eu tinha certeza que iria descobri quando olhasse para ele.
 
Quando chegamos ao matadouro, tinham quatro soldados muito bem armados na porta, eles me olharam e me cumprimentaram, um deles abriu a porta de madeira e me deu espaço para que eu entrasse.
 
Após  a porta, eu desci quatro degraus enquanto minha mãe e o soldado me seguiam e logo a frente tinha uma jaula enorme, com grades de aço, estava escuro e fedia. O soldado acendeu a luz amarela que iluminou o ambiente e um home m branco, com um corpo muito magro e sujo surgiu no meu campo de visão.
Caleb estava nu e ali fazia frio, ele estava deitado ao chão e em sua volta tinha agua, provavelmente sua própria urina empoçada, eu não consegui desviar meus olhos dele enquanto ele ergueu a cabeça e levou a mão para proteger os olhos da claridade.
 
Eu esperava que ele implorasse, me pedisse misericórdia, ou qualquer coisa que fosse ajuda-lo a se livrar daquela situação. Mas quando seus olhos bateram em mim, ele sorriu abertamente, mostrando seus dentes sujos, os olhos dele brilharam e com certa dificuldade, ele se levantou e andou até a grade que me protegia dele, ou melhor, que o protegia de mim.
 
Achei que poderia sentir pena, mas ao ver que ele sorriu e ainda assim naquela situação ele debochava de mim, eu senti nojo e, tive certeza que estava na hora de acabar com aquilo.
 
Aquele homem na minha frente, segurando as grades, me olhando nos olhos enquanto sorria abertamente, estava nu, magro demais, sujo demais, fedia e mesmo assim ainda tinha um monstro ali.
 
Ele estava irreconhecível, mas ainda era o Caleb que quase destruiu a minha vida.
 
Parecia ter só nos dos ali e eu aproveitei essa privacidade irreal para satisfazer a minha vontade. Mate-lo naquele momento era um ato de misericórdia que ele não merecia, mas que eu precisava.
 
Analu: Você já imaginou como seria o seu fim? – Eu perguntei sem desviar meus olhos dos dele.
 
Caleb: Não, eu nunca vou morrer. – Ele falou baixo, sem forças, mas o suficiente para que eu ouvisse. – Você sempre vai lembrar de mim minha princesa e é isso que vai me tornar eterno.
 
Ele tinha razão, mas o que o eterniza é exatamente o que vai mata-lo.
 
Analu: Você nunca vai ser eterno, eu estou liberta de você, estou liberta do que me prendia a você, o que significa que essas lembranças não existem mais,  não faz mais parte de mim e nem de quem eu sou, elas morrem com você. – Tirei da cinturas a pequena e afiada faca que tinha trazido comigo e segurei com firmeza na lateral do meu corpo, dei dois passos ficando próximo o suficiente dele.
 
Caleb deu uma gargalhada falhada e rouca e sem deixar de me olhar.
Caleb: Não da para apagar seu passado principessa. – Ele sussurra em italiano, esticando a mão por entre a grade na tentativa de alcançar meu cabelo.
 
Dou mais um passo a frente deixando que ele alcance uma mexa e estico rapidamente a minha mão, sem que ele perceba, penetrando forte e certeiro a pequena faca em sua jugular.
 
Analu: Mas da para construir um futuro.
 
Eu senti a faca entrar inteira em seu pescoço, os seus olhos se arregalaram e mais que depressa se encheram de lagrimas, mas ele não deixou que eles desviassem dos meus. Seus dedos lentamente deixando a mexa do meu cabelo voltar ao lugar e, sua mão esticada foi descendo aos poucos enquanto o sangue jorrava da faca e a minha mão ainda segurava firme e pressionava o mais fundo possível a faca.
 
Eu vi sua pupila diminuir e logo começar a crescer, eu ouvi ele começar a se engasgar com o próprio sangue, eu senti o seu corpo dar leves tremidas enquanto caia ao chão e a faca que eu ali tinha penetrado ficou presa em minha mão.
 
Ele ainda me olhava e, eu também vi quando seu peito subiu e desceu a ultima vez.
 
Acabou.
 
Finalmente acabou.
 

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

 
Oi meus raios de luz⭐.

Recebi muitas mensagens lindas e carinhosas de vocês e eu agradeço demaisssssss, estou muito feliz por ainda ter bastante gente que não desistiu da minha historia e principalmente que se preocupou comigo.
Eu estou bem, tem um tempo que não tenho crise e até parei definitivamente com as medicações, eu devo essa satisfação para vocês.
Porque eu não tinha voltado? Gente, eu passei um bom tempo perdida com tudo e, acabei levando um tempo para me realinhar, e isso também fez com que eu me perdesse na historia, tive que ler tudo que já foi escrito para não fazer besteira. Cheguei a escrever e apagar capítulos inteiros, porque eu jamais iria postar algo que não estivesse bom, para vocês apenas por postar, então eu peço minhas sinceras desculpas pela demora e eu prometo de dedinho que isso não vai voltar a acontecer.
 
O objetivo é finalizar antes de o ano acabar e eu iria cumprir ta bom?
Vocês me deixaram feliz demais com as mensagens e aqueceu meu coração a preocupação de vocês, só não respondi os comentários porque o wattpad esta me sabotando, não consigo ver tudo, então preferi não correr o risco de responder apenas a algumas e deixa outras sem resposta.
 
Vocês me pediram muito um grupo ou instagram, um meio que pudessem se comunicar comigo.. Eu não criei instagram e também não tenho grupo porque não sei se seria legal criar, mas quem quiser e quando quiser falar comigo, me chama no whatsapp e é noiiiissss kkk.
 
MEU NUMERO: 71 992621252
 
Não irei especificar os dias, mas teremos mais capítulos essa semana, ok?
Autora ama vocês meus xuxus♥

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⏰ Última atualização: Nov 16, 2020 ⏰

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