Capítulo 9 - Parte I

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Lucian

Estamos sentados em uma praça, observo o céu cinza acima da gente, ciente que ela está impaciente por respostas, mas não sei se posso lhe dar agora, minha mente está com um turbilhão de coisas passando por ela, tudo está muito confuso... Algo me puxa para dentro da minha mente.

Lucian, você foi criado especialmente para cuidar desta missão, não me desaponte agora!

Fiz uma careta ao pensar nos anos que teria que passar ao lado de um ser daquele. Mas não questionei, era o meu destino, no fim das contas. Então apenas assenti mostrando respeito e voltei para o meu caminho predestinado.

A criança recém chegada gritava em agonia, ninguém parecia acalmá-la e aquilo deixava os humanos ali presente nervosos e agitados. Me encostei em um canto e apreciei o espetáculo.

Ela precisa da mãe, Bernardo! exclamou a mulher que andava de um lado para o outro com a criança angustiada em seu colo.

Eu sei... Mas ela está irredutível! Não quer nem chegar perto da pequena!

Pobrezinha... Está confusa, é algo novo. — a mulher parecia tentar se compadecer com a situação.

É uma responsabilidade, Isabel! Ela fez a criança e terá que arcar com as consequências!

Não seja tão duro! É uma nova fase...

Que ela vai ter que encarar.

Ali parecia ser o fim daquela conversa. Podia ver o fio que ligava o senhor com a recém nascida.

Vou tentar levá-la para Regina, uma hora ela vai se acalmar e vai ver como é linda a filha que ela colocou no mundo.

A senhora foi caminhando cuidadosamente, com a bebê ainda aos berros até o quarto no final do corredor.

Filha, olhe quem está aqui... a mulher estava recostada na cama, sua aparência estava abatida, e assim que viu o que a mais velha trazia nos braços, fechou a cara.

Já disse que não quero esta criatura perto de mim! o grito fino com a entonação de nojo me despertou curiosidade, eu tinha conhecimento de que humanas geralmente eram extremamente apegadas as suas crias, não esperava o contrário aqui.

Filha, ela precisa de você, está chorando de fome...

Não me interessa! Leve-a daqui! E dê-lhe algo para acabar com este choro insuportável! Está me causando dor de cabeça!

Percebendo que os gritos de sua filha deixavam o pequeno ser mais agitado, a matriarca abaixou a cabeça e foi embora com a pequena criatura em seus braços.

A cena muda e estou observando uma criança de no máximo dois anos de vida, que está suja em seu berço, chorando enquanto a sua mãe está lendo uma revista no outro canto da sala.

Será que você nunca vai me dar um minuto de paz? pergunta aborrecida. 

Ela levanta, joga um brinquedo qualquer dentro do berço e a criança se assunta chorando mais. Reviro os olhos. Já estava de saco cheio de ficar vendo os chiliques que essa mulher dava por causa da mais nova.

De repente um homem entra no apartamento pisando duro, e vai direto de encontro com Regina, mal olhando para o motivo daquele barulho irritante que preenchia o ambiente.

Eu não aguento mais! Não posso mais viver assim!ele tira alguns papeis do bolso. O que significa isso? questiona os jogando em cima da mãe da criança que olha aquilo com desprezo.

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