11. Boas noticias

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Renato

Fazia cinco dias que havia pegado Dhara me traindo, sai da escola naquele dia completamente transtornado, a esse ponto já sabia que não lidava bem com mudanças. Parei em um bar e só parei de beber quando desmaiei, acordei em uma cama de hospital, como fui parar ali eu não sei, e também não sei como meu pai estava lá.

Quando saímos do hospital, meu pai me levou pra casa e graças a Deus por isso, porque desde aquele dia tenho tido uma crise atrás de outra.
A diretora sabe bem do meu problema então ela falou ao meu pai que não haveria problema e que pra qualquer coisa estaria uma semana de atestado. Minha mãe estava desesperada e pra quem nunca via a mãe assim, ainda mais porque a causa era eu, era um choque.

E tudo isso porque a cada surto, eu me machuca mais, acho que ela temia que eu fizesse algo pior. Meu pai ? Estava na mesma situação que ela ou até pior.Não atendi a nenhum telefonema, também não recebi ninguém que foi me visitar nem Thiago que é meu melhor amigo.

Queria ficar sozinho e por minha cabeça no lugar além de não querer que ninguém soubesse o que tinha, mesmo que Thiago soubesse ele nunca me viu em um surto e não queria que viesse pela primeira vez.
Pelas mensagem que recebia a escola inteira achava que eu tinha batido meu carro e estava machucado demais pra ir a escola, não ia desmentir isso já que pra todos os efeitos era uma boa desculpa para todos os meus machucados, outros que eu tinha mudado de escola, não ia dar esse gostinho a Petter, ele pode ter a Dhara mais ainda sou o capitão do time, isso ele não ia conseguir me tirar. Recebi um email da escola falando que seria remanejado de quarto, e sabemos que isso era melhor ou alguém apareceria morto.

Amanhã vou descobrir pra qual dormitório eu vou e pra falar a verdade não ligo muito pra isso. O importante e não deixar que todos me olhem com pena, isso não vai tirar a minha coroa. Sorri sozinho com essa idiotice que pensei, e meu pai entrou no quarto seu rosto demostrava que ele tava preocupado, parecia que ele não dormia a dias.

-Acho melhor você não voltar pra escola amanhã, espera mais alguns dias - ele disse sentando na ponta da cama.

-Tudo bem pai, tenho que voltar, sou o capitão do time tenho meus deveres, aulas além de que não vou deixar que ele tire isso de mim também - disse olhando pra ele.

-Isso é o que menos importa Renato, você sim importa, e se você tiver uma crise ? - meu pai disse isso com os olhos cheios de lágrimas, e como meu pai nunca chorava aquilo partiu meu coração.

-Ei pai - disse o puxando para um abraço - está tudo bem, eu vou ficar bem, não tenho uma crise a dois dias - disse ainda o abraçando e ele apertou mais ainda o abraço.

-Eu sei que você dança quando não estou em casa - ele disse de uma vez me assustando e fazendo me separar daquele abraço, sabia que estava ferrado.

-P-pai desculpa - ele levantou a mão pra eu poder parar de falar.

-Você gosta disso ? Fala a verdade - ele disse sério como sempre.

-Amo - disse sendo completamente sincero com algumas lágrimas já saindo dos olhos - a dança me acalma, me dá força e eu sei lá, apenas, me sinto como eu mesmo quando danço, me desculpa pai não queria te descepcionar. - disse abaixando a cabeça.

-Filho - me chamou e e eu olhei pra ele - tudo que eu e sua mãe queremos é o melhor pra você - enquanto ele dizia eu já sabia que agora iria vir a punição, ele nunca gostou que eu dançasse e da última vez que me viu dançando me tirou todos os eletrônicos por 1 mês, só estava pensando qual seria a punição dessa vez - Na sua escola tem aulas de dança não tem ? - ele disse me tirando dos meus pensamentos.

-Tem sim, um dos melhores programas que tem e na escola, fora que inúmeros professores de outros países as vezes aparecem pra dar uma aula - disse explicando pra ele mais sem entender o porque dele me perguntar aquilo.

-Você pode fazer se quiser, desde que suas notas continuem altas e que continue no basquete - ele disse e eu não estava acreditando.

-O senhor está falando sério pai ? - perguntei já tremendo.

-Estou, mas só se isso for te deixar feliz - ele disse.

-Mas do que qualquer coisa - eu disse já chorando.

-E o que mais importa pra mim então - disse e me abraçou com força. E ficamos assim um tempo, o que era muito bom.

(...)

Acordei naquela manhã de segunda eufórico, não acreditava que finalmente eu podeira dançar com a permissão dos meus pais. Até o que havia me acontecido não importava mais.

Fui com o motorista até a escola, quando cheguei todos os garotos do time vieram ao meu encontro como sempre assim como as belas animadoras da torcida, nem Dhara nem Petter estavam entre ele.

Graças a Deus não me perguntaram dos machucados, acho que deduziram que era porque havia batido o carro por causa das fofocas. Também não comentaram sobre os dois traidores, mas o que parecia e que estavam distantes deles também.

Achei aquilo um máximo, lealdade, era bom sentir isso. Entrei na escola com a moral lá em cima, todos eles atrás e claro a cada passo que dávamos as pessoas saiam da frente. Nada mudou aqui, parecia aqueles filmes que se passam na TV. Fui até a diretoria pois prescisava pegar o número do meu novo dormitório.

-Então senhor Garcia -a diretora disse enquanto sentava na cadeira a sua frente - seu pai nos comunicou o que houve e por esse motivo o senhor não receberá uma advertência pelos dias faltados, por motivos óbvios troquei você de dormitório, esse é o seu novo quarto - ela disse me passando um papel com o número do quarto - Seu pai também nos comunicou de que o senhor esse ano fará mais uma aula extra currícular, mas não sairá do basquete estou certa ? - disse olhando pra mim.

-Está sim, continuarei com minhas rotinas no time, mas agora também farei as aulas de dança se não houver nenhum problema - disse com o maior sorriso que tinha.

-Não haverá problemas com respeito a isso, procure o professor responsável e fale a ele sobre sua decisão - ela disse e me passou o fórmulario que deveria preencher parar as aulas. - Só mais uma coisa antes de acabarmos - ela parecia não querer falar o que ia dizer - Suas crises, estão sobre controle ? - ela disse preocupada.

-Até o momento sim - disse olhando pra ela.

-Otimo, esperamos que fique assim, qualquer coisa o senhor pode me procurar - ela disse e nossa conversa acabou.

Estava tão feliz, tinha conseguido dançar e isso me completava demais, quando fechei a porta da sala e virei o corredor, vi Léo caído no chão todo machucado. Seu rosto sangrava, sua blusa estava coberta por sangue, ele estava todo encolhido no chão e estava chorando.

-O que aconteceu com você? - disse já correndo para onde ele estava e praticamente me joguei no chão ao seu lado, levantei seu rosto, ele me viu e chorou mais ainda

-Vai embora - ele disse puxando o rosto, tentou se levantar e caiu novamente

Amigos ou Inimigos ? - Leonato Adaptation [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora