Cada flor que te dedico, por mais bela que seja, jamais será superior a sua beleza, meu amor
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Tenho comigo um punhado de cartas, cada uma delas apresentava-me um lírio de cor diferente, e em todas as suas dedicações, chamava-me de Minha Sky. Sinto meu corpo se inebriar com o cheiro de seus lírios, agora unidos por uma fita vermelha que rodeia seu caule. Sorrio enquanto guardo suas promessas numa caixa branca. Esteve encarregada todos esses dias de guardar para mim todas as promessas do meu astro. Enquanto suas flores foram cuidadas a cada dia por mim, com a ajuda de minhas meninas. Cally era a amante perfeita de flores, e Zora era a amante perfeita do meu romance, torcia por nós cada dia que passava. Agora, restava-me um buquê enorme se lírios de diversas cores, consigo, a minha caixa branca, contudo, a mais colorida.
Carrego ambas as coisas em meus dedos quando despeço-me de minhas meninas. Sussurro a elas o quanto amo-as. Quero que se lembrem de mim quando saírem daqui, pois assim como meu astro fez comigo, escreverei as minhas todos os dias. Respiro o ar fresco do que era estar fora do internato enquanto as grades de fecham atrás de mim.
Aperto minha caixa contra o peito e mais uma vez permito-me sentir o cheiro das flores do meu astro. Lembro-me poucas coisas. Meu amor morava em uma cidade pequena agora, de duas horas de viagem do lugar que acabei de deixar, e chamava-se Wintlewood. Trabalhava numa cafeteria perto dali enquanto não conseguia algo mais fixo. Lembro do prédio ser chamado Sloan, um dos mais em conta que conseguiu.
Pego um táxi logo na saída, cumprimentando o mais velho.
– O senhor sabe onde fica WintleWood? – Pergunto enquanto coloco minha mochila sob o banco do carro. O mais velho diz que sim, mas alerta-me do preço, já que a viagem seria longa.
O carro segue, uma viagem longa e inicialmente silenciosa, contudo, cheiro mais uma vez os lírios, dando atenção especial ao azul, aquele que mais gostava. Lembro das palavras daquela carta, onde me conta sobre a vista de seu prédio e que, queria muito mostra-la para mim. Prometeu que me levaria a muitos lugares quando estivéssemos juntos do lado de fora, incluindo o campo que frequenta aos fins de semana, onde coletava seus lírios e me escrevia suas juras. Esse era, especialmente, o lugar que mais queria conhecer. Prometi mentalmente a ele que escreveria para ele por lá também, apenas para escrevê-lo promessas também.
– Namorado? – Pergunta o taxista, e desvio meus olhos a ele, vendo quando sorri contente – Sinto falta da minha esposa. Era a mulher mais perfeita dessa Terra, senhorita.
Sorrio com suas palavras, e contudo, seu sorriso parece crescer cada vez que pensava nela.
– Sinto muito pela sua perda. Tenho certeza que era uma mulher incrível – Eu respondo, mas ele jamais deixa seu sorriso se afastar.
– Incrível não é a palavra correta. Não existem palavras que podem descrever o que minha mulher era. Eu costumava dar a ela buquês, pois gostava muito de flores.
O mais velho para o carro no sinal e espia-me pelo espelho, especialmente interessado no que carrego.
– Tem sorte. O amor anda doente, minha senhorita – Ele inicia – Quando tinha sua idade, promessas, declarações e flores eram a coisa mais rasa que poderia dar a alguém, e ao mesmo tempo a mais linda. Hoje, não se ama.
O carro da a partida novamente, e olho meus lírios. Cada uma daquelas flores correspondia a uma carta do meu astro. A amarela sobre o dia em que saiu e o mundo parecia mais colorido lá fora, contudo um vazio quando notava minha ausência. A branca contava-me sobre o quarto que preparou para nós, colorido e totalmente diferente do quarto que passamos dias juntos. Não havia pânico lá dentro, ele me disse. O rosa, ele declarava-se a mim como nunca, dizendo-me que sentia falta de me tocar e me beijar.
–Ele é o meu astro – Murmuro, não espero que ele escute, mas ele sorri.
– Ela era meu amor.
O silêncio volta a nos cercar. Enquanto observo o dia do lado de fora, o Sol brilhando com toda a sua glória sobre nossas cabeças, começo a sentir sono. Lembro-me apenas de dormir e, acordo com chamados do velho senhor, sorrindo simpático. Pago o que devo e junto minhas coisas, quando o senhor fita-me antes de sair com o carro.
– Boa sorte com seu astro! – Ele diz, feliz e ansioso quando parte com o carro.
Olho para trás, observo o meu redor. As pessoas andando em todos os lugares, carros parados no sinal e aproveito esse momento para atravessar, mesmo que não tivesse certeza de onde ficasse o lugar do meu astro. Ao invés de correr, ando com calma pela cidade, aproveito o ar fresco, a sensação de não estar ficando maluca no meio de loucos. Peço informações, disseram-me a direção do meu astro e, conforme cada passo que dou noto uma atração diferente.
Contudo, nenhum casal. Noto então que, hoje, não se ama. Exatamente como me disse o senhor. Se existem casais, não vejo-os sinceros, e sinto meu peito se encher porque sinto meu astro e sinto seu amor em mim a cada momento. A cafeteria estava perto, muitíssimo perto. Quatro passos e um empurrão na porra, estou dentro. Junto ao meu astro.
O vejo lá dentro pelo vidro, sinto meu corpo flutuar. Seu cabelo balançando junto com os brincos, a mão tatuada passando pela mesa marrom, o corpo torneado em movimento. Deixa a mesa vazia e vai até o balcão, deixa nele o pano que usara segundos antes e se senta. Cansado, ele com certeza estava. Contudo, pergunto-me se meu astro se lembra que dia é hoje.
Ando eu direção a porta e, com o soar do sino recebo olhares, mas apenas um me pertence. Com lentidão, meu astro me vê, e então, ele realmente sente, estamos perto de novo, estamos juntos novamente.
– Sky – Ele sussurra. Onde apenas eu escuto.
Começo a sentir que minhas bochechas podem rasgar, pois sorrio com tanta felicidade em ver meu astro. Seguro minha caixa branca com a destra e as flores com a canhota, mas abro meus braços e corro para meu astro, e tenho comigo mais uma vez seu cheiro, seu toque. Meu amor me tira do chão, me levanta em seus braços e sinto que somos olhados, mas não me importo, pois meu astro está aqui comigo.
– Eu senti tanto a sua falta, Sky! – Ele sussurra, beijando minha bochecha.
Seus braços me apertam com força ao me colocarem no chão. Vejo o momento perfeito em que seu rosto está perto do meu. Toca meu queixo com seus dedos, levantam minha cabeça perfeitamente em sua direção, arrasta seu nariz em minha pele e, quando seus lábios tocam os meus, quero chorar.
Sua euforia enche meu peito. Somos dois perfeitos num mundo onde falta amor, e tudo que preciso é do meu astro.
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ᴇᴍ ᴏᴜᴛʀᴏs ʟᴜɢᴀʀᴇs ɴᴀ ᴍɪɴʜᴀ ᴄᴀʙᴇçᴀ • ᴊᴊᴋ ✔
FanfictionVocê me faz pecorrer outros lugares que nem sequer conhecia, e pior ainda, os que eu já conhecia.