Capítulo 5

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** Esta é uma adaptação autorizada, a obra original pertence à autora LouTommo-Styles e todos os direitos são reservados a ela. **


Fiquei observando a paisagem urbana passar a nossa volta, eu lembrei de quando sonhava em estudar, me formar na faculdade, ter uma casa, uma família, viver numa vizinhança em que eu pudesse ter vizinhos e seríamos amigos. Respirei fundo, eu amo demais a minha filha, Chun-Ha é razão da minha existência, só que às vezes eu penso em como teria sido se eu pudesse ter seguido os meus sonhos.
— Você quer ligar o rádio? — Geon-Hak perguntou, cortando o silêncio.
— Ah, claro — apertei o botão e logo a voz da Adele tomou conta do carro.
— Está tudo bem? Você está calado desde que saímos.
— Não é nada, eu só estava pensando na minha vida. — Algo em particular? — ele insistiu no assunto, parecia realmente se importar comigo.
— Quando eu era mais novo, eu queria ser médico pediatra, cuidar de crianças sabe?
— Não quer mais?
— Eu não sei, eu até gosto do que eu faço, mas sei lá — dei de ombros — e não é como se eu pudesse estudar agora.
— Por que?
— Eu não tenho dinheiro, o que ganho eu uso na casa e com a Chun-Ha. Qualquer plano que eu já fiz, vou ter que adiar até ela ficar maior.
— Depois teremos uma conversa séria sobre isso — ele disse desligando o carro — chegamos.
Olhei pela janela, estávamos na frente da casa da Minah.
— Geon-Hak — o chamei enquanto descíamos do carro.
— Sim? — ele perguntou distraído.
— Eu não falei o endereço, como você sabia?
— Ju, eu sempre sei — ele deu um sorriso de canto.
Ok, aquilo era assustador!
Mas porque eu não estava morrendo de medo então?
— Espere — eu disse antes que ele tocasse a campainha — você precisa saber algo sobre a Chun-Ha — ele baixou o braço e prestou muita atenção em mim — ela não se relaciona bem com pessoas novas na vida dela, eu nem sei como ela conversou com o Keon-Hee naquela noite. Ela é muito tímida, demora para se acostumar com alguém novo, então provavelmente ela vai te rejeitar, não force com ela. Só a deixe se acostumar com você e, por favor, não tente conquista-la se não for para ficar na vida dela!
— Certo — ele concordou — não se preocupe. Eu disse que vou cuidar de vocês.
Nós ficamos parados um tempo, apenas nos olhando. Por mais que ele falasse com confiança e eu pudesse ver sinceridade no seu olhar, eu ainda não conseguia acreditar.
Ele era Kim Geon-Hak, um Alfa Lúpus Puro!
Ele poderia ter qualquer ômega ou beta que quisesse. Hee-Seok disse que até alfas dão em cima dele! E por quê estava perdendo tempo comigo?
Um ômega gordo e bobo?
Era só por causa do Código de Conduta dos Alfas, eu sei, ele assumiu o papel do Yong-Guk por tê-lo matado, mas eu tinha certeza que se ele continuasse daquele jeito, eu poderia ter sentimentos por ele e isso não seria bom, nada bom!
O quão louco é eu estar cogitando a ideia de me apaixonar por aquele que matou o homem que deveria ser meu marido?
Estou ficando louco! Louco e preso nessas duas esmeraldas que desde a noite anterior não saem dos meus pensamentos e agora me observam atentamente.
— Bom dia! Achei ter ouvido alguém — Minah disse sorridente, abrindo a porta de sua casa, me dando um susto e me fazendo recuar um passo, eu me sentia como uma criança pega fazendo algo errado — Oi Ju!
— Oi Minah — ela sorriu para mim e quando seu olhar se voltou para Geon-Hak, tomou um susto maior ainda do que eu tinha levado — esse é o Geon-Hak.
— Prazer — ele disse sorrindo, apertando a mão dela.
— Ah. . . Oi. . . Entrem! — ela nos deu espaço para passar — as crianças estão terminando de arrumar as coisas no quarto, logo elas descem. Ah-Yoong e eu estamos na cozinha, terminando de fazer os lanches.
— Precisam de ajuda? — perguntei.
— Hã? Sim, claro! — Minah ainda parecia em choque — Amor — ela falou mais alto, enquanto seguiamos o corredor, indo na direção da cozinha — o Ju está aqui!
— Ju! — Ah-Yoong, a esposa de Minah, veio sorridente, mas parou ao ver Geon-Hak atrás de mim — Eita nós!
— Olá — Geon-Hak saudou, acho que ele estava se divertindo, ele se adiantou, indo cumprimenta-la — sou Kim. . .
— Geon-Hak, eu sei — Emma falou, apertando a mão dele — sou policial.
— Ah — o sorriso dele não vacilou — espero não ter atrapalhado nenhum caso seu.
— Na verdade isso nunca aconteceu, eu trabalho na Divisão de Proteção aos Ômegas — ela disse dando de ombros — então provavelmente você tenha me ajudado algumas vezes.
— Que bom, sempre que precisar, basta chamar.
Ele tinha acabado de oferecer seus "serviços" para uma policial? Ele era muito atrevido!
Mas Ah-Yoong achou engraçado e começou a rir.
— Vou levar isso a sério — ela disse — venham, vamos para a cozinha terminar o café da manhã das pestinhas.
Em menos de cinco minutos, CINCO MINUTOS, enquanto Minah e eu fazíamos as panquecas e Ah-Yoong e Geon-Hak arrumavam a mesa, ele as conquistou. Já pareciam amigos íntimos e, quando percebi, Minah o estava convidando para o churrasco que fariam para comemorar o aniversário da Ah-Yoong, que seria dali a duas semanas.
— Tenho quase certeza de que poderemos vir, não é Ju? — Geon-Hak me perguntou.
— Acho que sim — respondi hesitante.
— O Ju — eu não perdi o tom malicioso de Minah e quis bater nela com a espátula — prometeu que viria.
— Então é certeza que eu venho — ele sorriu.
Oh Deus Estou muito fodido!!!
Ouvimos passos correndo e então, cinco garotinhas entraram na cozinha.
— As pestes chegaram — Ah-Yoong falou e levou um tapa da esposa.
— Quem está com fome? — Minah perguntou e as menininhas começaram a pular, gritando "Eu".
Todas pulavam, exceto Chun-Ha, que parou no instante em que Geon-Hak se aproximou de mim. Os olhinhos atentos dela observaram cada detalhe, ela não perdeu o momento em que Geon-Hak encostou sua mão nas minhas costas, ele apenas estava passando para pegar algo atrás de mim, mas pude notar o medo dela. No mesmo instante ela correu para mim e me abaixei, para recebê-la em meus braços.
— Quero casa — ela sussurrou no meu ouvido.
— Você não está se divertindo? — perguntei.
— Alfa mau — ela sussurrou, ainda mais baixo.
— Por que você acha isso?
— Homem mau também era alfa, alfas são maus! — ela respondeu, olhando Geon-Hak de canto e escondendo o rosto no meu peito.
— Nem todos os Alfas são maus, meu amor. Tia Ah-Yoong é alfa e não é má. Você gosta dela, não é?
— Gosto.
— Então por que você não conversa com o Geon-Hak primeiro e depois você me diz se achou que ele é mau. Pode ser?
— Mas eu tenho medo! — ela insistiu.
— Medo do quê?
— Dele fazer mal pro papai e pra Chun-Ha! — ela estava a ponto de chorar — E se ele bater em você também, como o homem mau?
Meu coração se apertou, minha vez de segurar as lágrimas. O quão mal Yong-Guk tinha feito para a minha família?
— Posso? — Geon-Hak se ajoelhou ao nosso lado, Chun-Ha se agarrou ainda mais a mim — Oi Chun-Ha, meu nome é  Geon-Hak — minha filha escondeu o rosto, eu ia falar para ele que não adiantava, quando ele continuou — Sabia que minha casa parece um castelo? — Chun-Ha, na mesma hora, virou o rosto para ele, espantada, mas não disse nada — Minha casa é bem grande, tem vários quartos, tem um jardim bem grande com um balanço na árvore e tem piscina.
— Piscina e balanço? — ela perguntou sussurrando.
— Sim! — Geon-Hak sorriu — Eu tenho uma cozinha grande também, mas eu sempre tenho que esconder meus doces, porque eu tenho um cunhado, que é como se fosse meu irmão, que sempre come todos os meus chocolates! — ele fez cara de aborrecido e chuny deu uma risada tímida — acho que você conhece ele, ele chama Keon-Hee.
Chun-Ha confirmou com a cabeça, mesmo que ela ainda não tivesse me soltado, estava interagindo com ele, o que era uma novidade.
— Ele foi em casa, ele é amigo do papai e ele me disse que ia me ajudar na minha festa de aniversário — ela estava falando com ele!!!!
— Sério? E eu posso ajudar?
— Você entende de princesas? — ela perguntou desconfiada.
— Eu não disse que a minha casa parece um castelo? Óbvio que eu entendo de princesas e príncipes — ele completou piscando para mim e me fazendo corar — que tal fazermos a sua festa na minha casa?
— Sério? Num castelo? — Chun-Ha arregalou os olhos, quando Geon-Hak concordou rindo, ela começou a sorrir — Papai, podemos? Por favor? Por favor! — ela pulava e implorava.
— Não sei meu amor, precisamos ver isso — eu não podia dar falsas esperanças para a minha filha, e se aquilo não desse certo?
Chun-Ha fez um biquinho triste, ela não iria fazer birra, mas eu sabia que ela estava chateada.
— Ou podemos alugar um grande salão e fazer uma festa gigante — Geon-Hak disse.
— SIM! — Chun-Ha pulou nos braços dele, o que surpreendeu a nós dois. Geon-Hak se recuperou do susto antes de mim, ele sorriu como um bobo e a abraçou forte.
Eu estava estatístico, Chun-Ha nunca, NUNCA, fazia isso!
Ela tinha problemas de socializar, tinha poucas amigas, não interagia com ninguém que não confiasse e para confiar demorava muito. Então, em menos de dez minutos de conversa, ela simplesmente o abraça!
— Ouviu papai? Eu vou ganhar uma festa de aniversário de princesa! — ela exclamou animada e eu sorri.
— Sim, meu amor, eu ouvi.
— Vou contar para as minhas amigas! — então ela saiu correndo, indo para a mesa, junto das outras meninas, tão rápido que eu não pude impedi-la.
— Está tudo bem Ju, vai ficar tudo bem — Geon-Hak disse, se aproximando ainda mais.
— Por favor, você pode fazer o que quiser comigo, mas nunca a magoe. Chun-Ha não merece isso, ela já sofreu demais com Yong-Guk e todo o resto — eu implorei.
— Eu sei de tudo e, se depender de mim, Chun-Ha nunca sairá ferida. Vou cuidar de vocês dois, ela terá a festa de aniversário dos sonhos e mais o que quiser. Mas, principalmente, eu estarei do lado a cada momento importante, eu vou apoia-la e ama-la como se ela fosse minha filhote, porque é isso que ela é. É isso o que vocês dois são, a minha família.
Por mais que as coisas não estivessem claras e eu estivesse um pouco perdido, eu entendi que ele cumpriria a sua promessa, ele iria cuidar de nós. Mas não só pelo Código de Conduta dos Alfas, mas porque entendi que ele também precisava de nós.
Então ali, no canto da cozinha de Minah, que nos observava de longe, Geon-Hak deixou claro o que seríamos: uma família! Completa, imperfeita, diferente, mas uma família.
— Além disso — ele sussurrou no meu ouvido — qualquer coisa que eu faça com você, será porque você me permitiu ou me pediu.

— Kim Geon-Hak, então? — Ah-Yoong se sentou do meu lado. Estávamos do lado de fora da casa, as outras meninas já tinham ido embora, restando apenas Chun-Ha, que no momento arrastava Geon-Hak, com a ajuda de Cho, até a casinha dos coelhos, porque ela Precisava apresentar o Sr. Orelhudo para ele.
— Longa história — suspirei.
— Você sabe onde está se metendo Ju? Tem ideia de quem ele é?
— Sinceramente, eu não sei nada. Minha vida é uma bagunça e virou uma confusão maior ainda — respondi sinceramente — Pode parecer errado tudo isso, mas, pela primeira vez em muito tempo, eu tenho esperanças que algo bom aconteça.
— Você sabe que basta uma palavra e eu posso te ajudar a sair dessa, não sabe? Eu sou da divisão de proteção aos Ômegas, é o meu trabalho! Você não me deixou de proteger do Yong-Guk, me deixe te ajudar agora.
— Você sabia sobre Yong-Guk? — perguntei com vergonha.
— Acho que todos sabíamos — ela respondeu — várias vezes encontramos ele com outros ômegas e betas, fora que você e Chun-Ha sempre exibiram indícios de abuso — engoli o choro, era muito humilhante aquilo — mas ele sendo filho de alguém influente e você sem dizer uma única palavra, eu não poderia fazer nada. Me perdoe se fui omissa, eu devia ter insistido mais.
— Agora já passou e eu pretendo nunca mais voltar a falar disso, ok?
— Certo — ela bebeu um gole do seu café — e o que aconteceu com Yong-Guk, afinal? Geon-Hak botou ele para fora?
— Então, sobre isso…— Ah-Yoong é uma policial, como eu ia contar isso, sem prejudicar o Geon-Hak? — Você conhece o Código de Conduta dos Alfas?
— Sim, mas o que. . . Ele o matou? — ela perguntou assustada.
— Quem matou quem? — Minah perguntou chegando até nos.
— Shiuuuuuuuu — Ah-Yoong e eu falamos ao mesmo tempo — Geon-Hak matou Yong-Guk — Ah-Yoong sussurrou para a esposa, a puxando para seu colo.
Besteira se sentir com inveja delas serem tão carinhosas uma com a outra, mesmo sem perceberem? Eu nunca tive isso.
— Matou? — Minah perguntou em voz baixa — Nossa! — ela estava espantada — Se tivesse me avisado antes, eu tinha comprado um presente para ele! Eu tenho chocolates, será que ele gosta?
— Minah! — Emma a reprovou.
— Amor, qual é? Sem hipocrisia, Yong-Guk era um escroto que tenho certeza que mereceu a vala! E o seu trabalho não é proteger ômegas? Geon-Hak matou o Alfa abusador, libertando o Dong-Ju, perfeito!
O grito da Chun-Ha me impediu de observar a discussão, me levantei correndo, procurando pela minha filha com desespero. Antes que eu a encontrasse com os olhos, suas gargalhadas chegaram até mim.
Geon-Hak estava de pé e jogava Chun-Ha para cima, que gargalhava de um jeito que ela nunca fez. Eu nunca a tinha visto gargalhar, rir sim, mas gargalhar nunca.
O Alfa a colocou no chão, porque era a vez de Cho que pulava ansiosa, esperando pela sua vez.
Chun-Ha pedia para ir de novo, rindo e abraçada a perna de Geon-Hak. Quando ele colocou Cho no chão, que correu paras as mães para contar a novidade, Geon-Hak pegou Chun-Ha no colo, um olhava para o outro, sorrindo felizes.
Talvez, realmente fôssemos uma família. . .

Como hoje é aniversário de Leedo (Geon-Hak) na Coréia decidi postar esse capítulo hoje e amanhã tem mais um 😉

Como hoje é aniversário de Leedo (Geon-Hak) na Coréia decidi postar esse capítulo hoje e amanhã tem mais um 😉

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Look After You •Leeon versão•Onde histórias criam vida. Descubra agora