Estava descalço quando chegou no térreo, o vento batia forte e o moletom que colocou não protegia tão bem assim, mas não se importou muito quando abriu a porta da escada e saiu de seu prédio, correndo direto para a portaria. Ainda estava raciocinando o que poderia estar acontecendo, pois pelo que conviveu com Park até aquele momento, ele era um cara calmo demais para simplesmente agredir outra pessoa, mas ele agora era pai, e já tinha presenciado brigas de pais algumas vezes e mesmo eles parecendo calmos, quando mexiam com os filhos, o instinto falava mais alto.
Passou as mãos pelos cabelos, arrumando os mesmo enquanto parava de correr, já chegando perto da recepção. Suspirou, um suspiro longo que foi cortado na metade quando acabou pisando em um pedaço de vidro perdido no meio do caminho, fazendo o psicólogo parar o que fazia para fechar os olhos que encheram de lágrimas no mesmo instante que o sangue manchou o chão.
— Porra — xingou alto, passando a mão pelo rosto antes de voltar a caminhar, mancando para não pisar direto no corte e afundar ainda mais o vidro dentro do pé. — Merda, onde ele tá? — Perguntou baixo, entrando dentro da recepção do seu condomínio, vendo que nem o porteiro estava presente naquele momento, e que a entrada estava aberta, deixando aquele vento forte e frio entrar, fazendo o psicólogo tremer antes de ouvir o grito que não conhecia.
— OLHA COMO FALA COMIGO, SEU PECADOR — o homem gritava apontando um dos dedos no peito de Chanyeol, que estava sem a blusa de frio e mostrava ainda mais as tatuagens. Já tinha ouvido muita coisa daquela na vida, como se todos os desenhos do corpo o fizessem se tornar uma pessoa completamente diabólica e pecadora, por isso nem ao menos respondia aos gritos daquele homem metido a inteligente e sábio. — VOCÊ CORROMPEU A MINHA FILHA, TROUXE A VIDA UM SER QUE MINHA FILHA GEROU E SE ELA CONTINUAR A VIVER COM VOCÊS DOIS, VAI SE TORNAR UMA PECADORA TAMBÉM! — voltou a berrar, fazendo o professor revirar os olhos, virando o rosto em direção ao porteiro que observava aquilo assustado.
O pai de Sooyoung usava um terno marrom e carregava uma bolsa que atravessava o corpo, e como ele mexia ali, parecia que estava pronto para tirar alguma coisa da mesma e tacar em direção a Chanyeol, que não se assustou quando o mesmo deu mais dois passos em sua direção. Ele era um homem alto, poderia ter sido mais alto quando mais novo, e por causa da idade tenha diminuído um pouco, mas existia uma diferença de altura ali que fez o homem parar no meio do caminho. O professor estava com os cabelos descoloridos bagunçados e os piercings no rosto e no corpo brilhavam naquele frio, fazendo o pai de Soo revirar os olhos em uma careta.
— Está falando que se a minha filha não for com vocês, ela vai se tornar uma pecadora? — Perguntou depois que o homem parou de gritar. Coçou o queixo, sentindo a barba que nascia nos dedos enquanto voltava a olhar para o homem. — Mas porque eu sinto que ela vai estar mais protegida comigo do que com o senhor?
— Sabe que tudo o que você está falando não vai adiantar em nada, eu sou um homem de Deus, não vou ouvir alguém que segue o outro lado — o homem retrucou logo em seguida, fazendo uma risada de Chanyeol ecoar por quase toda a rua calma. — E não adianta rir, eu vou levar a menina comigo.
— Não vai não — rebateu logo em seguida, fechando a expressão e encarando o homem, que vacilou por segundo antes de voltar a defensiva.
— Não adianta você rebater, vocês não tem direito a nada, seguem pessoas erradas, você é um demônio que destruiu a vida da minha filha, vou levar a menina comigo sim — gritou, alguns tons mais baixo do que antes, fazendo Chanyeol arregalar os olhos, uma veia aparecendo na testa do mesmo que fechou as mãos em punhos, se irritando pela primeira vez em toda a discussão. Era como se estivessem mexendo consigo, na verdade, como se ele estivesse com uma faca no pescoço, e não poderia avançar, pois aquilo poderia acabar ruim para ele no final, era sufocante se sentir assim enquanto olhava para aquele homem que nem ao menos tinha a cara de Sooyoung.
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Joy's House
FanficBaekhyun nunca esperava naquelas férias, era que ao invés de passar do jeito que sempre passava, jogando e colocando o seu sono em dia, estaria preso no apartamento de cima, ajudando um punk idiota a cuidar de uma bebê que tinha uma risada muito gos...