GAROTA DA CIDADE - SAM

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01 outubro de 2005, New Heaven, Connecticut - 06:30 am

- É isso, vamos viajar por umas 12 horas. Um pouco mais. Mas, chegaremos lá. Vamos? - Disse Richard. 

Estava ansioso para chegar à nova universidade. Era um dos momentos mais importantes de nossas vidas. Meus amigos estavam comigo por lá e isso, me deixou mais confortável. Um mundo novo nos aguardava. Era como se estivéssemos em uma maratona nova de desafios. Aquele não era o colegial e nós estávamos cientes disso. A transição para a vida adulta, ainda assim, não era de longe daquela forma. Mesmo sabendo do que ocorreu no fim do ano passado. Fiquei pensando se ela estaria tendo um destino parecido com o meu ou na esperança de encontrá-la em algum momento qualquer desta vida. Novamente, afinal, eu morava no fim do mundo. De qualquer forma, estava em um lugar em que haviam mais pessoas. Estou feliz pelo contexto todo, e isto me agrada.

Na viagem revezei com o Leon, Richard para que não ficássemos cansados. Realmente a paisagem era incrível, o mundo era extraordinário. Nos divertimos durante a viagem, comemos muito, rimos. Falamos bobagens, recordamos a escola e os melhores acontecimentos, enquanto a estrada se tornava apenas passagens. Cada quilometro que andávamos parecia que ficávamos mais próximos do futuro. Foi um dia memorável.

- Chegamos. - Estacionei o carro... Parei por alguns segundos, admirando a entrada da universidade. Eu realmente estou sem palavras, não sei o que vai acontecer. Richard saiu do carro. Leon saiu em seguida. Os dois pararam no porta malas ficaram parados por alguns momentos.

- Aqui é incrível, vamos fazer história! - Leon pegou as malas.

- Incrível. Nem acredito. Isso é real, nós conseguimos! - Richard falou com empolgação.

Entramos pelos corredores, tudo parecia diferente e novo, nossas aulas começariam a tarde, então nós tinhamos muito tempo. A casa que ficariamos hospedados fica há alguns metros da universidade. 

- Vamos sentar aqui. - Peguei meu violão e comecei a dedilhar algumas notas, eu não imaginei o que aconteceria em seguida. Apenas continuei.

- Vou pegar café. Vocês querem? - Disse Richard.

- Valeu, estamos tranquilos. - Respondi afinando o violão.

Você veio como uma surpresa numa noite de verão

Boas garotas sabem encantar

Em um noite de sábado

sem que você perceba

Mas, estou aqui cantando para você me olhar

Tudo pode acontecer

E eu ainda me recordo

Do teu beijo

À meia noite provavelmente você não aparecerá

Mas, estou pronto para estar lá

Sei que é novembro, sei que faz tempo

Mas, ainda a amo

À luz das estrelas, rouba um beijo teu

Boas garotas sabem encantar

E provavelmente não saibam que o amor pode trazer surpresas

Já faz tanto tempo e eu espero por você

São coisas que descobrirei

É sempre a mesma história e desta vez nela está você

Quais outras coisas poderiam superar esse coração?

Sei que é novembro

Mas, me entrego à paixão

Falando sobre o amor que provavelmente você não verá

Contando uma história que provavelmente não viverá

Me entrego ao teu, teu coração

A culpa é daquela garota da cidade

Como esquecer

O teu olhar sob a luz das estrelas

Naquela noite qualquer

Como esquecer

Pronto para o que der  e vier

E ainda estou falando sobre história que talvez você viverá

Naquela noite de dezembro você apareceu para me amar

Sei que novembro, sei que a amo

A culpa é daquela garota da cidade

Que roubou meu coração

Que está em algum da terra

Procurando alguém para amar

Teu olhar

Teu olhar

Garota da cidade

- Eu... não acredito... - Disse Leon derrubando seu café.

- É ela? - Richard falou assustado. 

- Sam? Olhe para trás... Pera, calma. É ela... - Richard ficou em choque paralisado. 

Quando virei vi e era ela. Meu coração começou a palpitar, borboletas entraram em conflito em meu coração, foi como se não acreditasse no que estava acontecendo. Era a mesma garota, os cabelos ondulados e os olhos castanhos mais encantadores que já vi. Foi incrível vê-la daquela forma. Ela estava carregada de malas, a amiga dela estacionou o carro e quando ela se virou. O mundo paralisou para mim.

E foi ai que nossos olhares cruzarem de forma inacreditável, ela estava encarando. Nossos olhares estavam conectados. Numa manhã de outubro, tudo voltou. Todas as lembranças. Todas as sensações, eu podia notar sua respiração. Os ventos em seu cabelo, seu corpo e sua roupa sempre tão delicados quanto. Paramos por um momento. E bem, eu senti de novo as mesmas coisas.

Eu sabia que poderia ser o amor de sua vida. Mas, será que ela sabia? Bom, naquele momento eram somente nossos olhares, eram lembranças que eu poderia descrever como intensas, mas tão significativas quanto a primeira vez. Se ela soubesse que ainda penso em tudo. Como ela reagiria, eu não sei. E entre coisas mais que descobrirei em um momento, talvez.

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