Morte a Espreita

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O inverno estava cessando, o sol havia se posto mais quente aquela manhã, os pássaros começavam a aparecer e as plantas e flores ficaram mais coloridas, mas o frio ainda congelava os ossos.

- Hei jovem mago, acorde. Temos que seguir viagem.

Zalmon acordou emburrado, queria dormir mais um pouco, mas não tinha alternativa. Então levantou se espreguiçando com os olhos cheios de ramela.

Pouco tempo depois os dois já estavam prontos para partir, o jovem mago agora trajando uma bonita armadura de couro batido e Ramir vestia uma confortável roupa de lã bem quente. Ambos presentes da nobre cavaleira.

- Florença, obrigado por sua hospitalidade, gostaria muito de retribuir de alguma forma, mas infelizmente não tenho dinheiro. – Disse Ramir cabisbaixo.

- Não é preciso, além do mais, decidi acompanha-los até Narfell, as estradas estão muito perigosas ultimamente.

Aquelas palavras fizeram o coração do jovem mago bater mais forte, a companhia da cavaleira o agradava de uma forma até então desconhecida por ele.

Após Florença soltar seu cavalo no pasto, todos seguiram viagem a pé. Algumas horas de caminhada e Zalmon começava a ficar impaciente, então perguntou aos seus companheiros de viagem:

- Será que falta muito pra gente chegar lá?

- Em algumas horas estaremos lá. Porque? Já está cansado? – Perguntou o velho Ramir.

- Não, só queria saber se era muito longe, o que o senhor procura em Narfell?

- Em Narfell estaremos seguros, podemos construir um barco e viver da pesca, é uma ótima cidade para recomeçar a vida. – Respondeu Ramir sorrindo.

A cavaleira caminhava alerta, olhava em todas as direções, sentia um perigo iminente. Sua espada por mais coberta que estivesse ainda irradiava uma luz que chamava a atenção de quem passasse, e isso despertou a curiosidade do jovem mago que perguntou:

- Ei, o que é essa luz aí?

Florença olhou apreensiva para ele e a passos lentos foi se aproximando, desembainhou a magnifica arma e a manejou no ar, enquanto a espada cortava o vento, podia se ver brilhos que lembravam estrelas cadentes. Zalmon e Ramir ficaram maravilhados com tão bela espada, olhavam-na como uma joia rara.

Enquanto estavam totalmente distraídos com a espada mágica, não puderam perceber a presença de cinco homens que os espreitavam de cima de uma montanha, observavam a bela espada. Quando a guerreira viu o bando se aproximando já era tarde demais, os cinco homens já estavam cercando os aventureiros. A cavaleira, olhou para seus dois amigos aparentemente indefesos e sussurrou:

- Estamos sob ataque, corram para aquela direção, sigam reto e nos encontraremos na entrada da cidade.

Zalmon ficou preocupado e protestou:

- Não te deixarei sozinha, é perigoso, vamos ficar todos juntos!

- Não se preocupe comigo, sou uma guerreira, corram! – insistiu a cavaleira.

Ramir estava tenso, pois sua idade não permitia que ele conseguisse correr velozmente e o medo o dominava.

- Agora, corraaamm! – Ordenou a cavaleira aos berros.

Os dois partiram em disparada, dois dos bandidos rapidamente iniciaram a perseguição dos fugitivos, enquanto três deles cercaram a cavaleira pois era ela que empunhava a espada mágica que eles desejavam.

Florença, a Cavaleira ErranteOnde histórias criam vida. Descubra agora