12. Verdades ditas

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Léo

Essa semana foi difícil. A escola inteira falava sobre o chifre que o bam bam bam do colégio levou. Ficava com pena e triste porque isso não é bom pra ninguém. E ele sumiu a semana toda, até acho que mudou de escola.

Só que desde que ele se foi minha vida literalmente virou um inferno. Petter agora acha que é o dono da escola. E se já não me bastasse todos os chingamentos, agora também tem empurrões que estão deixando meus braços roxos.

Desfila com a Dhara pelos corredores como um troféu, e tenho certeza de que ele quer a vaga de capitão do time. Se ele conseguir estamos muito ferrados. 

Hoje enquanto estava  indo para o refeitório para o café da manhã, vi ele vindo estava com muita raiva dava pra perceber porque empurrou dois alunos que passavam.

Comigo não foi diferente quando me viu me empurrou com tudo contra a parede e foi embora, até que ele ouviu o que eu falei apenas pra mim mesmo, chamando ele de babaca, eu e essa minha boca grande, sabia que um dia ia apanhar por causa dela. Ele voltou com a mão já fechada.

Sabe aquelas lutas de MMA que se vê na TV ? Pois eh, essa foi bem pior. Quando ele cansou de me dar muitos socos, me jogou no chão e começou a me chutar. Apenas me encolhi tentando pensar em algo bom, mais nada vinha a minha mente, esperei tudo aquilo acabar. Quando ele se cansou se arrumou, guspiu no chão e saiu. Não tinha forças pra levantar, apenas comecei a chorar muito, e como não havia ninguém no corredor não tinha como eu pedir ajuda. 

Já chorava a um tempo e estava com muita dor, quando de repente alguém se jogou ao meu lado com o tom de voz muito preocupado, perguntando o que havia acontecido comigo, reconheci depois de um tempo, era Renato.

Então quer dizer que o mauricinho voltou, ótimo mas um pra me machucar. Tudo que eu consegui dizer era vai embora. Não o queria ali, porque estava com o jeito preocupado comigo ? Até uma semana era ele quem me chingava e implicava comigo pelos corredores. Tentei me levantar sozinho, cai novamente.

-Ei, eu te ajudo, deixa eu te levar pra enfermaria - Renato dizia ao meu lado.

-Não, não quero ir pra lá, por favor não encosta em mim - disse chorando

Eu sabia que se meu pai soubesse daquilo com certeza ia me tirar da escola, e eu estava bem, tinha novas amigas, minha música eu até que era feliz não ia perder isso.

-Você está muito machucado, precisa de cuidados - disse ele preocupado.

-Eu me viro, agora me deixa em paz, volta pra sua vida perfeita, não se lembra ? Não pode ter sua imagem associada a alguém como eu - disse cada palavra com dificuldade, mas disse. 

-Eu sinto muito por isso que eu disse e por todo o resto, por favor me deixa te ajudar - ele disse, quando olhei pra ele não acreditei havia lágrimas nós seus olhos. Ele me olhava como se eu tivesse enfiado uma faca em seu peito. Me arrependi de falar aquilo.

Sério lágrimas ? O que estava acontecendo ali ? Por que razão ele estava agindo assim ? Cansado de tudo apenas assenti com a cabeça. Achei que ele me ajudaria a levantar e me daria apoio pra ir até a enfermaria, mas não ele me pegou no colo. Estava tão esgotado que apenas passei meu braço pelo seu pescoço e apoie a cabeça em no seu pescoço fechando os olhos.

Chorava sem parar tudo em mim doía. Ele andava devagar passando pelas pessoas, conseguia ouvir os burburinhos, era como se eu não pessase nada. Chegamos ele abriu a porta e me pôs na cama só então percebi que não estava na enfermaria mas sim no meu quarto. Mas por que ele me trouxe pra cá ? 

-Você disse que não queria ir pra enfermaria - ele disse sem eu prescisa perguntar.

Ele puxou a cadeira que estava na mesa e colocou ela do meu lado, sentou nela e me observava, tudo que eu fazia era chorar, não conseguia parar. E tudo que eu consiguia pensar era como aqueles lindos olhos castanhos claro me olhavam. Conseguia ver seu olhar de preocupação e de dor como se ele tivesse feito aquilo ali comigo e se arrependido. Ele deixou eu me acalmar e quando estava parando de chorar ele se mecheu e chegou bem pertinho de mim. Uau.

-Onde está seu kit de primeiros socorros ? - perguntou bem baixinho.

-Na última gaveta da mesa - disse muito baixo, ele quase não ouviu.

O que tinha acontecido eu não sei. Levei a maior surra e Renato  estava ali cuidando de mim e acima de tudo com muito carinho. Será que ele sabia que era Petter que tinha feito isso é por isso queria me ajudar ? Eu não sei, e o pior e que eu estava gostando. Eu só posso estar maluco mesmo. Presciso ir pra um sanatório urgentemente

Amigos ou Inimigos ? - Leonato Adaptation [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora