Midoriya andava pelas ruas sem rumo, estava em choque tentando aceitar a realidade que acabara de ser despejada nele brutalmente. Ele havia acabado de ter sido salvo por seu ídolo, pelo maior herói de todos, não conteve o entusiasmo e acabou acidentalmente por agarrá-lo assim que o loiro saiu voando, logo depois de prender a gosma que o atacara, em uma garrafa. Perguntou empolgado a ele se poderia continuar acreditando, se poderia sonhar como qualquer outra pessoa normal mesmo que fosse "quebrado".
"- Mesmo alguém como eu, poderia me tornar um herói sem individualidade?"
"-Desculpe, garoto".
Foram apenas duas palavras, simples palavras que o destruíram por dentro. Ele sorriu, continuou sorrindo enquanto o loiro pareceu tentar lhe dar uma explicação sobre o porquê daquela resposta tão fria, mas Izuku não escutava, ele apenas se focava em continuar sorrindo, não desabaria na frente da pessoa quem mais idolatrava.
Ele foi embora, o deixando ali no terraço, sozinho. Foi quando, finalmente, ele deixou que as lágrimas rolassem descontroladamente pelo o rosto, os joelhos cederam ao chão, encarava sua mochila amarela pesadamente tirando de dentro um de seus famosos diários de heróis, o que estava queimado por conta de um pequeno "acidente" com Kacchan.
O ar parecia desaparecer, as cores ficaram escuras, ele queria gritar. Estava queimando por dentro, se sentia vazio e cheio ao mesmo tempo. Cheio de tanto sofrimento, tanta angústia presa, ele transbordava os xingamentos, os socos e brincadeiras maldosas. A única coisa a qual ele podia se agarrar para continuar vivo era seu sonho, seu inútil sonho que a pouco havia sido despedaçado. Ele não culpava All Might, ele sabia que o herói só estava tentando fazer o melhor e o que achava certo, mas doeu, realmente doeu ver sua maior inspiração agir como todos os outros.
Sua mãe, mesmo debaixo da terra, continuava tendo razão. Ela sabia, desde o começo ela sabia que Izuku não teria chance no mundo, e mesmo assim estava disposta a consolá-lo todas as vezes que voltara para casa machucado. Era irônico, as últimas palavras dela antes de fechar os olhos foram implorando para que ele vivesse sem arrependimentos, que ele fizesse pelos dois. Midoriya prometera a ela que compriria essa promessa, mas já havia cansado, sorrir era difícil, lutar era difícil, viver era difícil. Pensou seriamente em simplesmente se jogar daquele terraço, o único problema foi que não teve coragem para fazê-lo, toda vez que se aproximava das grades a imagem de Inko vinha a sua mente.
E lá estava ele andando pela cidade, vagando sem rumo. Tinha razão para voltar cedo para casa? Tinha motivo para ir a escola amanhã e aturar os maltratos? Ele não via mais sentido em nada.
Inconscientemente ele voltou a ponte de alguns minutos atrás quando ainda acreditava que poderia se tornar um herói, mesmo quebrado. Não soube o porquê de ter voltado ali, simplesmente parou e encarou o lugar quieto. Os olhos ainda inchados e o nariz vermelho mostravam claramente o quanto ele estava acabado, mas Izuku não se importava, não mais, ele apenas esperava embaixo da ponte, como se estivesse ansiando por algo, alguma faísca de luz, qualquer coisa que pudesse simplesmente apagar tudo, que pudesse apagar ele. Agarrava firme o caderno queimado e olhava aos arredores nervoso.
De repente algo verde e gosmento surgiu, era o mosntro que tinha lhe atacado a minutos atrás. Ele se lembrava vagamente que enquanto segurava All Might para não sair voando, a garrafa caiu em alguma parte da cidade. Encarou a gosma que o olhava maliciosamente, se aproximou rapidamente e repetiu o processo, porém dessa vez Midoriya não lutou, ele simplesmente ficou parado olhando para o lago que se encontrava um pouco a frente. Ele não comenteria suicídio em respeito a sua mãe, mas se morresse por outra causa então não haveria problema, certo?
A gosma riu do olhar vazio do menino e continuou a devorá-lo, conseguiria tomar aquele receptáculo sem problemas se algum imbecil não tivesse o atrapalhado. A slime não era idiota ao ponto de deixar a mesmoa coisa contecer duas vezes, quando sentiu uma forte presença se aproximando ela soltou o garoto e se afastou irritada.
- Mas que merda! - Gritou - Será que não posso possuir um corpo em paz?! - Encarou a sombra que se aproximava do menino - Esse garoto tem uma sorte degraçada, primeiro All Might, agora você?
- All Might..? - A voz rouca repetiu lentamente, causando um arrepio desagradável no monstro.
- V-Você - O gosmento gaguejou apavorado - O-O que você f-faz aqui s-senhor?
- Você é irritante - O homem de cabelos brancos se aproximou do mosntro que tremia - Só desapareça - A última coisa que a gosma viu antes de sumir foi a mão do grisalho se aproximar e o tocar, um simples toque, foi o suficiente para fazê-lo deixar de existir.
- Você... - O esverdeado finalmente havia recobrado a consciência, ele levantou do chão em que estava caído e observou curioso os olhos vermelhos - Obrigado - Respondeu sem vontade, mesmo que quisesse morrer ele não era ignorante ao ponto de se negar a agradecer ao homem com boas intenções - Desculpe o incômodo - Ele virou de costas para o grisalho e começou a arrumar as coisas que tinham caído de sua mochila com o ataque.
- Ei pirralho - Quando Izuku virou para olhá-lo ele já havia agarrado seu pescoço e o suspendido no ar, era estranho o fato dele ter afastado um dos dedos da pele do esverdeado, mas Midoriya estava ocupado demais tentando respirar para perguntar - Acha mesmo que eu salvei você? - Ele sorriu perverso. Izuku estava curioso, afinal porque várias mãos agarravam o corpo do grisalho? Não o incomodava ter uma mão com carne podre em seu rosto?
- Então - Disse com dificuldade - Por que fez aquilo?
- Porque eu quis - Ele riu debochado - Não pense que foi por você - Ah, Midoriya ia morrer, pela força no aperto em seu pescoço ele com certeza morreria.
- Se vai fazer isso - Ele fechou os olhos sufocando - Por favor, seja rápido - Abriu um dos olhos. As orbes verdes atravessaram profundamente o intenso vermelho do maior.
- Não tem medo - Ele encarou o menino curioso - De morrer?
- Apenas me mate logo - O maior pareceu intrigado, ele via desejo no garoto, ele ansiava por isso, era interessante, peculiar, incomum, louco. Ele adorava loucura.
- Você, pirralho - Ele soltou o pescoço do menor o fazendo cair no chão e tossir algumas vezes - Qual seu nome?
- Precisa saber o nome da pessoa que vai matar? - O homem não resistiu, ao olhar para o rosto confuso do menor, ele riu histericamente. Andou até um caderno desgastado que estava aberto no chão, o folheou e Izuku pareceu surpreso pelo fato de seu assassino se mostrar interessado nas inutilidades que escrevia.
- Ei, pirralho - Ele se aproximou sorrindo travesso - Você não quer mais sua vida, não é? - Midoriya assentiu - O que acha de dar ela pra mim?
- O quê? - O de cabelos brancos s aproximou e se abaixou ficando na altura do esverdeado.
- Se quer se jogar fora, seja meu.
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🐾O Mascote dos Vilões🐾
Fanfiction[Izuku era o queridinho dos vilões, e se alguém tentasse chegar perto dele seria estilhaçado] (SHORT-FIC ?)