Florença, a Cavaleira Errante

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O inverno em Wigrifin está sendo rigoroso, a grande metrópole está coberta de neve e suas ruas estão quase vazias, poucos moradores se arriscam a sair no frio da noite. A taverna Cálice brilhante é onde alguns viajantes recorrem para se alimentarem e aquecerem no calor da lareira. No interior da taverna havia várias pessoas aquela noite, todas estavam em silêncio, algumas aqueciam suas mãos sob as chamas ardentes da lareira enquanto outras se alimentavam com um bom ensopado quente. Pedron, dono da taverna, atendia a todos com dedicação, estava feliz com tanto movimento em pleno inverno. De repente a porta principal se abre, uma brisa fria percorre pelo grande salão quebrando a quietude do local, todos olharam em direção a grande porta, uma mulher de pele marfim, cabelos negros e olhos levemente orientais adentrou a taverna, usava uma armadura de couro rubro envolto em pele de urso. A mulher olha em volta com receio e se senta próximo ao balcão. Dois homens de vestes finas estavam sentados em uma mesa próxima, comiam um ensopado e ao verem a mulher entrar a analisaram dos pés à cabeça,

- Peço desculpas se estiver errado donzela, mas você é Florença, a cavaleira errante?

- Sim, foi você quem me enviou a mensagem? – Respondeu a mulher com firmeza.

- Oh sim fui eu, fico feliz que tenha aceitado conversar, sou Rifon e aquele é meu irmão Ralf, temos um bom negócio para propor. – Disse o homem com um sorriso vexado ao ver e beleza da cavaleira.

- E que tipo de negócio seria esse? – Perguntou a cavaleira franzindo o sobrolho.

- É que eu e meu irmão encontramos a localização de um tesouro, venha, acho melhor conversarmos na mesa, é mais seguro – Murmurou Rifon.

Florença balançou a cabeça positivamente e ambos se sentaram a mesa junto a Ralf, este ainda a olhava com falta de apreço e foi falando descontente:

- Irmão, tem certeza de que essa mulher é a pessoa certa? Tenho minhas dúvidas sob sua eficiência para o serviço.

- Ora Ralf, fique tranquilo, pelas informações que recebi, Florença é a aventureira mais gloriosa de Wigrifin, perdoe meu irmão pela ignorância jovem donzela.

A cavaleira errante, apenas olhava com fleuma para Ralf, que claramente a menosprezava por ser mulher. Mas isso parecia não a incomodar, afinal, pela forma como ele agia, não passava de um patife. Rifon tentando amenizar o clima ruim que seu irmão criava falou:

- Como ia dizendo, há uma ruína não muito distante daqui, precisamos de alguém jovem como você, para entrar neste local e trazer o que precisamos.

- Hum, uma ruína? E o que vocês precisam? Para quais inimigos devo me preparar? – Investigou a cavaleira desconfiada.

- Achamos que não há monstros por lá, mas deve haver alguma armadilha. O local está abandonado a décadas, porém eu e Ralf somos simples comerciantes e não temos mais idade para se aventurar em buracos, a velhice nos tirou todos reflexos, mas de certo que será algo rápido e fácil para você.

- Você ainda não me disse o que procura nessas ruínas? – indagou novamente a cavaleira.

Ralf, o homem de bigode que apenas a desprezava interveio dizendo:

- É um simples resgate arqueológico, eu e meu irmão fomos até o local, mas como Rifon disse, somos apenas comerciantes, não somos jovens aventureiros como você. Precisara unicamente de uma corda, pagaremos cem peças de ouro para que entre no buraco e nos traga um baú, espero que tenha força para carregá-lo. É algo simples, nos encontraremos aqui pela manhã, combinado?

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