Léo
Depois do jantar todos voltamos pra escola, queria um tempo pra pensar, então me despedi da turma e fui andar pelo jardim. Desde aquele momento no camarim eu e Renato não conversamos, mas percebi que ele estava chateado e triste quando eu disse que ia dar uma volta.
Presciso colocar ordem na minha cabeça antes de qualquer coisa, prescisamos conversar e colocar tudo em seu lugar, mas pra isso eu tenho que colocar minha cabeça no lugar primeiro. Fiquei no jardim durante quase uma hora e descidi voltar para o quarto.
Quando passava pela primeira área dos dormitórios percebi uma silhueta no escuro, na hora meu coração gelou, tudo bem que Petter não mexe comigo há meses, mas isso não impedia que eu sentisse esse medo. Já era quase meia-noite a maioria dos alunos já estavam dormindo, quando a pessoa se mexeu e veio para a luz suspirei aliviado
-Merda... Herinque isso é hora de assustar os outros -disse com a mão no coração.
-Assustei você? Desculpa não era minha intenção -ele disse isso com um pequeno sorriso travesso.
Herinque chegou à escola a mais ou menos um mês, e por ser aluno novo todo mundo queria a atenção dele, mas por alguma razão que eu não entendo ele voltou seus olhos para mim. Desde então tudo que fazemos a provocar um ao outro, é incrível devo admitir, nós nos damos bem como nunca havia dado bem com outra pessoa. As vezes a gente está se provocando do nada, como se não tivesse ninguém por perto. Nath sempre fala que aquilo é frescura e que a gente devia se agarra logo, mas gosto da provocação é excitante.
-Claro que você me assustou, parecia um doido ali pronto para atacar alguém -disse enquanto ele se aproximava.
-Na verdade minha intenção é atacar você - disse colando nossos corpos.
-Como é ? - perguntei boquiaberto.
- Léo, não se faça de bobo não combina com você- ele disse e apertou minha cintura e me beijou.
O beijo começou de uma forma lenta, delicada, como que se ele tivesse medo que eu fosse quebrar, mas logo depois se transformou num beijo quente, rápido, que foi se aprofundando numa rapidez que me assustava. Enquanto ele me beijava ele brincava com os meus brincos, acabamos nos separando por falta de ar
-Adoro esses brincos em você - ele disse ofegante.
-Por que você fez isso? - perguntei me recuperando.
-Cansei de apenas provocar, é interessante e excitante, mas eu só cansei, estava louco para sentir seu gosto, e que por sinal é muito bom - ele disse e me deu um selinho - Eu quero mais, mas por enquanto ,boa noite até amanhã baby - ele disse se virou e foi embora me deixando ali no meio do corredor completamente confuso.
Estava atordoado com o que acabou de acontecer mas sorria de canto sem parar, só de pensar em como aquele beijo foi incrível. Quando entrei no quarto meu sorriso se desfez na hora, a cena que eu vi foi extremamente sufocante. O quarto estava revirado, espelho que ficava ao lado da mesa estava quebrado, a janela aberta, o quarto estava congelando, e essa nem era a pior parte.
A pior parte era Renato deitado no chão, olhando para o nada e suas mãos cobertas de sangue. O que tinha acontecido ali? Renato chorava sem parar tremia muito, seu celular tinha sido quebrado com muita violência, aquilo não fazia sentido. Sem pensar duas vezes me joguei na hora no chão colocando as mãos em Renato que estava muito gelado.
- Renato o que aconteceu aqui? Porque está no chão frio? Renato fala comigo por favor.- perguntei ao seu lado.
Nada, ele não respondeu nada. Levantei do chão e fechei a janela, fui até a porta e tranquei ela também, o que quer que seja que aconteceu ali, era é melhor ninguém saber por enquanto. Reparei nas mãos de Renato então percebi que ele tinha quebrado o espelho, meu estômago se revirou.
Ele estava ainda no chão chorando fui até ele e com muito esforço, fiz ele se levantar e sentar na cama ele ainda não falava nada, então fui até a mesa e peguei meu kit de primeiros socorros. Com muito cuidado tentei limpar o melhor possível e fiz até mesmo os curativos, mas as mãos dele precisavam ser vista por um médico, mas essa hora não era uma ideia boa.
Perguntei se ele estava bem pela sexta vez e ele não me respondeu, ele não falava nada, ele só chorava e olhava para o nada. Comecei a arrumar o quarto, coloquei tudo no lugar, eu catei todos os cacos de vidros no chão, peguei seu telefone quebrado e coloquei em cima da mesa, e quando terminei decidi que tinha que resolver aquilo. Renato não estava bem e definitivamente ele precisava de ajuda, fui colocar a mão nele e ele estava congelando ainda mesmo depois de tanto tempo.
Então puxei ele pelo braço e o direcionei até o banheiro, ele precisava de um banho quente, eu nunca havia dado banho em ninguém antes ainda mais no menino que eu amava. Tirei suas roupas e deixei ele apenas de cueca e coloquei ele no chuveiro e deixei a água cair em seu corpo mesmo tentando manter o foco, eu estava babando por aquele corpo mas não era hora para isso. Desliguei a água eu levei de volta para o quarto.
Quando chegamos perto das camas eu o ajudei a se secar, peguei apenas uma cueca e um short e entreguei mas ele não vestiu. Então eu peguei e eu ajudei, estava tentando não olhar para seu membro. Assim que vestir ele, ele se sentou na cama, seu cabelo estava uma bagunça pelo fato de eu ter tentado secar ele quanto com a toalha, mesmo naquele estado ele ficava um charme. Ele ainda chorava não sabia como alguém conseguia chorar tanto.
-Eu não quero morrer sozinho - ele disse por fim me assustando e quebrando o meu coração em mil pedaços. Por que ele estava dizendo aquilo?
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Amigos ou Inimigos ? - Leonato Adaptation [CONCLUÍDA]
Fanfiction◇ADAPTAÇÃO Léo ruiz se muda pro Canadá com seus pais que o obrigam a entrar numa escola preparativa famosa e lá conhece Renato o cara mais popular do pedaço que por alguma razão não gosta de Léo. Acostumado a sempre sofrer bullying por conta da s...