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O FALATÓRIO NO refeitório era alto o suficiente para fazer com que resquícios vozes adentrassem o fone de ouvido estrondoso de Wolfhard

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O FALATÓRIO NO refeitório era alto o suficiente para fazer com que resquícios vozes adentrassem o fone de ouvido estrondoso de Wolfhard. Os pensamentos do cacheado iam longe enquanto contemplava a própria comida sobre a mesa. Seu rosto estava coberto de feridas, escoriações e uma expressão turva, o dando uma aparência mais problemática e pertubada. Ainda podia sentir os pontapés de Schnapp sendo desferidos em cada canto de seu abdomên. Seu sangue ainda fervia e suas mãos ainda doíam por tantos socos distribuídos no rosto do garoto.

Algo impactou no ombro de Wolfhard, fazendo o fone instalado em seu ouvido cair no chão, tirando sua atenção bruscamente de seus pensamentos paralelos. Olhou em volta e apenas o que viu foi a feição animada de Jack sentando-se ao seu lado. Um grande revirar de olhos surgiu por parte de Finn. Odiava a animação matinal de Grazer. Odiava ainda mais a forma como lidava com as coisas.

— E aí — iniciou Grazer, ignorando completamente o aspecto furioso de Wolfhard —Quem foi? Noah? Jaeden?

— Noah — respondeu o cacheado, preferindo ignorar o fato de Jack ter atirado seu fone no chão.

— E por quê?

— Porque ele é um babaca.

Abaixando, Finn pegou o fone esparramado no chão e voltou à posição anterior, lançando seus cachos caóticos para o topo da cabeça com um movimento.

Jack analisou Wolfhard por alguns segundos, impregnando a confusão na face. Grazer era contra a violência em geral, mas em casos extremos, ele era totalmente à favor. E no caso de Finn, não haveria motivos para bater em Noah Schnapp. De fato, os dois sempre se odiaram, mas nunca houve um porquê efetivo de briga. E todos seus avisos para Finn sobre as conflitos foram totalmente em vão. Já havia desistido, mas ainda se questiona quando ele tomaria jeito.

— Você sabe o que eu acho sobre isso, não é?

— Jackie, eu sei. Mas dessa vez ele mereceu.

Jack não disse nada, apenas  iniciou batidas com a ponta dos dedos na mesa com o intuito de afagar o nervosismo. E toda as vezes que a figura morena passeava por sua mente, a aflição surgia. Parecia crescer a cada flash que obtinha do garoto, e a cada olhada que dava no refeitório, estudava-o tentando encontrar vestígios dele em meio a multidão que se fazia lá.

— O que você tanto olha? — perguntou Wolfhard já impaciente.

— Jaeden — respondeu sem pensar.

Ainda olhando o local, Grazer nem se deu o trabalho de ver o olhar perplexo que se fez na face pálida de Finn. Era verdade que Jack andava estranho nos últimos dias como se sempre estivesse andando em nuvens da forma mais melódica, mas Finn sempre preferiu ignorar toda a falta de atenção do amigo, mas parecia que a cada dia os desvaneios de Jack se agravavam. E com aquele nome proferido em tom afável por parte de Dylan, um interruptor pareceu acender-se na cabeça de Wolfhard. Tudo fazia sentido. E por um segundo, Finn sentiu um incômodo. Não era apenas por ser Jaeden — o que já era muito ruim —, mas sim porque conhecia Jack desde a pré-escola e não entendeu o porquê dele esconder aquilo.

Embers of Winter | FadieOnde histórias criam vida. Descubra agora