Capítulo 32

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Quando eu poderia imaginar que tudo em minha vida sofreria uma reviravolta como essa?

Esticando meu corpo, bem devagar para não acordar o homem que está ao meu lado, consigo me levantar. Vou até a janela, separando uma frecha da cortina para observar como está o dia, e para minha "não surpresa", está chovendo. A temporada de inverno chegou rápido esse ano, e sinceramente, estou achando que isso é de implicância com a minha pessoa, provavelmente...

Fecho a cortina e me volto para o pequeno quarto que estamos alojados. Como não podíamos ficar para sempre dentro de um carro minúsculo no meio de uma tempestade, viemos para essa pequena pousada, que segundo Luk, é de confiança, e aqui estamos, sem que eu consiga realmente elaborar um plano concreto para avançar na vida.

Ou ao menos no meu curto tempo que tenho para aproveitá-la...

Pego o jornal e começo a ver os classificados, algum lugar deveria estar para alugar neste vilarejo, não era possível! Ao menos algum que desse para eu pagar e ter algum dinheiro em mãos depois.

­­­­­— Bom dia. — a voz rouca me faz prestar atenção na visão a minha frente.

A imagem de um Luk com o cabelo bagunçado e apenas com a calça do pijama quase me faz ir a loucura! O pequeno espaço de tempo que passamos sem nos ver, de repente, parece ter virado uma década; por isso resolvo deixar as preocupações que martelam em minha cabeça de lado por um momento para curti-lo com ele.

Me jogo na cama ao seu lado, sentindo a maciez dos lençóis combinado com choque gelado causado pelo frio, que é rapidamente encoberto pelo calor que emana do corpo de Luk, e o beijo lentamente, aproveitando cada segundo. Começo a acariciar seu pescoço, sentindo sua mão deslizar para a minha cintura. O beijo vai se intensificando junto com os toques e um calor começa a se espalhar pelo meu corpo, me fazendo desejar mais daquilo. A outra mão de Luk desce para a minha perna e sem quebrar o beijo, com facilidade, sobe seu corpo sob o meu. Passo minhas unhas pelas suas costas e o sinto apertar a minha coxa. Um barulho sai pela minha boca e isso o faz recuar, me fazendo sentar no colchão. Os dois ofegantes, ele mais descabelado do que antes, sinto que meu rosto está quente, certamente corado. Meus olhos presos nos dele, suas pupilas estão dilatadas, encobrindo parte de sua íris.

O que acabou de acontecer aqui? Que sensação foi essa? Meu baixo ventre está queimando e eu tenho certeza de que se Luk voltasse para cá, eu avançaria para beijá-lo novamente.

— Desculpe, eu não quis... — começa a dizer, mas meus olhos caem no volume que está evidente em sua calça, isso faz a minha ficha cair e meu rosto esquentar como concreto no sol! Ele percebe e sem falar nada, corre para o banheiro, se trancando em seguida.

Me deito novamente e cubro minha cara. Aquilo era tão bom, mas tão errado! Não poderia me descuidar, não quero ter a imagem mais manchada do que já tenho por não ter um pai! Ou pior, ter um filho sem estar casada, como a minha mãe!

Entretanto, sorrio ao pensar que Luk me deseja como um homem, quer dizer, isso significa que eu já tenho porte de uma mulher feita... Na realidade, se eu for seguir os ideais dos meus avós, já tenho idade para estar casada, mas sinceramente, não sei se quero casar, ou ser uma "esposa", não agora... Nem experiencia eu tenho! Quer dizer, tudo o que eu sei é que minha mãe dizia, sobre ficar trancada "servindo" algum homem, mas ela nunca se importou em me ensinar a ser uma boa esposa, na verdade, Regina nunca me ensinou nada. Pensar nisso me faz questionar se ela está sentindo a minha falta... Balanço a cabeça espantando esse pensamento.

Minha vida era outra agora, não deveria olhar para trás.

Mas a questão fica em minha cabeça... O que significa ser uma boa esposa?

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