Part IV - Ensinando a dar beijinhos

903 73 68
                                    

Tinha acordado mais cedo do que pensou que um dia poderia acordar nas férias. E daquela vez não foi por causa de choro, por causa de despertador que não foi desligado, ou por causa dos amigos que ligavam; foi só porque o seu corpo simplesmente acordou quando deu 7 horas da manhã e por assim ficou. 

Não conseguiu achar uma nova posição que lhe desse sono, foi ao banheiro e mesmo voltando abrindo a boca de sono, não conseguiu fechar os olhos, por isso foi completamente inútil ficar na cama, mesmo que quisesse ficar para sempre naquele amontoado de cobertores quentinhos. Calçou as pantufas antes de ir para a cozinha, pegando um pacotinho de uma bolacha recheada, indo se sentar no sofá enquanto olhava para a janela, vendo como estava todos que estavam vivendo normalmente. 

Era estranho não estar indo para a faculdade, nem correndo por causa dos estágios ou por causa de trabalhos, estava sentindo saudades e nem ao menos sabia. Baekhyun fez uma careta, enfiando mais uma bolacha na boca quando ouviu os passos pesados de Chanyeol no andar de cima, as lembranças da noite anterior o fazendo revirar os olhos, mesmo que aquela imagem dele saindo do apartamento lhe desse uma esperança tão grande que ele tinha gostado. Ainda era uma coisa que sentia que tinha feito no impulso e isto gerou um pequeno erro, que se não fosse completamente ignorado pelo psicólogo naquele momento, iria virar um tormento muito grande na cabeça dele. Se levantou do sofá, deixando o pacote de bolacha no mesmo quando foi até o quarto, pegando o celular carregado e a pequena caixinha de som que tinha, ligando a mesma enquanto voltava para a sala. 

Não queria ficar ouvindo o outro, pois sempre que ouvia apenas um passo dele, parecia que aquele beijo voltava de de uma forma que chegava a ser insuportável, e não queria mesmo passar por isso, não naquela manhã. Bom, poderia lidar com aquele problema mais tarde. Colocou a caixinha de lado na mesa minúscula que tinha na divisão da cozinha com a sala, desbloqueando o seu celular e colocando na melhor playlist que tinha, colocando no aleatório no mesmo instante e sorrindo quando uma de suas bandas favoritas começou a tocar alto por todo o seu apartamento. Fazia um bom tempo que não fazia aquilo, que não curtia o seu tempo sozinho cantando por aí sem se importar com nenhum vizinho, e estava necessitando fazer aquilo naquele momento, por isso não se importou em soltar a sua voz naquela horário da manhã. 

Sabia que Joy já estava acordada, pois Park só acordava por causa dela, por isso começou a andar pela casa, cantando mais alto que a música que tocava, deixando tudo o que sentia sair com a música. Os cabelos apontando para todos os lados, o pijama balançando pelo corpo enquanto ele dançava solto no meio do corredor para os quartos de seu apartamento, às vezes ouvindo os passos do outro e uns gritinhos da pequena Joy, que ficava em silêncio quando soltava alguma nota mais alta sem querer, rindo logo em seguida. Era quase divertido saber que tinha alguém lhe ouvindo naquele momento, mesmo esse alguém sendo a pessoa que não queria pensar. 

Pulou no lugar, sentindo a batida da música, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de voltar a cantar, caminhando para a cozinha e abrindo a gaveta das colheres, pegando uma e usando como microfone enquanto voltava para a sala, subindo na pequena mesinha de centro da mesma, cantando a todos os pulmões como nunca tinha feito na sua vida, pelo menos não dentro daquele apartamento. Seguiu as poucas aulas de coral que um dia teve em seu colégio, imitando as notas da cantora com todo o fôlego que tinha, cantando ainda mais alto que a mesma e se assustando com o que tinha conseguido fazer, rindo logo em seguida, saindo de cima da mesinha antes de ouvir três batidas fortes em seu teto, o fazendo parar de cantar para olhar para cima, logo sentindo o celular vibrar em cima da mesa da cozinha. 

Parabéns”, foi a única coisa que a mensagem de Park dizia, fazendo um sorrisinho surgir nos lábios do psicólogo, que ouviu a música seguinte meio bobo, as batidas sendo completamente diferentes da anterior, mas não conseguiu deixar de cantar alto enquanto ia para o seu quarto arrumar o mesmo, sendo um completo idiota por estar, propositalmente, cantando para o seu vizinho e a filha completamente fofa dele. 

Joy's HouseOnde histórias criam vida. Descubra agora