~ bônus ~

134 8 3
                                    

JÁ HAVIA SE PASSADO três meses desde o começo do romance adolescente de Finn e Sadie. Três meses de pura loucura, escapadas para o cantinho que eles tinham como propriedade e beijos intensos; muito intensos.

Por um mês inteiro, Finn saía na calada da noite, buscava pela típica bicicleta jogada no gramado de sua casa e, costumeiramente, traçava o caminho para ir de encontro com Sadie. Era quase certo que encontraria uma ruiva de cabelos fumegantes, quase irreais, apoiada na janela do quarto que ele bem conhecia, esperando-o.
Sadie era como uma droga ao ver de Finn, ele sempre queria mais e nunca se dava por satisfeito quando acabava. Seu almejo era sentir o calor dela todas as noites, ressonar em seu peito caótico, sentir o gosto adocicado do gloss de morango dos lábios dela e assistir as bochechas da mesma ruborizarem depois de beijá-la; aquelas bochechas eram as únicas coisas que iluminavam aquelas noites pálidas e quietas.

Sadie era a única bagunça que Finn gostava e se permitia sentir e, por alguns segundos, ter certeza de que tinha um controle sobre. Ela foi a pessoa que o ajudou; a âncora que ele buscou por tanto tempo até tomar coragem de enfrentar os próprios demônios sozinho sem ter que descontar nos outros. Feridas que nunca desapareciam do seu corpo tornaram-se cicatrizes quase insignificantes. Seu olho já não possuia mais uma coloração arroxeada e seus olhos não carregavam bolsas escuras. Mesmo que todas as escoriações tivessem sumido, sua atmosfera problemática e intrigante ainda não havia sumido. Tudo isso graças a portadora de fios ruivos.

Finn não diria em voz alta, mas, com certeza, amava Sadie Sink. Amava ela por inteiro, e só teve convicção disso quando ouviu ela refletir em uma noite daquelas. As estrelas, a silhueta repousada da sacada, a forma como ela sorria dizendo os planos de vida enquanto olhava para as estrelas... o cacheado prestou atenção naquilo e em mais um pouco; ela era eletrizante e lhe causava arrepios. Essa falta de demonstração o matava por dentro, ele precisava dizer o quanto antes a sua real intenção com ela. O que Sadie pensaria não era algo que Wolfhard desejava pensar muito.

Aquela era a noite.

Como sempre, Sadie estava no peitorial da janela do seu quarto esperando por Finn. Ele jogou a bicicleta na frente do gramado e, lentamente, subiu até o quarto da ruiva. Poderia dizer que já era um profissional naquilo; escalar casa de garotas.

Não demorou muito até Sadie avançar no garoto, iniciando mais um dos vários beijos deles. Agarrou a nuca do menino e entrelaçou suas mãos nos cachos dele. Era sempre como se fosse a primeira vez, o deleite e a sensação eram os mesmos. Sadie não sabia o que sentia em relação à Wolfhard, mas, no fundo, não queria que tivesse um fim. Ele a entendia muito bem, pois no mesmo instante, a pressionou contra a parede, colocando a mão em seu rosto fulmegante e ruborizado. A atmosfera pesou ainda mais quando Finn desceu a boca até o pescoço da ruiva, passando o lábio inferior ali e, logo em seguida, deixando um "presente" que se prosseguiu de um gemido silencioso vindo da ruiva.

Sadie o empurrou contra a cama e se pôs em cima dele, o beijando intensamente. Agora ela estava no comando.
Sua boca foi até o lóbulo da orelha do alto e, sem hesitar, mordiscou e acariciou a área. Agarrou os fios de Finn para trás e voltou a beijá-lo, como se aquele fosse o último beijo que daria nele.

Aquela troca era diferente das outras, pois além da certeza que Finn tinha da paixão, Sadie preferia não demonstrar os sentimentos ou demonstrá-los através de toque físico. Foi numa dessas demonstrações que um Finn Wolfhard inconsciente proferiu o que temeu proferir por tanto tempo. Enquanto sua mão passeava no corpo de Finn, Sadie escutou algo que a fez parar o que estava fazendo.

— Sadie, eu te amo pra caralho — Sadie voltou a atenção para o rosto agora estático de Finn. Com certeza não era pra soar assim.

— O que você disse? — ela o olhava fixamente, como se fosse proposital causar terror no cacheado através de suas íris terrivelmente azuis.

Ele engoliu em seco. Desmentir jamais seria uma opção; ele estava convicto do que dizia. Saberia lidar com a rejeição na terapia.

— Eu te amo.

Sadie pareceu nervosa. Não pelo fato de Finn dizer com todas as letras que a amava, mas o que ela diria? Ela não sabia o que dizer; gostava de Finn, e muito, mas e se não fosse amor? Isso seria bem mais fácil de lidar uns meses atrás.

— Finn, eu... — ela mordeu os lábios e fechou os olhos. Suas bochechas coraram.

Finn, que ainda estava embaixo da garota, agarrou a nuca dela e a puxou contra si. Seus rostos estavam perigosamente próximos de novo. Ele estava tão nervoso quanto ela.

— Fala sério, Wolfhard, não tá brincando? Me ama? Não quero magoar você... — Finn exibiu um sorriso quase inesquecível. Ele não estava triste, tampouco bravo.

— Ruivinha, eu não quero que diga que me ama. Eu gosto de estar com você; de sentir você, de te beijar. É necessário pra mim dizer o quanto eu amo isso tudo, inclusive você. Não quero que acabe e nem quero que você se sinta pressionada, mesmo eu sabendo que sente o mesmo. Eu sei que sente o mesmo, e não preciso ouvir pra saber a veracidade disso.

— Eu só queria dizer que sinto o mesmo, até onde eu sei. Nunca senti nada parecido, então acho que te amo — Sadie colocou uma mecha de cabelo pra trás.

— Acha, huh? — Finn sorriu de novo, e Sink deu um soquinho em seu ombro.

— Eu acho que quero passar o resto dos meus dias com você, te beijando no meu quarto ou até mesmo olhando as estrelas à noite no nosso cantinho — Sadie evitou contato visual por uns segundos, sabia que veria um Finn convencido olhando para seu rosto.

Sadie nunca soube o que é amor, desconhecia esse sentimento. E ainda era estranho pensar que sentiria isso pela primeira vez com Finn Wolfhard, um garoto que ela costumava julgar com Millie e Íris.

— Você acha? — Finn disse num tom irônico.

— Eu mudo de ideia em um instante, seu idiota — Sadie disse, revirando os olhos.

— Hey, eu só estou brincando. Eu também desconhecia essa sensação estranha, e acredite, não é tão ruim. São coisas relacionadas à borboletas na barriga, uma coisa preenchida no peito e como se você flutuasse quando está com aquela pessoa. Sonhar com ela, se derreter quando a vê nos corredores da escola usando uma saia xadrez, admirar tudo o que ela faz e sentir uma imensa vontade de dizer ao mundo quem é aquela pessoa que te causa tanta coisa boa. Eu já senti isso por alguém e sinto por você. Eu não me importaria em dizer isso quantas vezes fosse necessário.

— Wolfhard... — Sadie abria a boca e tentava falar, mas nada saía.

— Sadie, eu tô disposto a te ensinar o que é tudo isso, se quiser — ele sorriu, mas dessa vez, soou melódico e aconchegante.

— Eu já sei o que é tudo isso, Finn — Sadie voltou a sorrir, aproximou-se do cacheado e depositou um selinho demorado nos lábios dele. — Também te amo e quero passar o resto da minha vida com você.

— Sadie... — antes que pudesse dizer algo, a ruiva o interrompeu.

— Volta a me beijar.

Finn sorriu pela última vez antes de agarrar a cintura dela e colocá-la abaixo de si, trocando a posição. O beijo, que antes era intenso, tornou-se algo quase invisível à olho nu. O quarto derreteu-se em uma nova atmosfera repleta de um novo sentimento que eles passaram a compartilhar abertamente: o amor.


acho que o epílogo não ficou tão bom assim, e nem nem sei se esse cap ficou bom, mas eu senti tanta saudade disso aqui :(. vocês apoiariam uma fanfic minha de Fadie? prometo que dessa vez será um tantinho mais longa e mais elaborada.

ATT: decidi fazer a longfic. vão leeerrr

Embers of Winter | FadieOnde histórias criam vida. Descubra agora