2.1 - Our first time - Sandman_1603 (Murilo)

89 4 12
                                    

O coração acelerado, as mãos levemente suadas e o frio na barriga não me impediram de beijar Camilla assim que ela terminou de trancar a porta do apartamento.

Quando seria a hora certa?; Será que a gente precisava esperar escurecer?; E se eu a agarrasse aqui na porta mesmo, mostrar iniciativa?; Mas e se ela já preparou alguma roupa especial, um jantar ou algo do tipo?; Será que o meu desodorante continua firme e forte?; Onde eu guardei o pacote de camisinhas que comprei na farmácia?; Putz, será que justo hoje eu escolhi aquela cueca que tá furada?; E se a Milla comprou camisinha também, será que não é melhor conversar sobre isso antes?

Um turbilhão de questionamentos e inseguranças passou pela minha cabeça, enquanto eu envolvi sua cintura com os braços. Sacudi a cabeça discretamente (eu acho... pelo menos eu espero), como se conseguisse espantar meus medos pelo ar, para longe de mim.

Me inclinei ainda mais sobre ela, colocando as mãos nos bolsos de trás da sua roupa, apertando seu bumbum. Nossa, como ela é gostosa... Puxei-a para perto, enquanto beijava seu pescoço e sentia quando ela se contorcia, os pelos da nuca e dos braços arrepiando de leve.

Ela passou a mão pelo meu cabelo, segurou meu maxilar, enquanto retribuía os beijos. A língua dela passeava entre os meus lábios e pescoço, nossa respiração ficando levemente acelerada, o calor subindo pelo corpo.

Camilla ficou na ponta dos pés para me alcançar melhor. Puxei-a para ainda mais perto, enquanto minhas mãos curiosas e sedentas passeavam por todo o seu corpo. Senti que ela estava entregue em meus braços, até que interrompeu aquele momento:

— Amor... — Camilla falou baixinho, ainda de olhos fechados.

— Hum...? — Murmurei, entre beijos.

— Mu... pera. Me dá um segundo. — De repente ela me afastou, passando as mãos pelo rosto. Respirou fundo e consertou a blusa que havia subido um pouco.

— Tá tudo bem, Milla? — Eu perguntei, meio preocupado.

— Tá, claro... Só queria saber se, de repente, você não quer conversar sobre o que a Tif falou, antes da gente... continuar. — Camilla quis saber.

— O que a Tif falou...? — Sinceramente? Eu nem lembrava mais.

— Sobre... você sabe... o seu sobrenome japonês... sobre... a sua mãe. — Camilla parecia levemente chateada com a amiga.

— Aaaaah... fica tranquila, minha Raposinha. Já passou, nem lembrava mais. — Nada melhor do que ser lembrado da sua mãe morta pra destruir uma ereção num piscar de olhos, pensei.

Eu só chamava Camilla de "Raposinha" quando queria tranquilizá-la. Deixei o ar sair pela boca, enquanto me forcei a sorrir. Sacudi o cabelo e a blusa, buscando recuperar o fôlego perdido.

O apelido começou quando nós brigamos por um motivo bobo pela primeira vez, logo nas primeiras semanas de namoro. Depois de esfriarmos a cabeça, quando conversamos para fazer as pazes, ela mencionou que "O Pequeno Príncipe" era um de seus livros favoritos e disse que só havia ficado brava porque eu a tinha cativado. Foi a primeira vez que ela viu meus olhos se encherem d'água.

"A gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixa cativar", eu recitei a frase do famoso livro para ela, que minha mãe leu para mim um milhão de vezes. Era o livro favorito dela também e tenho uma edição no meu quarto até hoje... Desde então, eu chamo a Milla por esse apelido carinhoso.

Putz, ela sendo super fofa, toda preocupada comigo e eu pensando em sacanagem... que horror. O quê que tá acontecendo comigo? Me repreendi pelo pensamento anterior. Sorri, enquanto a puxava para os meus braços de novo.

Um romance em construçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora