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-Aí eu simplesmente só deixei e fui procurar algo pra beber – Magni disse antes de cair na gargalhada.

-Você não tem que comer não? – perguntei pro Magni que estava sentado na cadeira desde a noite anterior.

-Eu to legal – ele disse sorrindo sincero.

-Eu to legal – ele disse sorrindo sincero

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-Então tá! - falei

Foi então quando eu comecei a sentir um gosto estranho de sangue na minha boca, então me veio uma ânsia de vomito, só deu tempo de virar meu rosto e eu vomitei, vomitei coágulos de sangue. "Puta merda, hemorragia interna" pensei comigo. Pouco tempo depois os enfermeiros chegaram para me ajudar, enfermeiros esses que foram chamados por um Magni desesperado. Fui levadas as pressas para fazer exame e então entrei em cirurgia. Quando acordei, eu estava na UTI. Percebi logo pelos tubos que me ajudavam na respiração, pelo silêncio e o barulhos dos aparelhos de indicação.

Aquele inferno da intubação era nojento, horrível, incomodava demais, a agonia era gigantesca, eu estava com medo e nervosa, mas não iria dar chilique, respirei fundo, contei até 10, afinal, eu sou médica, sei que todos esses procedimentos são necessários. Foi então que a enfermeira veio até mim e arrastou demais a cortina que me separava do outro leito e então eu vi Emmanuel, não sabia se ele estava sedado ou só dormindo, eu também não podia perguntar com aquele cano na minha boca, mas meu coração doeu, doeu muito mais que o normal. Assim que a enfermeira notou que abriu demais ela fechou rapidamente.

-Oi, querida! Sente dor? – ela perguntou olhando o remédio que estava em acesso venoso.

Apenas neguei com um leve movimento de cabeça.

-Logo vai melhorar, eu garanto! – ela sorriu – Mas... você quer ser sedada, ou prefere ficar acordada? Levante o dedo para sedada ou não faça nada para continuar acordada. Foi quando eu decidi levantar meu polegar, ela entendeu, sorriu e logo depois me sedou e eu me entreguei ao sono.

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Quando acordei eu sentia minha cabeça pesada, "que dor" eu pensei reconhecendo a UTI, mas já não estava mais intubada. Então o médico veio até mim.

-Lexxi Margareth, como você está? – ele perguntou olhando a minha ficha.

-Minha cabeça dói e está pesada – falei fraco, já que minha garganta estava dolorida e seca.

-É normal, logo passa! – ele me olhou – Você teve uma hemorragia interna no estômago, não pode comer nada por enquanto, só pelo acesso venoso. Eu sinto muito, deveríamos ter visto isso antes.

-Que bom que viram agora – falei

-Precisará ficar na UTI por mais uns dias, mas logo voltará para o quarto normal.

-Eu quero o meu pai – falei para o médico

-Ele poderá te visitar, mas, não pode ficar. Sem acompanhantes na UTI. Sei que você entende.

-É... entendo – falei suspirando.

-Logo você sairá daqui, fique tranquila! – ele sorriu

-Como está Emmanuel? Ele é o rapaz do leito ao lado – perguntei

-Ele está em coma induzido, ainda estamos monitorando, ele foi muito afetado. Mas estamos fazendo de tudo para que ele fique bem.

-Ah que desastre!

-Não se abale, ele ficará bem! – o rapaz disse antes de sair

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-Não se abale, ele ficará bem! – o rapaz disse antes de sair.

"Coitado do Emmanuel, ele não merecia isso".

Algumas horas depois de eu ter acordado, me vi sorrindo e meu coração acelerou, o monitor indicou a aceleração cardíaca, mas eu estava mais que feliz.

-Steve, eu nem acredito, você está aqui! – falei sorrindo, eu realmente estava feliz.

-Porque não me disse que tinha dor? – ele perguntou fazendo um carinho na minha cabeça, eu senti dor com o toque, mas não importava, era o toque do meu pai.

-Eu... eu... eu achei que tava tudo bem – falei pra ele

-Eu fiquei tão preocupado, eu não sabia o que fazer, eu juro que se eu pudesse pegava sua dor pra mim. – meu pai disse, querendo deixar as lágrimas cair.

-Eu prefiro assim – sorri – Eu prefiro estar passando essa dor, do que ver você passando ela, é sempre mais difícil para quem cuida. Eu não suportaria pensar que perderia você e ficaria sozinha nesse mundo. É melhor que seja assim.

-E se você se for, eu não vou ficar sozinho? – ele disse deixando que a lágrima escorresse.

-Vai ter os seus amigos – sorri – Meu amigo ta ali no leito ao lado, nem sei se viverá.

-Eu não vou ter você, o que já é motivo suficiente para que eu não queira mais viver – ele disse fazendo um carinho na minha cabeça.

-Tá tudo bem, Steve. Não se preocupa, já passou!

-Vou tentar me segurar – ele riu – Não quero te chatear.

-Nem eu quero te chatear

-Você não faz isso – ele riu

-Não? – perguntei

-Não! – ele pensou – Na verdade, fiquei chateado quando me deu a fatura do cartão.

-Eu sabia! – falei querendo rir.

-Mas foi só naquela vez – ele disse sorrindo. – O Magni ta desesperado de preocupação com você, ele vai embora pra comer e tomar banho e logo volta e fica no saguão do hospital esperando noticias. Eu não vou julgar, porque faço o mesmo.

-Ele é bobo – falei, mas sem evitar rir- Não vão falar nada para ele, não é da família.

-Mas ele gosta muito de você

-Somos bons amigos – sorri

-Eu sei – ele sorriu também

-Estou feliz, que esteja aqui – falei desviando o olhar – Me sinto segura com você aqui!

-Eu sempre vou estar aqui, meu amor! Eu não vou mais longe do que atrás daquela porta – ele disse indicando a porta da UTI.

-Quero sair daqui logo – falei

-E você vai, Lexxi, te garanto!

-Vou sim!

Os dias se passavam muito devagar naquela UTI, eu recebia a visita do meu pai todos os dias, mas ele só podia ficar meia hora, era o tempo de visita da UTI. Eu não via a hora de sair daquele lugar, cada dia que eu melhorava e me aproximava de sair daquele lugar, meu coração doía pelo Emmanuel que não melhorava, eu imaginava, já que continuava sedado. Eu só queria ir pra casa, e esquecer o que havia acontecido.


Lexxi Rogers A filha do Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora