A cabeça de Tyler ainda girava, e Rachel também parecia espantada, os seus olhos alternavam em Tyler e naquela mulher misteriosa, da qual ele já tinha deixado claro que não poderia ser a sua irmã, já que ela estava morta há quatro anos.
— Então ela deve ser apenas uma mulher parecida... — Ela disse.
— Parecida? Idêntica é a palavra ideal, é que você não chegou a conhecê-la, a semelhança é até perturbadora... — comentou, passando a mão em seus cabelos escuros, da mesma cor do da mulher misteriosa.
Rachel abanou a cabeça e depois se agachou na frente daquela mulher, a olhando com atenção. Percebendo o quanto ela era bonita. É tão branca que lembrava até flocos de neve, os olhos bem escuros da mesma cor dos cabelos, ela tem uma aparência frágil, parece uma boneca de porcelana, pequena, esbelta. Naquele instante, estava parecendo um animal encurralado.
Logo Rachel começou a observá-la melhor, tendo um cuidado maior com os seus ferimentos, por sorte, desde que houve o atropelamento não havia passado nenhum carro, com certeza o que estava acontecendo chamaria atenção de qualquer um que passasse por ali.
— Oi! – Ela falou tentando ser simpática, e então aquela mulher parou os olhos em Rachel, logo escorregou o corpo para trás, encolhendo-se, o que fez Rachel lembrar-se daquelas mulheres primitivas. Tudo era muito estranho, tanto a forma que ela olhava, agia, como também o seu corpo que além de estar nu estava também com uma mistura de hematomas do acidente, como também estava sujo de terra. — Qual é o seu nome? — perguntou, mas a mulher não respondeu, ficou olhando-a como um animalzinho assustado. Rachel suspirou e olhou para Tyler. — Ela não deve se lembrar, melhor a levarmos para o hospital!
— Não! – Ele disse rapidamente. — Vou levá-la para casa...
— Como? Ela acabou de sofrer um acidente! – disse Rachel inconformada.
— Ela me parece bem... E também, você é medica, não é? Pode ir para minha casa e dar uma olhada nela...
— Ela precisa fazer exames, não vou pode fazer exames na sua casa... — disse, levantando-se e olhando para Tyler, ainda inconformada com o que ele estava dizendo.
Tyler suspirou e se aproximou de Rachel, olhando-a com um olhar sério.
— Por favor, Rachel, essa mulher é igual a minha irmã, eu não sei o que está acontecendo, e não quero levá-la para nenhum lugar sem antes saber quem é ela...
Rachel abanou a cabeça e voltou a olhar para a mulher, que em sua opinião parecia estar bastante desorientada. Depois ela suspirou, tirou sua blusa de frio branca, agachou-se na frente da mulher e colocou-a em volta dela, logo ela a olhou com um olhar assustado.
— Você deve estar com frio, não é? Que tal irmos para uma casa segura para eu tratar desses seus machucados, aí você poderá tomar um banho quente, hein? — falou, sorrindo para a mulher, que continuou olhando-a sem sorrir, sem falar uma palavra sequer. Apenas ficou olhando-a, com o mesmo olhar distante.
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Tyler estava aliviado por Rachel ter aceitado a ideia de levar aquela mulher misteriosa para casa dele, ela fora no banco de trás junto dela. E Tyler passou todo o resto do caminho, lembrando-se de sua irmã Victoria, o rosto dela estava em sua mente, parecia tão real, como se ela tivesse nesse momento parada bem na frente dele.
Ela era uma mulher tão linda, com traços dóceis, pequena, magra. Sempre tão frágil na aparência, mas tinha uma personalidade forte. Tyler nunca conseguiu aceitar sua morte prematura, morrera tão jovem, tinha apenas vinte e um anos de idade. E ainda ninguém conseguiu explicar direito, como de fato, aquela morte aconteceu.
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As crônicas dos que voltaram
Fiksi IlmiahNos últimos anos coisas estranhas sempre estão acontecendo em Silver Valley, antes de uma cidade pacata, agora pessoas estão desaparecendo, e mortes misteriosas acabam marcando aquela região. Se para Tyler, policial da cidade isso já não fosse um gr...