7.Você é meu lar

203 30 14
                                    

¤ C A P Í T U L O  S E T E ¤

Pov Anne

       De todos os dias, ele tinha que escolher voltar para casa agora, agora que sou obrigada a andar por ai com esse meu cabelo horrivel. Gilbert não para de me olhar por um segundo sequer desde que sentamos à mesa para o jantar. Com seus olhos cor de amêndoas, e sobrancelhas mais expressivas que já vi, sinto que há tanto a dizer com esses olhares mas que não posso responder altura.

Tem algo diferente nele que não sei explicar, quando seus olhos me observam sinto minha pele queimar e ao mesmo tempo um arrepio que faz meus pelinhos do braço eriçarem. O que isso quer dizer? Eu não sei... mas agora que ele voltou, essas sensações serão constantes... Eu estou perdida.

Por um momento crio coragem e levanto o olhar para olha-lo e me deparo me encarando de volta. Não consigo desviar o olhar e somente me dou conta que passamos tempo demais nos olhando quando escuto a cadeira de Marilla arrastando enquanto ele sai em direção a dispensa buscar a torta de amoras.

Ela deixa a torta em cima da mesa e fala:

- Anne mesmo que escolheu as amoras e preparou a torta, ela fez questão disso.

- MARILLA! - falo alto demais sem conseguir conter meu desespero.

- Vamos Anne, corte um pedaço bem  generoso para os nossos convidados.

Sorrio sem graça, mas dedico toda minha atenção ao cortar um pedaço para que ele fique lindamente no prato que sirvo á Gilbert.

- Está delicioso Anne, as amoras estão especialmente doces.

- Maravilhoso Anne - elogia Bash em seguida.

- Confesso que estou impressionada com a torta, parece que Anne conseguiu dedicar sua atenção ao olhar o forno dessa vez. - Marilla comenta.

- Eu fiquei muito empolgada quando soube que Sebastian iria se juntar a nós, e quis deixar uma boa impressão,  afinal dizem quer a primeira impressão é a que fica, e eu ja tive más primeiras impressões para a vida toda desde qie cheguei em Anvolea. Fico muito feliz que tenha trazido seu amigo Gilbert.

- Bash e eu somos sócios agora, e também uma familia, então estaremos sempre juntos.

- Que maravilha! - falei.

Todos ja haviam comido e repetido um pedaço da torta, e Marilla começou a tirar a mesa. Matthew prontamente foi sentar sem sua poltrona e fumar um charuto para evitar conversas.

- Posso ajudá-la com a louça Sra. Cuthbert?

- Oh meu rapaz, que isso, não é necessário.

- Eu insisto.

Eu ia falar que deixassen a louça comigo quando escuto Blythe me chamando.

- Ahn.. Anne?

- Sim?

- Podemos falar ali na sala?

- Hum, claro...

Nós andamos até a árvore que iluminava a sala com as velas que eu havia colocado. Gilbert coça a cabeça e tira um pequeno embrulho do bolso da calça.

- Pra você.

- Mas... eu não tenho nada pra você!

- Não tem problema Anne... pode abrir!

Assim que abro o presente não posso deixar de sorrir, um dicionário de bolso  e havia uma dedicatória na contra capa.

- Obrigada! Eu amei. - Abro os braços e me aproximo animada para lhe dar um abraço, mas assim que me aproximo me sinto envergonhada e o abraço superficialmente e me afasto novamente.

- Você lembra o que dissemos da ultima vez que nos vimos?

- Trégua.

- Sim! Agora que estou de volta, espero que possamos honrar nosso acordo ruivinha. - ele sorri de lado.

- Desde que não me chame de ruivinha, nosso acordo está de pé.

Ele me encara e ri de leve.

The way he look at her... Shilbert <3Onde histórias criam vida. Descubra agora