~ onze ~

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NO PEITORIL DA JANELA descansava a silhueta magra de Wolfhard

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NO PEITORIL DA JANELA descansava a silhueta magra de Wolfhard.

O cacheado contemplava o panorama amplo que tinha da rua a sua frente. Crianças sorriam alegremente enquanto brincavam de coisas aleatórias, completamente imersos em seus mundos ilusórios onde não existia adultos ignorantes com alto nível de intolerância. O mundo era mágico e perfeito. Finn sorriu ao perceber que uma vez já fora assim, mas agora, essa sensação era praticamente extinta dentro de si. Olhava os carros que já passavam com os faróis acesos no fim daquela tarde. Olhava também os casais que passavam por ali de mãos dadas em completo estado de paixão. Pareciam infectados pelo nevoeiro cor de rosa que adentrava as míseras frestas que fossem das casas das pessoas com o intuito de imergi-las na magia do dias dos namorados.
No final daquele passeio, os casais selavam um beijo e trocavam carícias da forma mais vergonhosa para os alheios, inclusive Finn que só soube esboçar uma feição enojada e desviar o olhar para o lado oposto da rua.
Vez ou outra, Finn bebericava o pouco do café quente que restou em sua caneca, sentindo o gosto amargo e vagamente azedo da cafeína atingir seu paladar, sendo rapidamente limpado com o dorso de suas mãos magricelas e pálidas, levando consigo qualquer resquício da bebida.

Os dias da estação mais rigorosa estavam contados. Nos últimos dias, um frio cortante veio junto com a branquitude em abundância. Congelava as bochechas de quem ousasse sair de casa sem cachecóis, casacos e mais um monte de agasalhos.
O frio não era piedoso assim como o calor, mas a diferença é que a quentura não cortava lábios e muito menos trazia crises alérgicas na maioria das vezes.
Faltavam mais alguns dias para o começo da primavera, a estação que trazia a paz para as abelhas pegarem o pólen, as cores vibrantes e que exalavam alegria.

- Finn - ecoou uma voz rouca prlo silencioso quarto - Finn o que está fazendo? Não deveria estar escolhendo a roupa para o baile?

Finn desviou o olhar do panorama e focou no homem de terno a sua frente. Seu aspecto era cansado e precisavam relaxar por aproximadamente mais cinco horas. Precisavam daquilo mais do que nunca, mas também precisavam se manter abertos para um relatório. De fato, era uma tarefa muito mais difícil.

Wolfhard aproximou-se do homem lentamente e o abraçou. Não sabia o porquê, mas apenas fez o que seu instinto mandou.
Sentiu o abraço de Robert afagá-lo como antes. Finn não tinha noção de quanto tempo não sentia o abraço do pai, mas assim que sentiu, relembrou de forma nostálgica uma das melhores sensações do mundo. Por um segundo, sentiu novamente a sensação de ser acolhido e protegido de todo o mal e pensamento ruim. Sentiu por um segundos as palavras emocionantes de seu pai soar em sua mente quando lia a história de Anne of Green Gables.

Por um segundo, sentiu como aquelas crianças na rua.

— Eu senti saudade — sussurrou Finn, quase podendo perceber o olhar surpreso de Robert.

Faziam alguns dias desde a ida de Robert para Nova York a trabalho, deixando a esposa e os filhos na Califórnia.
Todos eles já haviam se acostumado com o fato da ausência contínua do homem, mas todo mundo também sabia que aquilo não era natural, inclusive Robert que optou voltar para casa muito antes do combinado.

— Resolvi tirar um tempo pra mim. Aquela empresa tira muito do meu tempo com os meus filhos. Eu prometo ser mais presente — o homem se separou de Wolfhard e se sentou na cama — Espero que já tenha se resolvido com Sadie e a chamado para o baile.

Robert saiu dali e deixou o filho pensando na pequena palavra proferida pela ruiva:

"Talvez."

Finn sorriu anasalado enquanto voltava a olhar a rua, agora, escura.

A mãe de Sadie já havia chegado de viagem. Estava cem por cento renovada e com uma alegria que qualquer um duvidaria, inclusive os filhos.

Susan — a mãe de Sadie — fazia panquecas enquanto cantarolava uma música entre os lábios. O rádio estava ligado e uma estação que tocava músicas dos anos oitenta incendiava a casa com a canção, mesmo os filhos não nutrindo essa felicidade toda.
Gostavam de ver a mãe feliz, mas acompanhar o ritmo acelerado da mulher ruiva era muito difícil.

— Cuidaram bem da Sunny? — perguntou Susan enquanto distribuía as panquecas para os filhos.

As meninas se entreolharam e Tyler só soube exprimir confusão em sua face pálida e cheia de sardas alaranjadas, mesmo já prevendo o que havia acontecido.

— Claro que sim — exclamou Amber.

Na verdade, Sunny havia sumido umas três vezes apenas naquela noite. Na primeira, foi encontrada na cozinha por Angel; na segunda estava no banheiro, encontrada por Amber e na terceira estava seguindo Sadie. Tanto que, quando Sink foi falar com Finn depois da briga, a pequena ruivinha estava lá chamando a irmã entre os dentes, quase que a puxando de volta para a festa, arrancando sorrisos de Finn.

As outras duas concordaram, como se quisessem encerrar o assunto ali mesmo. Não queriam se aprofundar ainda mais.

— Nós já vamos — falou Sadie, despertando todos os irmãos.

Eles concordaram e saíram dali deixando Susan confusa.

Na escola, Sadie já caminhava em direção ao seu armário, tirando de lá todos os materiais necessários para a aula de química.
Fechou o armário com certo vigor, provocando um barulho metálico e um susto após a face pálida com cachos escuros cobrir quase que inteiramente seu campo de visão repentinamente.

— Uma hora dessas — exclamou Sadie enquanto girava a chave do armário no dedo indicador e reencostou o corpo no metal azul.

— Obrigado por ter cuidado de mim ontem — sorriu enquanto fixava a ruiva

— Faria isso com qualquer pessoa. Não se sinta privilegiado por isso, Wolfhard — a ruiva iniciou a ida para a sala de química.

— Não vou. Nos vemos no baile? — Finn saiu dali na direção oposta da ruiva, mas ainda de costas olhando seu físico belo.

— Não sei. Se você der sorte...

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Nota da autora:

Vcs leriam uma longfic minha?

Anna☆

Embers of Winter | FadieOnde histórias criam vida. Descubra agora