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FINN NÃO COSTUMAVA ser supersticioso

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FINN NÃO COSTUMAVA ser supersticioso. Não acreditava em leis do universo. Mas após o ocorrido com Sadie no despenhadeiro, onde tentou beijá-la num ato totalmente à flor da pele, não havia trocado meias palavras com a ruiva fazia três dias, e por mais que quisesse terminar aquele trabalho de uma vez, não fazia ideia de como iniciar uma conversa com Sink sem deixar a atmosfera desconfortável.

"Se algo pode dar errado, dará."

Maldita Lei de Murphy.

Deitado em sua cama, Finn pensava. Pensava em métodos de como chamar Sadie para sua casa. Na verdade, nem ao menos Wolfhard sabia se queria estar no mesmo ambiente que Sink. A não ser se quisesse morrer de vergonha com a imagem do quase beijo com um loop infinito em sua mente.
Finn nunca havia se sentido daquele jeito com ninguém. Nunca havia tido dificuldade em chegar numa garota, mas por que justo com Sadie? Por que tinha que ser ela?

Ao ouvir o barulho da maçaneta rugir pelo quarto, Finn levantou da cama num pulo. Esperava por sua mãe, mas sabia que se ela o visse daquele jeito perguntaria e tentaria dar conselhos. Com certeza deixaria tudo mais embaraçoso com seus avisos claros e verídicos até demais.

Mas ao invés de ver a corpulência de sua mãe, viu uma Sadie adentrar seu quarto com um aspecto desconfortável e irritado. Ela não estava com uma feição chorosa, estava com seu típico batom vermelho estampado no rosto, um vestido preto colado no corpo que ia acima de coxa e um all star amarelo surrado com uma meia que ia até a canela. Finn a achou extremamente bonita, mas não fez ou disse nada além da solta um sorriso, cujo Sink ignorou.

— Oi — falou seca jogando sua mochila num canto do quarto e caminhando até a escrivaninha.

Ela não havia esboçado nenhum sorriso e nem soltado palavras atrevidas. Não havia feito nenhum ato que deixasse Wolfhard com vergonha, na verdade, tentava o evitar. Tentava evitar contato visual e físico. Queria se manter o mais longe possível.

Do lado dela, estava Finn. Ele tentava falar com Sadie, mas parecia que a cada tentativa sua telepática, ela se distanciar cada vez mais. Isso fazia com que um broto de exaustão e melancolia surgisse em seu peito, crescendo a cada tentativa falha. Ainda havia chances de tentar resolver as coisas, mas e após o trabalho? Eles não teriam mais o que conversar, certo? Então, na escola, não haveriam motivos para conversarem. Seriam apenas entreolhadas significativas pelos corredores. Os dois temiam aquilo.

— Sadie — iniciou Wolfhard num tom neutro e preocupado —, eu sei que eu fui um babaca. Me desculpa.

Sadie que mantinha a concentração no notebook, apenas permaneceu quieta escutando as palavras de Finn. Não estava convencida do pedido, e ele realmente foi um babaca. Não por conta do beijo, mas porque provavelmente depois dele, Wolfhard a esqueceria com todas as outras meninas, e Sadie não era disso. Mas assim como aquelas palavras soaram da forma mais melancólica possível entre os lábios feridos do cacheado, Sink ainda se manteve irredutível. Não direcionou o olhar a ele, e sua única vontade no momento era xingá-lo com palavrões muito bem escolhidos.

Ao invés disso, ambos permaneceram num silêncio ensurdecedor por duas horas seguidas. Não trocaram mais de uma frase.

— Lembra das minhas revistinhas que você leu? E de como pegou meu sorvete de flocos? Cara, eu nunca vou me esquecer disso — Finn soltou um sorriso, que logo foi seguido por Sink.

Ela lembrou. Lembrou de como deixou Finn com os olhos arregalados por uma quebra de distanciamento. Lembrou de como o viu a encarar da forma mais fascinada possível no corredor da escola. Lembrou de como Finn parecia ser benevolente apenas com ela. Lembrou do quase beijo e de como contemplou as galáxias habitadas no rosto de Finn apenas com a iluminação da luz pálida da lua.

Nosso sorvete de flocos — respondeu a garota num tom cômico.

Sadie levantou-se da cadeira e andou até Wolfhard reecostado na porta, o contemplando por alguns segundos. Viu o ar de nervosismo por parte dele presente. Viu a forma como Wolfhard a encarava, esperando por ato ousado da ruiva. Como se Sink fosse um predador e ele a presa. Esperava pelo ato inesperado da caça. Mas Sink apenas sorriu entre os lábios vermelhos e soltou um riso anasalado.

— Eu já terminei — sussurrou — Até mais, Wolfhard.

Desferindo um beijo seco na bochecha do cacheado, ela saiu do quarto com um sorriso sagaz no rosto. Pareceu deslocar a energia elétrica de sua estrutura para o corpo esguio do garoto, o deixando estático com um sorriso no rosto. Ele sentiu a área esfriar sem os lábios de Sink, mas assim que caiu em si, percebeu que era mais um ato audacioso da ruiva. Não tinha o que reclamar além de não saber como seu corpo reagia por simplesmente estar ao lado dela.

Nota da autora:

desculpa pelo capítulo sem graça, achei que sairia melhor.

eh isso.

Anna☆

Embers of Winter | FadieOnde histórias criam vida. Descubra agora