Escola II

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Eram 7 da manhã, mais um dia exaustivo iria começar, eu permanecia com muito sono, na noite passada havia ficado em uma festa qualquer bebendo com alguns conhecidos, enfim, que direção minha vida tinha tomado? Só bebia e fumava, eu sabia que aquilo não me fazia bem, e todas as noites que me sentava sobre as estrelas alcoolizada, inspirava e tragava meu cigarro refletia no quanto eu estava me destruindo, àquilo era detestável, porquê eu fazia aquilo? Simples, era meu único refúgio, afinal não está sendo o refúgio de todos os adolescentes no presente? Fazer a dor dissipar através do álcool, apesar de me destruir, não iria agravar o meu estado, afinal sem o álcool eu morreria mais depressa.

Retornei para casa tarde da madrugada, há pouco cheguei em meu colégio, pessoas me encaram como se eu fosse desconhecida, sinto meu corpo entorpecido e pesado por conta da ausência de descanso. Me sento na primeira mesa e respiro fundo observando a professora de matemática adentrar a sala, pego meu caderno e começo a escrever, mais à frente enviaria para o céu, decerto ele me ajudaria. Eu estava sucumbindo aos poucos, mas eu não queria aquilo, juro...

Escola

Neste instante me encontro na escola
A sala está cheia, porém,
Aparenta estar vazia, e isso me isola.

Dialogar com os demais não me parece melhor,
Prefiro ficar sozinha.
Assim ninguém sentirá dó.

Me sinto sondada na primeira carteira,
Talvez estejam olhando o quão pareço desequilibrada
Olhares, olhares, olhares
Parecem abominar minha roupa.

Sou somente, a garota diferente,
Estranha por nunca ir a aula,
E sempre parecer tão inteligente.

Apenas uma caneta azul na mão
E uma poesia sendo escrita pelo coração.

O sinal para a segunda aula acaba de tocar,
Mal regressei a escola depois de um mês
E este local insiste em me sufocar.

Barulho, barulho, barulho, conversas me irritam
Me deixam nervosa.

[Em meados de Agosto de 2019...
Não me recordo a data,
O álcool e a nicotina estavam deteriorando meu cérebro aos poucos...]

- Júlia Peixoto

Finalizo minha escrita e sorrio fechando meu caderno, logo começando a prestar atenção na aula.

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Meu único refúgio Onde histórias criam vida. Descubra agora